American Vampire é outra série recente, lançada em março de 2010, pelo selo Vertigo da DC Comcis. Sou fã da Vertigo pois acho que eles encontraram o perfeito balanço entre o comercial e o autoral, com séries mensais realmente sensacionais, como Fables e Sweet Tooth.
Não se assustem com o título e achem que é mais uma daqueles estórias de vampiros pois vampiros estão na moda. Sim, de fato essas figuras folclóricas estão em alta mas essa série é realmente boa. Ok, o autor da série principal, Scott Snyder, altera substancialmente a mitologia dos vampiros mas não faz nada semelhante ao crime que Stephenie Meyer cometeu em Crepúsculo ao colocar vampiros brilhando no sol que nem cristais Swarovski...
Snyder mexe com essa estória de sol e permite que os vampiros americanos possam andar impunes em pleno dia, sem qualquer problema. Mas toda a temática da série é a oposição ente o velho (Europa) e o novo mundo (Estados Unidos) e, dentro desse contexto, a alteração faz todo o sentido e impulsiona a estória, algo que definitivamente não acontece em Crepúsculo. Assim, os fãs de vampiros clássicos não precisam ter receio de ler American Vampire.
Nós somos apresentados a Pearl Jones, aspirante a atriz em 1929 em plena Los Angeles. Lá, ela atua como stand-in the atrizes em grandes produções até que é convidada para um festa em que os anfitriões são os grandes produtores de cinema. Não por acaso, eles são todos vampiros europeus e fazem um estrago na garota. Os vampiros europeus, vale lembrar, são os de linhagem pura e original e seguem rigorosamente as regras vampirescas estabelecidas por Bram Stoker.
Acontece que Pearl Jones esbarra em Skinner Sweet, um misterioso fora da lei que é o primeiro vampiro americano. Ele, então, por razões bem egoístas, acaba ajudando-a, tranformando Pearl no segundo vampiro americano. Segue-se, então, uma violenta e sanguinária estória de vingança que é muito divertida.
Como bônus, Stephen King (sim, ele mesmo, o mestre do terror moderno) interessou-se pela estória e fez par com Snyder para escrever uma estória paralela, publicada juntamente com a principal, tratando da origem de Skinner Sweet, no final do século XIX. Se a primeira estória já tinha muito sangue e violência, a segunda apresenta isso ao cubo e, ainda, com generosas pitadas de crueldade vindas claramente da mente "doentia" de King. Trata-se da primeira estória em quadrinhos que King roteiriza diretamente. Se ele pegar o gosto da coisa, fico só imaginando o que poderemos ter pela frente...
Rafael Albuquerque, desenhista brasileiro de quadrinhos, faz a excelente arte das duas estórias do primeiro volume de American Vampire. O belo traço dele amplifica a estória ao máximo e combina tanto com o estilo de Snyder quanto com o de King. Foi, definitvamente, uma excelente escolha tê-lo à bordo.
Tem ainda muita coisa potencialmente interessante para ser contada em American Vampire que tenta ser uma estória que foge das armadilhas do gênero, dando um sopro de vida aos vampiros, hoje em dia tão banalizados por aí.
Nota: 9 de 10
A série é excelente. Vampiros do jeito que tem que ser.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Estou só esperando o segundo arco acabar de ser publicado para postar meus comentários. Obrigado por ler meu blog!
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