domingo, 26 de dezembro de 2010

Club du Film - 5.63 - Mean Streets (Caminhos Perigosos)


Caminhos Perigosos foi o terceiro longa metragem dirigido por Martin Scorsese e foi lançado em 1973. O Club du Film (mais sobre ele ao final) viu o filme em 26.10.10.

Harvey Keitel faz seu segundo filme com Scorsese, quase que repetindo seu primeiro papel, de homem extremamente religioso em Who's That Knocking on my Door. Em Caminhos Perigosos, porém, o papel de Keitel, dessa vez fazendo Charlie, é bem mais desenvolvido. Charlie trabalha duro dentro da estrutura da máfia para seu tio, para crescer por seus próprios méritos. Ele ainda é muito novo, está apenas começando, mas trata tudo da maneira mais profissional que pode.

Club du Film - 5.62 - Solaris (1972)

Refilmado em 2002 por Steven Soderbergh, com George Clooney no papel principal, Solaris é um clássico filme russo, dirigido em 1972 por Andrey Tarkovskiy com base na obra do autor polonês Stanislaw Lem. Foi visto pelo Club du Film (mais sobre ele ao final desse post) em 19.10.10.

Pode-se dizer que Solaris é, em muitos aspectos, a resposta soviética à 2001 - Uma Odisséia no Espaço, que Kubrick filmou quatro anos antes. São dois filmes que se passam no "espaço", são dois filmes longos, são dois filmes contemplativos, são dois filmes, em última análise, difíceis de se assistir. Particularmente, gosto muito de 2001, com suas inesquecíveis cenas do começo do homem, o balé de naves espaciais, o fantástico HAL 9000 e a psicodélica viagem ao final.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Crítica de TV: Battlestar Galactica: The Plan

The Plan é um longa metragem produzido após o fim da série Battlestar Galactica, uma das melhores séries da televisão já feitas, conforme meus comentários aqui e aqui. O objetivo seria explicar qual é o tal do "plano" dos Cylons que é mencionado a cada começo de episódio, com a frase "and they have a plan". De fato, não tinha percebido que essa frase, na verdade, não fazia muito sentido pois o plano dos Cylons era destruir todos os humanos das 11 Colônias.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Crítica de filme: Tron: Legacy (Tron - O Legado)

Quando voltei da sessão de Tron - O Legado no cinema, li a crítica da sempre ótima Isabela Boscov na Veja desse final de semana. Tinha um pensamento em mente e ela o resumiu com muito mais propriedade do que eu seria capaz e faço a citação: "Pois a falha que atinge Tron - O Legado é de ordem estrutural: a idéia de pessoas extraviadas em um programa de computador era avançada em 1982 - mas é antiquada para empolgar em 2010, a despeito do desvelo e da inspiração com que Kosinski reimagina o mundo de Tron."

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Crítica de filme: Tron (Tron - Uma Odisséia Eletrônica)

Nem posso acreditar, mas já se passaram mais de 28 anos desde o lançamento de Tron - Uma Odisséia Eletrônica nos cinemas. Lembro-me claramente de ter visto esse filme no cinema e de ter ficado embasbacado com os efeitos especiais.

Revi o filme há bem pouco tempo, com minhas filhas, em antecipação ao lançamento de sua corajosa continuação, Tron - O Legado. Digo corajosa pois, nos tempos de hoje, seria muito mais lógico a Disney fazer o que está na moda e lançar um remake.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Club du Film - 5.61 - King Kong (1933)

King Kong é um filme americano de 1933, dirigido por Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 14.10.10. Essa data, aliás, foi uma das raras sessões duplas do Club, em que assistimos também Branca de Neve.

Sou extremamente parcial quando trato de filmes usando a tecnologia do stop motion (vejam aqui e aqui). Afinal de contas, movimentar bonecos articulados 24 vezes a cada segundo de filmagem é, por si só um esforço hercúleo. Calculem rapidamente o que isso significa para a filmagem de um minuto apenas? Pensaram? Os bonecos têm que ser movimentados 1.440 vezes e olhem que, em 1933, não dava para aproveitar-se do computador para facilitar o trabalho.

Club du Film - 5.60 - Snow White and the Seven Dwarfs (Branca de Neve e os Sete Anões)


Branca de Neve e os Sete Anões é um desenho animado da Disney de 1937, dirigido por um colegiado de seis diretores sob a supervisão do próprio Walt Disney e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 14.10.10. Essa data, aliás, foi uma das raras sessões duplas do Club, em que assistimos também King Kong, o original, que será alvo dos próximos comentários.

Quem não assistiu Branca de Neve? Trata-se do primeiro desenho de longa metragem 100% desenhado em células em todo o mundo e que, apenas por esse fato, já pode ser considerado como revolucionário. Mas Branca de Neve conseguiu ir além pois técnicas de profundidade foram desenvolvidas para esse desenho que nunca antes haviam sido usadas nos desenhos de curta metragem, mesmo aqueles vindos da Disney.

Crítica de filme: The Boondock Saints II: All Saints Day (Santos Justiceiros II - O Retorno)

Nove anos depois do cultuado Boondock Saints, o diretor e roteirista do primeiro, Troy Duffy, resolveu reunir a turma novamente para fazer uma continuação. Infelizmente, apesar de todo o potencial que ele demonstrou no primeiro filme, no segundo ele não fez mais do que uma espécie de remake só que sem aquelas pequenas mas geniais cenas (como a do confessionário e a do gato) que marcaram o primeiro filme e, principalmente, sem Willem Dafoe e David Della Rocco. Boondock Saints II soou, apenas, como um fraco eco do primeiro, uma repetição como menos "BANG".

sábado, 18 de dezembro de 2010

Crítica de TV: The Sopranos - a série completa (Família Soprano)


Eu e minha esposa dedicamos 2010 para assistir Família Soprano do começo ao fim. Comprei a primeira temporada em DVD quando ela foi originalmente lançada lá pelos idos do ano 2000, ou seja, alguns dias mais de 10 anos.  Vi um ou dois episódios e larguei de lado, não porque não tivesse gostado mas talvez pelas circunstâncias daquele momento.

Corta para o Natal de 2009. Minha esposa decidiu me dar de presente as temporadas restantes e minhas desculpas para não ver a série acabaram. Começamos em janeiro e acabamos agora, no comecinho de dezembro desse ano. Todas as seis temporadas, do começo ao fim. 

Para aqueles que consideram Lost uma série revolucionária, com roteiro brilhante, algo nunca tentado antes na TV, façam um favor a vocês mesmos e assistam Família Soprano. Achar Lost uma série revolucionária, como muitos preconizam, significa uma das quatro hipóteses: (1) Lost foi a única série que você assistiu; (2) você gosta de roteiros completamente sem sentido, seja direto, indireto ou metafórico; (3) você se deslumbra facilmente ou (4) você gosta de ursos polares em ilhas tropicais.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Jack of Fables - volumes 7 e 8

Os volumes 7 e 8 de Jack of Fables são respectivamente, o antepenúltimo e o penúltimo volume da série spin-off de Fables, que comentei aqui e aqui. Ela acabará no número 50, que será lançado em breve. Jack of Fables não é uma série sensacional como a que lhe deu origem mas diverte bastante.

No volume 7, chamado The New Adventures of Jack and Jack (colecionando os números 36 a 40 da revista), Bill Willingham decidiu dividir a atenção dos leitores entre Jack of Fables e seu filho Jack Frost, introduzido em volumes anteriores. Creio que a escolha do autor tenha sido para trazer um sopro de ar fresco às estórias de Jack que, além de já terem alcançado seu cume no final do volume 6, nunca foram especialmente atraentes. A nova linha de Willingham, porém, apesar de interessante, acaba se mostrando muito comum. Explico.

Crítica de quadrinhos: Cinderella: From Fabletown with Love

Todos nós conhecemos Cinderella como aquela personagem meiga que perde o sapatinho de cristal na escadaria do castelo de seu príncipe e volta a se transformar em uma pobre plebéia explorada por sua madastra e meias-irmãs más.

Mas não em Fabletown.

Em Fabletown, Cinderella é o equivalente a James Bond: uma loira fatal e, principalmente, mortal, que coloca suas habilidades secretamente a serviço dos Fábulas, especialmente de Bigby, o Lobo Mau, responsável por seu treinamento.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Fables - volumes 13 e 14

Bill Willingham conseguiu escrever 11 volumes perfeitos de Fábulas (Fables), estória em quadrinhos mensal do selo Vertigo (da DC Comics) sobre o que aconteceria se os personagens de contos de fadas vivessem entre nós. No volume 12, Willingham fez uma espécie de epílogo da grande guerra que acontece no volume 11, sem realmente avançar muito a trama. Com isso, ele conseguiu montar seu volume mais fraco.

Até a chegada do volume 13, quer dizer...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Crítica de filme: Pandorum

Tenho certeza que o que escreverei sobre esse filme está fortemente relacionado às minhas baixas expectativas sobre ele. Afinal, já havia lido muita coisa ruim sobre esse filme de "monstro no espaço" e estava prepararado para um monte de lixo sendo regurgitado pelo diretor Christian Alvart que, antes disso, não havia feito nada de nota.

Com toda essa carga negativa, comecei a assistir o filme, basicamente atraído pela presença de Dennis Quaid no elenco já que eu o acho ótimo, apesar da canastrice.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Crítica de filme: Buried (Enterrado Vivo)


Por mais que as fãs ardentes de Ryan Reynolds possam querer defender, ele não é um bom ator. Em Enterrado Vivo, ele é o único ator e, em meu entendimento, o ponto fraco do filme, o que não é dizer pouco quando todo ele se passa dentro de um caixão enterrado em algum lugar do Iraque.

Sim, o filme se passa todo ele dentro de um caixão daqueles rústicos de pranchas de madeira, enterrado provavelmente a poucos palmos da superfície, no meio do deserto do Iraque. Reynolds vive Paul Conroy, empregado de uma das empresas contratadas para reconstruir o país. Como companhia ele tem apenas um isqueiro Zippo - que deve ter pago parte do filme - e um celular Blackberry, que pagou a outra parte. Aos poucos, Conroy vai descobrindo que sua já desesperadora situação é ainda mais complexa que ele imagina pois ele passa a lidar com o iraquiano que o colocou lá dentro e com a inacreditável burocracia dos canais regulares do governo e de seu empregador, para tentar resolver seu, digamos, problema.

Club du Film - 5.59 - La Règle du Jeu (A Regra do Jogo)

A Regra do Jogo é um filme francês de 1939, dirigido por Jean Renoir (A Grande Ilusão) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 07.10.10.

Diversos aristocratas e seus empregados são colocados em uma mansão por ocasião de uma festa, às vésperas de Segunda Guerra Mundial. Não se trata de uma festa comum, mas sim uma festa "de caça", onde os convidados, de dia, saem em grupos para caçar animais e, à noite, contam suas estórias, regados por muita comida e bebida. André Jurieux (Roland Toutain) é um piloto que acabou de fazer um vôo recordista.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Club du Film - 5.58 - Jules et Jim (Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois)

Jules e Jim é um filme francês de 1962, dirigido por François Truffaut e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 21.09.10.

O filme conta a estória clássica de um triângulo amoroso (como o desnecessário subtítulo em português deixa claro) durante algumas décadas. Ele é formado por Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre), dois grandes e inseparáveis amigos e Catherine (Jeanne Moreau). Jules, um austríaco e Jim (um francês) se apaixonam por Catherine, ainda jovens, antes da Primeira Guerra Mundial.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Club du Film - 5.57 - Au Hasard Balthazar (A Grande Testemunha)

Au Hasard Balthazar (A Grande Tesmunha) é um filme francês de 1966, dirigido por Robert Bresson e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 14.09.10.

Robert Bresson dirigiu um burro. Sim, literalmente um burro. Tamanho é o foco no animal que Bresson de propósito pediu para que os atores não atuassem, ficassem meio que mortos e "mecanizados" em cena, exatamente para deixar sobressair o triste burrico.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crítica de filme: Scott Pilgrim VS. The World (Scott Pilgrim Contra o Mundo)

Sei que serei ameaçado de morte pelos irredutíveis defensores de Scott Pilgrim que veneram esse filme mais do que qualquer outro filme já feito na história do cinema, mas tenho que dizer: o filme não é isso tudo. Não é que o filme seja ruim – longe disso - ele apenas não deve ser visto como a obra-prima cinematográfica que dizem que é.

Baseado em uma coleção de seis volumes de estórias em quadrinhos escritas por Bryan Lee O’Malley entre 2004 e 2010, o filme Scott Pilgrim é uma sucessão de onomatopeias voando na tela muito na linha do Batman dos anos 60, transições cool e roteiro fortemente calcado na cultura pop/nerd. Na verdade, quando digo uma sucessão desses elementos, acho que estou sendo comedido.

Crítica de filme: RED (RED – Aposentados e Perigosos)

2010 será lembrado, provavelmente, como o ano dos filmes de reuniões improváveis. Tivemos Os Mercenários reunindo a galera parruda dos anos 80 com alguns atores mais novos. Tivemos, também, Machete, reunindo Danny Trejo com Michelle Rodriguez, Jessica Alba, Don Johnson e, por incrível que pareça, Robert de Niro.

Agora vem RED, em que o veterano Bruce Willis se junta aos também veteranos Morgan Freeman, John Malkovich e, impressionantemente, Helen Mirren. Dos três “filmes de reunião”, RED é, sem dúvidas, o mais fraco, porém.

Crítica de filme: Grace (O Mistério de Grace)

Grace é um pequeno filme de horror que andou pelos corredores de festivais de cinema mundo a fora e que, em Sundance, foi alvo de muita conversa pela sua temática, digamos, controversa. Paul Solet, diretor estreante de longa metragem, fez esse filme, que estreou em 2009 com base eu seu curta metragem de mesmo nome de 2006.

A idéia é boa: Madeline (Jordan Ladd) vive uma grávida que tem um acidente e seu bebê morre ainda na barriga. Ela se recusa a retirar a criança e acaba efetivamente tendo a filha natimorta que, milagrosamente, volta à vida. Mas, claro, como todo filme de horror, essa "volta à vida" tem um preço e, nesse caso, ele é bem alto: a bebezinha só quer saber de sangue no lugar de leite.

Crítica de filme: Frozen (Pânico na Neve)

Como transformar o esqui em algo aterrorizante? Normalmente associado com férias, relaxamento, diversão, brincadeiras, o esqui na neve sofre, com Frozen, um twist interessante, digno de filme de horror.

Acho que o momento que dá mais frio na barriga ao se esquiar é a subida de teleférico. Chegar lá em cima e descer aquela altíssima montanha super inclinada depende muito mais da habilidade do esquiador do que de fatores externos. Sim, descer de esqui pode dar calafrios mas o teleférico que nos transporta até o cume da montanha está totalmente fora de nossa esfera de influência.

domingo, 28 de novembro de 2010

Crítica de filme: Megamind (Megamente)

A DreamWorks não para de lançar desenhos em computação gráfica. Megamente é o terceiro deles só em 2010, depois de Como Treinar Seu Dragão e Shrek Para Sempre. Um feito impressionante por si só.

Infelizmente, porém, a DreamWorks não é a Pixar. Imaginem a DreamWorks como uma fábrica com linha de produção em massa: produtos simples em quantidade que às vezes estão acima da média. A Pixar, por outro lado, é aquela loja de artesanato manual, produzindo poucos produtos, mas todos de extrema qualidade. Apesar de Como Treinar Seu Dragão ter sido excelente, Shrek 4 e, agora, Megamente, são bem fracos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Crítica de filme: The Social Network (A Rede Social)

Vi A Rede Social quase no dia da estréia nos Estados Unidos. O pedigree era muito bom já que o diretor, David Fincher, é sensacional. Ele fez Seven, The Game, Clube da Luta, Quarto do Pânico e Zodíaco. Seu filme imediatamente anterior, O Curioso Caso de Benjamim Button, foi o que menos gostei de sua carreira, ainda que seja uma boa obra.

Assim, entrei no cinema seguro que veria um grande filme, ainda que o tema - a história do Facebook - não me parecesse lá assim tão interessante, tendo em vista que trata de eventos de meros sete anos e sobre uma mídia social que pouco utilizo (talvez eu seja velho demais para ela, não sei).

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: American Vampire - volume 1

American Vampire é outra série recente, lançada em março de 2010, pelo selo Vertigo da DC Comcis. Sou fã da Vertigo pois acho que eles encontraram o perfeito balanço entre o comercial e o autoral, com séries mensais realmente sensacionais, como Fables e Sweet Tooth.

Não se assustem com o título e achem que é mais uma daqueles estórias de vampiros pois vampiros estão na moda. Sim, de fato essas figuras folclóricas estão em alta mas essa série é realmente boa. Ok, o autor da série principal, Scott Snyder, altera substancialmente a mitologia dos vampiros mas não faz nada semelhante ao crime que Stephenie Meyer cometeu em Crepúsculo ao colocar vampiros brilhando no sol que nem cristais Swarovski...

Crítica de quadrinhos: Sweet Tooth - volumes 1 e 2

"Bambi encontra Mad Max". Essa foi a melhor descrição que achei por aí dessa nova série da Vertigo, o excelente selo "independente" da DC Comics.

De fato, a revista, escrita e desenhada por Jeff Lemire com enorme constância (ele não atrasa um número e a revista começou em setembro de 2009 e já está no 15º número), nos conta a estória de Gus, um menino de 9 anos que vive recluso com seu pai em uma cabana no meio da floresta. Estamos falando de um mundo pós-apocalíptico e Gus parece ter sido o resultado de modificações genéticas resultantes do que quer que tenha levado o mundo ao apocalipse, pois ele tem chifres, sendo um híbrido de humano com animal.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Manhunter (série de 1973)

Lembro-me quando criança de ter lido algumas estórias em quadrinhos da DC Comics com um personagem de roupas extravagantes chamado Manhunter. Era uma republicação no Brasil, claro. Lembro-me, também, de ter adorado o que li.

Corta para o presente e eu estava andando por uma comic shop nos EUA quando dei de cara uma coletânea das mesmas estórias que lia quando criança e a reação imediata de comprar foi 100% instintiva e involuntária. Quando me dei conta, já estava lendo no quarto do hotel.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Ultimate Marvel (Marvel Millenium)


No ano 2000, a Marvel fez algo bem inteligente mas com grande potencial para um desastre total: criou um novo universo Marvel, chamado de universo “Ultimate” com o objetivo de permitir que novos leitores pudessem se iniciar em seus quadrinhos. Digo que foi algo inteligente pois, basicamente, a Marvel teria carta branca para fazer o que quiser com seus grandes personagens, sem se preocupar com a continuidade normal. Digo que o potencial de desastre era grande pois mexer em heróis tão queridos é sempre um enorme perigo.

Mas a Marvel acertou em cheio em quase tudo que fez nesse seu novo Universo. A recriação dos personagens, principalmente os mais clássicos possíveis como Homem-Aranha, X-Men e Vingadores, foi um trabalho genial que basicamente continua até hoje. Em 2008, durante a saga Ultimatum, muita coisa mudou e, dizem alguns críticos, a qualidade piorou muito.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Crítica de TV: X-Men - Volume 1

A série dos X-Men que eu cheguei a assistir na televisão foi a que estreou em 1992, acabando em 1997, depois de 5 temporadas. A primeira temporada, contendo 13 episódios, foi, de certa forma, um divisor de águas em termos de desenhos animados.

E explico a razão: pela primeira vez, ou, pelo menos, é a primeira vez que consigo me lembrar, os desenhos passaram a ter continuidade, ou seja, não eram estórias estanques que acabavam e começavam no mesmo episódio. É bem verdade que alguns desenhos da década de 80 também se utilizaram dessa expediente mas não faziam isso por mais do que dois episódios seguidos.

Crítica de TV: The Big Bang Theory - 1ª Temporada

Já em sua quarta temporada, The Big Bang Theory foi um grande sucesso de 2007. Trata-se de uma sitcom sobre nerds para nerds que sabe o que é e o que pretende ser e, por isso, acaba saindo como uma despretensiosa diversão que consegue agradar até mesmo aqueles que não são muito chegados à enormidade de citações da cultura pop/nerd/geek que permeia o programa.

Crítica de TV: Dexter - 3ª Temporada

Quem acompanha esse blog já percebeu que eu gosto muito da série Dexter, sobre um serial killer que só mata assassinos. Enquanto a primeira temporada trata de Dexter Morgan (Michael C. Hall) enfrentando seu "oposto", a segunda fecha com perfeição o círculo, com uma caçada sensacional ao próprio Dexter.

Na terceira temporada, tudo já está mais calmo na vida de Dexter, que continua sendo especialista forense em padrões de "espirro de sangue" (blood splatter). Como todos que acompanham a série, Dexter segue o Código de Harry, criado para ele por seu pai policial que identificou no filho essa compulsão para matar e a dirigiu para fins, digamos, edificantes. Mas o grande gancho para a terceira temporada é a desobediência de Dexter ao Código e o que isso acaba acarretando: Dexter mata alguém que não deveria matar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Crítica de TV: Lost - Última Temporada

Eu tinha esperanças que Lost seria encerrada de uma forma minimamente competente e que seus roteiristas iriam usar toda a última temporada, formada por 17 episódios, sendo que o último duplo e mais um epílogo curto, de 11 minutos, para criar alguma coesão à série. O que vi, porém, apesar da razoavelmente boa quinta temporada, foi um fracasso total de uma fórmula que começou bem, desandou no meio e se dilui completamente em seu último capítulo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Crítica de TV: Breaking Bad - 1ª Temporada

Soube há pouco que a AMC, produtora de Breaking Bad, decidiu cancelar uma de suas séries, Rubicon. Foi a primeira série cancelada da AMC que, até agora, só vinha acertado em termos de qualidade do material e quantidade de público. Mad Men é um sucesso. Breaking Bad tem fortes números. E The Walking Dead é um estouro total.

E, de fato, o sucesso da AMC é merecido pois a produtora não faz séries de fácil digestão.

Crítica de filme: El Secreto de sus Ojos (O Segredo dos seus Olhos)

O Segredo dos Seus Olhos é um grande exemplo do cinema argentino e mostra que é possível fazer um filme comercial que é ao mesmo tempo belo e complexo. Nós brasileiros definitivamente precisamos aprender com nossos hermanos.

Esse filme, dirigido por Juan José Campanella, que nos trouxe Clube da Lua, é uma obra-prima e merecidamente levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no evento desse ano. Infelizmente, porém, não consegui assisti-lo antes da cerimônia.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Crítica de filme: Black Dynamite


Black Dynamite é uma ótima comédia-homenagem ao gênero setentista de filmes conhecido como Blaxploitation em que atores negros atuavam em papéis de estereótipos de negros nas situações mais improváveis. Michael Jai White vive o personagem título em filme seguramente dirigido por Scott Sanders.

Crítica de filme: The Karate Kid - 2010 (Karate Kid)

Tenho boas memórias do Karate Kid original de 1984, com o sumido Ralph Macchio no papel de Daniel San e o saudoso Pat Morita como o Sr. Miyagi. Era um eficiente e despretensioso pequeno filme de superação de obstáculos e de crescimento, com as já clássicas cenas de aprendizado de karatê com movimento de pintura de cerca e de polimento de carro.

Crítica de filme: Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole (A Lenda dos Guardiões)

Jamais imaginaria que um dia fariam um filme cujos personagens principais são corujas. Mas A Lenda dos Guardiões é exatamente isso: um desenho de computação gráfica sobre corujas falantes.

Já fiquei meio desconfiado quando vi o trailer, achando que não dava para fazer uma estória interessante a partir desses bichos mas dois elementos me chamaram a atenção: Zack Snyder na direção e uma linda computação gráfica. Zack Snyder foi o diretor de Dawn of the Dead, 300 e Watchmen o que, no meu livro, automaticamente o coloca em uma boa categoria. Os efeitos especiais, muito parecidos com os de Happy Feet (na verdade, é a mesma tecnologia base), eram de fazer babar.

Crítica de filme: Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro

Tropa de Elite 2, assim como o primeiro, é um filme que precisa ser analisado em dois níveis. Tendo em vista que seu lançamento foi um sucesso, já sendo o primeiro lugar desse ano com boas chances de ultrapassar a maior bilheteria do país em todos os tempos (que é Dona Flor e Seus Dois Maridos), muito pouca coisa que eu escrevo já não foi dita por aí.

Mas vamos lá mesmo assim.

Club du Film - 5.56 - Victim (Meu Passado Me Condena)

Victim (Meu Passado Me Condena) é um filme britânico de 1961, dirigido por Basil Dearden e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 31.08.10.

Há uma palavra certeira para definir esse filme: coragem. Coragem do diretor Basil Dearden em fazer o filme e coragem do ator principal, Dirk Bogarde, em fazer o papel que faz. Ninguém desconhece a força do cinema para servir de forma de protesto mas Victim talvez seja um dos grandes exemplos desse tipo de filme, algo extremamente admirável, especialmente em se tratando do tema do filme: homossexualismo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Club du Film - 5.55 - Strangers on a Train (Pacto Sinistro)

Strangers on a Train (Pacto Sinistro) é um filme americano de 1951, dirigido pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock (Psicose, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta, Intriga Internacional e muitos outros grandes clássicos) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 17.08.10.

Hitchcock dispensa apresentações. Apesar de ele ser muito conhecido basicamente por todo mundo, sua ampla filmografia "mais antiga", antes de Janela Indiscreta de 1955, é razoavelmente desconhecida por todos. Filmes como The Lady Vanishes, Sabotador, Interlúdio e Festim Diábólico são pouco discutidos em rodas de conversa em que se esbarra no assunto "filmes de suspense". Pacto Sinistro está nessa categoria.

Club du Film - 5.54 - The Thin Man (A Ceia dos Acusados)

A Ceia dos Acusados é um filme americano de 1934, dirigido por W.S. Van Dyke e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 11.08.10.

Esse filme foi um estrondoso sucesso quando foi lançado, mostrando uma dupla de refinados e ricos detetives que não tinham outra preocupação na vida do que desvendar mistérios puramente por hobby. Nenhuma pobreza ou dificuldades financeiras são mostradas no filme e isso em 1934, em plena era da Depressão nos Estados Unidos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Club du Film - 5.53 - Stroszek

Stroszek é um filme alemão de 1977, dirigido por Werner Herzog (Fitzcarraldo, O Sobrevivente, Bad Lieutenant, Aguirre, Cólera dos Deuses e vários outros) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 03.08.10.

Werner Herzog é um grande diretor, talvez um dos meus diretores favoritos. Stroszek, porém, não é uma de suas melhores obras, pelo menos não para o meu gosto. E olha que Herzog acerta a mão por uma boa parte desse filme mas, depois, deixa o "caldo" desandar completamente em um final bastante lisérgico. Mas vamos por partes.

Club du Film - 5.52 - Umberto D

Umberto D é um filme italiano de 1951, dirigido por Vittorio De Sica e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 27.07.10.

Umberto Domenico Ferrari (Carlo Battisti) é um senhor aposentado, que vive humildemente de sua pensão em um modesto quarto alugado na casa de Antonia Belloni (Lina Gennari). Seus únicos amigos são o cãozinho Flick e a empregada Maria (Maria-Pia Casilio), que está grávida não se sabe bem de quem. Umberto luta para viver com um mínimo de dignidade, mantendo a educação e vestindo-se sempre de terno.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Festival do Rio 2010 - Todas as Críticas

Que maratona! Foram 16 filmes em 10 dias, mesmo trabalhando em tempo integral e com um vida doméstica bastante atribulada com duas filhas. E olha que minha meta era de apenas 10. No entanto, os horários foram se encaixando, novos filmes foram sendo liberados para compra e eu acabei ultrapassando em muito a meta, ainda que não tenha sido meu recorde já que em 2008 vi 19 filmes.

Crítica de filme: Machete (Festival do Rio 2010 - Parte 16)

Machete foi o 16º e último filme que assisti no Festival do Rio 2010 já que, para mim, a festa acabou ontem. Hoje, parto para os Estados Unidos por uma semana mas terei mais novidades nesse meio tempo.


De toda forma, meu filme de despedida não poderia ter sido melhor. Ação ininterrupta, sangue aos borbotões e mulheres semi-nuas. Esse negócio de roteiro sólido, atuações brilhantes, pós-produção refinada e mensagens edificantes é coisa para mariquinha. Machete é filme de macho!

Crítica de filme: Carancho (Festival do Rio 2010 - Parte 15)

O "carancho" é uma ave de rapina da família dos falcões que tem como característica uma espécie de solidéu preto no topo de sua cabeça. No Brasil, é conhecido como carcará e a ave é tipicamente um parasita oportunista que se adapta à qualquer situação. Come de tudo e se aproveita de animais mais fracos, sem chance de se defender, além da carniça que lhe é peculiar.

Crítica de filme: Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (Festival do Rio 2010 - Parte 14)

Eu reconheço minha ignorância pois, antes desse filme ganhar a Palma de Ouro do Festival de Cannes desse ano, nunca tinha ouvido falar em seu diretor Apichatpong Weerasethakul, aparentemente conhecido diretor de cinema autoral tailandês. Com a relevância que Tio Boonmee tomou depois da vitória em Cannes, tratei de persegui-lo no Festival do Rio até que consegui ingresso para a única sessão do filme que poderia assistir.

Crítica de filme: Rubber (Festival do Rio 2010 - Parte 13)

Leiam a sinopse oficial desse filme:

"Em algum lugar do deserto californiano, um pneu telepático acorda subitamente para uma missão demoníaca, isto é, assassinar todos os seres que vir pela frente. Os habitantes da região assistem incrédulos aos crimes cometidos por esta espécie de serial killer das rodovias, que sente-se (sic) misteriosamente atraído por uma bela jovem. Em paralelo, uma investigação é lançada."

Crítica de filme: Memórias de Xangai (Festival do Rio 2010 - Parte 12)

Memórias de Xangai (Hai Shang Chuan Qi no original e I Wish I Knew em inglês) é um documentário chinês dirigido por Jia Zhang-ke, com 138 minutos de duração. Ele tenta documentar, por meio de depoimentos de 18 idosos chineses, vários momentos históricos da cidade, remontando até meados do século XIX, quando Xangai teve os portos abertos para o comércio internacional, até o início da revolução cultural e a vitória dos comunistas no país.

domingo, 3 de outubro de 2010

Crítica de filme: Buraco Negro (Festival do Rio 2010 - Parte 11)

Por acaso escolhi dois filmes relacionados com jogos eletrônicos nesse Festival do Rio. O primeiro foi Kd Vc? em que um viciado em jogos tem que se livrar do mundo virtual e passar a se relacionar no mundo real e, agora, vi Buraco Negro (L'Autre Monde no original francês) em que o oposto acontece: um rapaz que vive integralmente no mundo real, acaba se envolvendo em uma trama virtual com possíveis e nefastas consequências no mundo real.

Crítica de filme: Route Irish (Festival do Rio 2010 - Parte 10)


Ken Loach é um grande diretor britânico, autor de, dentre outros, The Wind That Shakes the Barley, ganhador da Palma de Ouro de Cannes de 2006. Route Irish é seu mais recente esforço, com base em roteiro de Paul Laverty. É, também meu 10º filme do Festival do Rio, o que significa que já atingi o número de filmes que queria ver quando comecei com Essential Killing. Mas não pararei por aqui pois consegui encaixar 16 filmes na minha lista.