Esse filme foi um estrondoso sucesso quando foi lançado, mostrando uma dupla de refinados e ricos detetives que não tinham outra preocupação na vida do que desvendar mistérios puramente por hobby. Nenhuma pobreza ou dificuldades financeiras são mostradas no filme e isso em 1934, em plena era da Depressão nos Estados Unidos.
Mas disfarçar a miséria sempre foi um grande remédio para a indústria do entretenimento pois ninguém em situação desesperadora quer ir ao cinema para ver mais situações desesperadoras. Talvez seja essa a verdadeira razão do sucesso desse filme que acabou tendo nada menos do que cinco continuações, todas filmadas nas décadas de 30 e 40. Sem dúvida um grande feito, especialmente em época em que continuações não eram muito comuns na indústria cinematográfica.
O filme, como já disse, trata da nada dura vida de um casal de milionários que não faz nada na vida a não ser dar festas, beber e namorar, sem pensar em muito mais. Entre um whisky e outro, eles também são detetives que se metem a resolver os mais intrincados - ainda que absurdos - casos. Na hora que vi esse filme, lembrei-me da série Casal 20. E é bem por aí, só que com mais charme.
O caso é formado pelos atores William Powell (no papel de Nick Charles) e Myrna Loy (no papel de Nora Charles). Os dois são soberbos naquilo que fazem: nada. A atuação deles, com aquele olhar de casta superior blasé é impagável, especialmente o de Powell. Myrna Loy funciona mais como uma ajudante de luxo, completamente desnecessária mas que, em sua desnecessidade, faz um papel memorável.
A estória é completo nonsense: um cientista desaparece (o tal "thin man" do título) e sua filha procurar Nick e Nora para resolver o mistério. Sem estragar nada, a resolução é tipicamente Agatha Christie: tomo mundo reunido em um só lugar para o super-detetive explicar a mais absurda trama e revelar o que aconteceu. No caso de Nick e Nora, o jantar que ele dão é mais uma desculpa para comer e beber bem, algo que eles fazem basicamente o tempo todo e em quantidades bem grandes, especialmente de bebida.
Mas o filme é um divertimento simples, sem maiores inovações. Uma sessão da tarde com Powell e Loy. Nada mal, aliás.
Mais sobre o filme: IMDB e Rotten Tomatoes.
Sobre o Club du Film:
Há mais de quatro anos e meio, em 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II, do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, farei um post para cada filme que assistirmos, para documentá-los com meus comentários e as notas de cada membro do grupo.
Notas:
Minha: 7,5
Barada: 7,5
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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."