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quarta-feira, 21 de março de 2012

Crítica de livro: A Princess of Mars (Uma Princesa de Marte)

Há exatamente um século, no mesmo ano que criou Tarzan, provavelmente seu personagem mais famoso, o prolífico e muito imaginativo escritor americano Edgar Rice Burroughs criou John Carter. Na verdade, Carter e Tarzan não são lá muito diferentes entre si. As duas estórias têm, como premissa básica, a noção de "um estranho em terra estranha", sendo que Tarzan é um humano criado por gorilas em meio à selva africana enquanto que John Carter é um humano transportado para Marte, tendo que lidar com seres estranhos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Crítica de filme: The Iron Lady (A Dama de Ferro)

A Inglaterra é pródiga em gerar personalidades históricas femininas de extrema relevância no panorama mundial. Ame-a ou odeie-a, Margaret Thatcher é uma dessas personalidades, talvez uma das mais marcantes e importantes (de qualquer sexo) no século XX. Sua relação extremamente próxima a Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos e suas conversas e apoio ao líder reformista soviético Mikhail Gorbatchev foram dois fatores que muito contribuíram para a derrocada do comunismo. Sem dúvida carregada de decisões polêmicas, Thatcher sempre foi uma pessoa muito certa de suas decisões, como a de não apoiar seu amigo Reagan na invasão de Granada ou a de votar em desfavor às sanções contra a África do Sul.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Crítica de filme: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - 2009 (Män som hatar kvinnor - 2009)

O mais fascinante - e triste - fato sobre a trilogia Millenium é que seu autor, o jornalista sueco Stieg Larsson, faleceu aos 50 anos, em 2004, de ataque cardíaco, deixando seus três livros inéditos. Ele nunca viu ou usufruiu de seu sucesso editorial e cinematográfico, com direito a três bem-sucedidos filmes suecos lançados no mesmo ano (2009) e uma versão americana, lançada mês passado nos Estados Unidos e hoje, no Brasil.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Crítica de livro: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (Män som hatar kvinnor)

Os Homens que Não Amavam as Mulheres é o primeiro livro na chamada trilogia Millenium, nome extraído da revista que o personagem principal, Mikael Blomqvist, publica na Suécia. Escrito pelo prematuramente falecido autor sueco e jornalista Stieg Larsson, esse livro inaugurou uma febre pela trilogia, resultado em sua adaptação também para uma trilogia de filmes suecos (todos produzidos a toque de caixa e lançados em 2009) e, agora, uma nova adaptação, dessa vez norte-americana e ainda só desse primeiro livro, pelo diretor David Fincher.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Crítica de filme: Immortals (Imortais)

Exatamente como 300, Imortais quase não tem roteiro. No lugar de estória e espelhando o filme de Zack Snyder, temos belos visuais estilo videogame em computação gráfica, torsos masculinos muito bem delineados (com ou sem computação gráfica, não sei), belas mulheres como vieram ao mundo e muito sangue derramado em câmera lenta da maneira mais dolorosa possível. Será, então, que, mesmo assim, o filme consegue sobreviver e manter-se com um mínimo de qualidade que justifique uma visita ao cinema?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Crítica de filme: Puss in Boots (Gato de Botas)

Gato de Botas é um spin off bastante esperado da franquia Shrek. Sendo um dos personagens mais bacanas da série e considerando o sucesso que o ogro verde alcançou, algo como um filme solo do Gato de Botas era uma consequência óbvia, especialmente considerando a Hollywood de hoje em dia.

Assim, recrutaram Chris Miller (diretor de Shrek Terceiro) e, claro, Antonio Banderas (a excelente voz do Gato no original) e partiram para fazer o filme. De quebra, ainda trouxeram Salma Hayek para dar a voz à Kitty Softpaws, Zack Galifiniakis para o papel de Humpty Dumpty, Billy Bob Thornton e Amy Sedaris nos papéis dos vilanescos Jack e Jill.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Crítica de show: Rock in Rio 2011 - Dia do Metal (25 de setembro)


Posso dizer, com orgulho, que sou veterano de Rock in Rio. Fui a todas as encarnações do evento no Rio e, claro, não poderia deixar de ir na mais recente, que ainda está acontecendo. Com Metallica na lista de bandas confirmadas, tratei de comprar meu ingresso e, apenas para registrar, farei algums comentários aqui sobre o que vi no dia. Uma coisa, porém, ficou clara: apesar de eu já ter ido a quase duas centenas de shows de música (de vários gêneros, mas muitas e muitas de metal), continuo um completo ignorante nessa área e vocês verão o porquê mais abaixo.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crítica de filme: 127 Hours (127 Horas)

Danny Boyle está com tudo e não está prosa. Depois de ganhar os Oscar de Melhor Filme e Direção (dentre mais outras seis estatuetas) em 2009, por Quem Quer Ser Um Milionário, o diretor volta com um filme bem mais intimista, contando a estória real de Aron Ralston (James Franco), um aventureiro que se mete em gigantesca enrascada no meio do nada.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Crítica de filme: Winter's Bone (Inverno da Alma)

Esse filme é oriundo do festival Sundance de 2010, quando ficou sob os holofotes, tornando-se o queridinho da festa (ganhou o grande prêmio do júri e o prêmio de roteiro). No entanto, além da atuação embasbacante da novata Jennifer Lawrence como Ree e uma cena, o filme não oferece muito mais para merecer esse destaque todo e certamente nunca uma indicação de Melhor Filme no Oscar.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Fables - volumes 13 e 14

Bill Willingham conseguiu escrever 11 volumes perfeitos de Fábulas (Fables), estória em quadrinhos mensal do selo Vertigo (da DC Comics) sobre o que aconteceria se os personagens de contos de fadas vivessem entre nós. No volume 12, Willingham fez uma espécie de epílogo da grande guerra que acontece no volume 11, sem realmente avançar muito a trama. Com isso, ele conseguiu montar seu volume mais fraco.

Até a chegada do volume 13, quer dizer...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Ultimate Marvel (Marvel Millenium)


No ano 2000, a Marvel fez algo bem inteligente mas com grande potencial para um desastre total: criou um novo universo Marvel, chamado de universo “Ultimate” com o objetivo de permitir que novos leitores pudessem se iniciar em seus quadrinhos. Digo que foi algo inteligente pois, basicamente, a Marvel teria carta branca para fazer o que quiser com seus grandes personagens, sem se preocupar com a continuidade normal. Digo que o potencial de desastre era grande pois mexer em heróis tão queridos é sempre um enorme perigo.

Mas a Marvel acertou em cheio em quase tudo que fez nesse seu novo Universo. A recriação dos personagens, principalmente os mais clássicos possíveis como Homem-Aranha, X-Men e Vingadores, foi um trabalho genial que basicamente continua até hoje. Em 2008, durante a saga Ultimatum, muita coisa mudou e, dizem alguns críticos, a qualidade piorou muito.

domingo, 7 de novembro de 2010

Club du Film - 5.53 - Stroszek

Stroszek é um filme alemão de 1977, dirigido por Werner Herzog (Fitzcarraldo, O Sobrevivente, Bad Lieutenant, Aguirre, Cólera dos Deuses e vários outros) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 03.08.10.

Werner Herzog é um grande diretor, talvez um dos meus diretores favoritos. Stroszek, porém, não é uma de suas melhores obras, pelo menos não para o meu gosto. E olha que Herzog acerta a mão por uma boa parte desse filme mas, depois, deixa o "caldo" desandar completamente em um final bastante lisérgico. Mas vamos por partes.

domingo, 18 de julho de 2010

Crítica de filme: Knight and Day (Encontro Explosivo)

Encontro Explosivo, filme que junta Tom Cruise e Cameron Diaz, o primeiro no papel de Roy Miller, um agente da C.I.A. aparentemente agindo de forma independente e a segunda no papel de June Havens, uma mulher que se mete inadvertidamente com Roy, é, de certa maneira, a antítese exata do outro filme de ação que acabei de ver e comentar, o Esquadrão Classe A. Sim, são dois filmes em tese diferentes mas, em última análise, os dois são filmes de pancadaria desenfreada, com tons de comédia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica de filme: Girl 27

Nunca nem tinha ouvido falar em Girl 27 mas um professor meu, aficcionado em filmes, me deu de presente esse documentário que trata de uma situação que, pelos terríveis parâmetros de hoje, nem seria levado tão a sério (apesar de ser muito sério) mas que revela, muito claramente, o lado sujo de Hollywood. Para os fãs de história do cinema, Girl 27 é uma escolha essencial.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Crítica de TV: Stargate: Atlantis - 5ª Temporada

Stargate sempre foi um de meus maiores guilty pleasures. Adorei o filme original, todas as 10 temporadas da primeira série, os dois filmes para a TV baseados na primeira temporada e, até agora, todas as quatro temporadas da série spin-off Stargate:Atlantis, cujos comentários fiz aqui. A quinta temporada, de 2008, foi a última mas, recentemente em 2009, o canal Sci-fi (agora ridiculamente rebatizado de Syfy) iniciou a produção e o lançamento de mais um spin-off, Stargate: Universe.

domingo, 18 de abril de 2010

Crítica de filme: Clash of the Titans (2010) (Fúria de Titãs 2010)


Sou um fã do Fúria de Titãs original. Adoro todos os personagens, especialmente a coruja metálica Bubo. O filme foi lançado em 1981 e dirigido pelo inexpressivo diretor Desmond Davis. No entanto, o filme tinha como estrelas os fantásticos Sir Laurence Olivier (Zeus), Claire Bloom (Hera), Maggie Smith (Thetis) e Ursula Andress (Aphrodite). Todos deviam, claro, estar precisando de uma graninha lá pelo começo da década de 80, caso contrário não teriam aceito papéis em filme decididamente B, com um roteiro tenebroso. Ainda por cima, todos eles são coadjuvantes em relação a Harry Hamlin, no papel de Perseus. Hamlin é um ator de uma nota só, completamente inexpressivo e quase uma caricatura de si próprio.

Mas o sensacional mesmo do original foi o trabalho em stop motion de Ray Harryhausen. Harryhausen, para quem não sabe, é o mestre dessa técnica e nos brindou com filmes como Simbad and the Eye of the Tiger, The Golden Voyage of Simbad, One Million Years B.C., Jason and the Argonauts e muitos, muitos outros. Sua técnica é impressionante e todo o filme em que ele trabalhou é, no mínimo, um prazeroso show visual.

No Fúria de Titãs original, Harryhausen animou não só a mencionada coruja metálica Bubo como, também, a Medusa, os escorpiões e o Kraken. São todos de tirar o fôlego ainda que, claro, pelos padrões hollywoodianos pasteurizados de hoje em dia, os mais jovens certamente acharão tudo uma porcaria. Não sabem o que estão perdendo.

Bom, como estava nos EUA no dia de estréia do novo Fúria de Titãs por lá (que só estréia dia 21 de maio por aqui), tratei de ir ao cinema, claro. Procurei assistir na melhor rede de cinemas existente, a Arclight Cinemas. Quem tiver a oportunidade de ver um filme nessa rede, especialmente no The Dome em Los Angeles, não vai querer outra coisa.

Mas eu divago. Tinha boas expectativas para o novo Fúria de Titãs pois gostei muito dos trailers e confio em Louis Leterrier, um diretor menor mas que fez bons filmes como Transporter 1 e 2, Danny the Dog e The Incredible Hulk. Nada assim sensacional mas, em linhas gerais, um bom currículo de ação. Obviamente que, apesar disso, estava com um pé atrás por se tratar de um remake de um de meus filmes favoritos (sim, favoritos). Fiz meus comentários sobre remakes aqui e já dá para sentir o que eu acho deles.

De toda forma, o que vi agradou a criança em mim e fez o adulto se arrepiar. A criança em mim se divertiu muito com a pancadaria interminável que é esse filme, com muitas espadas, lanças, flechas, monstros bacanas e mitologia grega misturada com mitologia nórdica (o Kraken, monstro principal do filme, é exclusivo da mitologia nórdica, erro tão absurdo que chega a ser engraçado, mas que vem desde o original de 1981).

A estória, para quem não sabe, nos mostra Perseus, semi-deus que é convocado a ajudar os humanos para destruir o monstro Kraken e salvar Andrômeda, passa por aventuras na Grécia contra figuras mitológicas. Não é muito mais do que isso.

Como disse, o adulto em mim sofreu bastante com o filme mas vamos começar pelo lado bom.

Primeiro, a estória da "origem" de Perseus é mais coerente nesse filme do que no original. Apesar de ela não ser contada de forma cronológica, a remontagem que podemos fazer na cabeça dá muito mais propósito à estória do que a mal ajambada desculpa do filme original.

Os efeitos especiais, apesar de não serem stop motion, claro, são muito bons e, de certa maneira, homenageiam Ray Harryhausen. Basta ver a eletrizante - e longa, muito longa - cena de batalha com os escorpiões gigantes. Eles são claramente fruto de computação gráfica mas uma computação gráfica que dá a impressão que são animatrônicos. Achei esse toque muito bacana e bem vindo.

Outra luta que impressiona é com a Medusa. Agora, o monstro é extremamente ágil e a cena é genuinamente cheia de suspense (dentro do que um filme de ação como esse permite, claro).

Infelizmente, o lado bom acabou aí.

O filme, apesar de nos apresentar uma estória um pouco mais coerente em relação ao Perseus, simplesmente não tem roteiro. Por que Zeus (Liam Neeson, um tanto quanto deslocado nesse filme, na mesma linha de Laurence Olivier no original) ajuda Perseus? Não me convenceu que o mero parentesco entre os dois seja suficiente para justificar as ações do deus supremo já que ele, basicamente, coloca o filho contra seus próprios interesses.

Depois, a motivação de Perseus é para lá de idiota. Ele tem que matar o Kraken não especificamente para salvar Andromeda (Alexa Davalos) - ainda que isso seja um efeito colateral - mas sim para poder se vingar de Hades (Ralph Fiennes), sem deixar claro exatamente como.

Além disso, Perseus deixa muito claro que é um pescador e nada mais, não tendo nem mesmo tocado em armas. No entanto, em questão de dias, Perseus se transforma em um guerreiro nato. A explicação que tentam dar é que ele é um semi-deus, como se o simples fato de ser semi-deus significa que a pessoa automaticamente é um guerreiro (Baco é um deus e não é um guerreiro, muito pelo contrário...). O treinamento dele com o guerreiro Draco (Madds Mikkelsen, o ótimo Le Chiffre de Casino Royale) é patético. Leva três minutos, sendo que Perseus consegue segurar os golpes do super tarimbado soldado já na primeira tentativa, desarmando-o (!!!) na segunda.

E como explicar Io? Trata-se de personagem importante que não existia no filme original. Talvez seja uma substituição à coruja Bubo que, aliás, aparece por alguns segundos no filme. Io é uma misteriosa mulher (Gemma Arterton) que diz acompanhar a vida de Perseus. Ela o guia e o ajuda em sua jornada mas os dois, de maneira muito estranha, começam a se aproximar romanticamente. É algo inesperado e completamente deslocado no filme. O final dela, então - não vou contar, fiquem tranquilos - é ridículo, de fazer rir.  É um genuíno momento "What the fuck?"...

Ralph Fiennes, coitado, faz o único deus que não se veste com brilhantes armaduras, mas sim com uma túnica preta bem surrada. Acho que a Warner quis economizar e aproveitou o figurino do ator na série Harry Potter pois, desde o primeiro momento em que ele aparece, não consegui deixar de pensar em Voldemort...

O ator principal, Sam Worthington (o cara está em todas, não?) é o perfeito equivalente a Harry Hamlin do original: um ator de ação sem nenhuma sutileza que só tem duas caras, zangado e mais zangado.

Mas o Oscar de personagem sub-aproveitado fica mesmo com Calibos (Neil McCarthy). No original, ele é, basicamente, o vilão principal. No remake, ainda que sua origem seja mais interessante pois está amarrada com a de Perseus, ele aparece em cena duas ou três vezes e, sinceramente, não é lá uma ameaça tão grande.

E o clímax com o aparecimento do Kraken? Bom, posso dizer que os efeitos especiais são sensacionais e o monstro muito bacana. No entanto, são uns 15 minutos para o monstro apenas se levantar da água. Sim, 15 minutos só disso. Ok, tem muita destruição nesse processo mas, mesmo assim, é tempo demais. Quando ele finalmente se levanta, o filme literalmente acaba. E esse era o monstro que derrotou os Titãs mencionados no começo do filme... Que porcaria, hein?

O novo Fúria de Titãs, sem dúvida alguma, apesar de seus enormes defeitos, diverte. Deixe seu cérebro na porta e assista-o esperando muito pouco. A maior vantagem dele é fazer com que aqueles que cresceram com o original façam uma "viagem no tempo" e, após sair do cinema, queiram ver Bubo novamente.


Nota: 5 de 10

sábado, 26 de dezembro de 2009

Crítica de filme: A Christmas Carol (Os Fantasmas de Scrooge)

Eu já falei bastante de Robert Zemeckis e suas frustradas tentativas de trabalhar com a tecnologia de captura de performance. Quem não leu, leia aqui.

De toda forma, vou resumir: em três tentativas seguidas até aqui (The Polar Express, Beowulf e, agora, A Christimas Carol), Zemeckis não conseguiu nem arranhar a superfície da tecnologia dominada por Peter Jackson na trilogia The Lord of the Rings e elevada até a décima potência por James Cameron em Avatar.

Mas, vamos olhar pelo lado bom. A Chrstimas Carol (Os Fantasmas de Scrooge) é o melhor esforço de Zemeckis. Para isso, ele teve que quase que repetir palavra por palavra o conto clássico de Charles Dickens sobre três fantasmas que visitam um milionário sovina (Scrooge, vivido por Jim Carrey) na Londres vitoriana para mostrar que ele deve tratar as pessoas melhor, ser mais generoso e festejar o Natal. A estória é magnífica, apesar de muito filmada, tendo se tornado meio que lugar comum.

Zemeckis não arriscou. Até o design dos personagens, incluindo os fantasmas, é chupado integralmente da obra de Charles Dickens. A única diferença é que Jim Carrey vive não só Scrooge (em suas várias idades) como também todos os fantasmas (até o fantasma do futuro, que não fala - vai entender). Obviamente, porém, como o filme foi filmado em 3D, Zemeckis tascou alguns exageros com vôos amalucados por Londres e coisas do gênero só para fazer o uso banal da tecnologia.

Sobre a tecnologia de captura de performance, Zemeckis fugiu do grotesco erro que cometeu em Beowulf ao tentar trazer à vida personagens fotorealísticos. Em Beowulf, o que vemos são um monte de cadáveres andando. Corpos sem vida e sem emoção que distraem completamente o espectador. Zemeckis deve ter percebido isso e tratou de caricaturar os personagens em seu novo filme. Assim, o que vemos é um desenho animado, com Scrooge sendo a caricatura do senhor idoso e sovina e não propriamente um senhor idoso e sovina. Isso resolveu o problema dos tais cadáveres de Beowulf.

No entanto, Zemeckis não empolga com sua direção obviamente limitada pela sua incapacidade de usar as tecnologias que o cercam da melhor forma possível. E olha que Zemeckis é um grande diretor, apenas escolheu um caminho que não domina e parece não se convencer disso.

Nota: 5 de 10

sábado, 3 de outubro de 2009

Crítica de filme: Hachiko: A Dog's Story (Sempre ao Seu Lado)

Lasse Halström é o diretor dos ótimos Chocolat e The Cider House Rules. Ao ver que seu mais recente filme estava passando no Festival do Rio, decidi assisti-lo. Hachiko: A Dog's Story (Sempre ao Seu Lado) é um filme cuja sinopse já conta toda a estória. Talvez até por isso, resolvi descobrir como é que o diretor faria um filme minimamente interessante.

Para aqueles que não querem saber nada sobre a trama do filme, vai minha sinopse super resumida: o filme conta a estória de amor - baseada em estória verdadeira acontecida nos anos 30 no Japão - entre um homem identificado apenas como Professor (Richard Gere) e o cachorro Hachi, que ele adota ao encontrá-lo abandonado em uma estação de trem. Pronto, é isso. Quem gosta de cachorros e de um drama, deve assistir esse filme.

No entanto, o filme é super lacrimogênio. A sinopse verdadeira é:

SPOILER SPOILER SPOILER

O filme conta a estória de amor - baseada em estória verdadeira acontecida nos anos 30 no Japão - entre um homem identificado apenas como Professor (Richard Gere) e o cachorro Hachi, que ele adota ao encontrá-lo abandonado em uma estação de trem. O cachorro todo dia acompanha seu dono à estação e todo dia está lá para pegá-lo. Um dia, o Professor morre no trabalho mas Hachi passa os próximos 10 anos voltando todos os dias para a estação para esperar seu antigo dono.

Com essa sinopse, vocês podem entender por que eu chamei o filme de lacrimogênio. Quem quiser de debulhar em lágrimas vendo o leal cachorro voltando à estação todos os dias para esperar seu dono falecido, veja o filme. Quem gostar muito de filmes de cachorro e quiser chorar muito, veja o filme. Quem gostar muito do Richard Gere - que, tenho que admitir, está envelhecendo muito bem - veja o filme.

Depois da morte do Professor, o cinema todo começou a fungar e lenços de papel e de pano trocaram de mão várias vezes. Uma festa para a gripe suína...

De toda forma, ainda que a estória do cachorro (verdadeira, devo relembrar) seja realmente impressionante, o filme é só isso. Não é ruim mas apenas, digamos, vazio, sem muito mais do que o está na sinopse. Lasse Halström, para tornar o filme mais identificável com platéias ocidentais, fez o filme se passar em uma cidade americana, com um casal americano, mas deixando lá alguma coisa de oriental, como o cachorro, a coleira dele e o melhor amigo do Professor, Ken (Cary-Hiroyuki Tagawa). Ficou bacana, sem dúvida e o cachorro é realmente muito bonito mas faltou algo que não sei bem explicar.

Nota: 5 de 10

domingo, 20 de setembro de 2009

Crítica de filme: Lost Boys: The Tribe

The Lost Boys é um clássico vampiresco dos anos 80. Ainda que esse filme, dirigido pelo terrível Joel Schumacher (lembram-se de Batman Forever e Batman & Robin? Pois bem, são dele...) e estrelando Kiefer Sutherland, Corey Feldman e Jason Patric, seja bem razoável, eu o culpo por ter sido o lançamento de 1987 que ofuscou completamente o excelente Near Dark, com Lance Henriksen e Bill Paxton, talvez o filme de vampiro que eu mais goste. Lost Boys: The Tribe, é a tardia continuação do clássico, produzida e lançada diretamente para o mercado de home video.

The Tribe tem a mesma premissa: vampiros adolescentes em Los Angeles fazem o que querem à noite e dois jovens acabam se envolvendo com eles. Os produtores conseguiram criar uma ligação, ainda que bem fraca, com o vilão do filme anterior, ao recrutarem Angus Sutherland, meio-irmão de Kiefer, para estrelear como o vampiro chefe. Conseguiram, ainda, achar Corey Feldman, que desapareceu completamente, para reprisar seu papel de Edgar Frog, o caçador de vampiros.

O filme começa nos apresentando a um casal de irmãos órfãos se mudando para a California. Um deles é Chris Emerson, um ex-surfista, vivido por Tad Hilgenbrink. Nicole, sua irmã (Autumn Reeser), logo se involve com Shane, o vampiro chefe da região, que inicia nela um processo de vampirização. Chris logo se socorre de Edgar Frog para, juntos, exterminarem a "tribo" de vampiros surfistas.

A estória nada mais é do que uma desculpa para cena atrás de cena de assassinatos ao estilo vampiresco. Muito sangue espirra, talvez até mais do que o corpo humano efetivamente tenha... Em suma é uma bobagem que está muito aquém de Let the Right One In e muito superior a 30 Days of Night mas que, apesar do esforço, não passa de um filmezinho mediano.

Nota: 5 de 10

sábado, 8 de agosto de 2009

Crítica de filme: G-Force (Força G)


Para o vastíssimo público que não podia esperar para saber como seria um filme produzido por Jerry Bruckheimer estrelando bichinhos falantes fofinhos, G-Force é sua resposta... Para todos os demais, sobra a pergunta: por quê?

Jerry Bruckheimer é um dos grandes gênios da ação no cinema e na televisão. É basicamente um Midas nesse quesito pois produziu, dentre outros, Beverly Hills Cop (todos), Top Gun, Flashdance, The Rock, Crimson Tide, Armageddon, Black Hawk Down, CSI (a série de TV e suas derivações), Pirates of the Caribbean (todos os três filmes da franquia bilionária), The Amazing Race (reality show), Without a Trace e Cold Case (duas séries de TV). Não estou falando da qualidade dos filmes pois alguns são bons (sim, gosto de Armageddon) e até muito bons (como The Rock) e vários são sofríveis como Pirates II e III, Beverly Hills Cop 2 e 3 e Black Hawk Down. Mas são todos filmes variados e de enorme sucesso.

Faltava, assim, um com porquinhos da índia falantes e treinados em técnicas de espionagem mas agora não falta mais. Podem colocar G-Force no currículo do cara!

G-Force é isso mesmo. Três porquinhos da índia e uma toupeira de Q.I. elevado e treinados como Navy Seals estão ameaçados de terem seu programa fechado pelo FBI por falta de resultados. Depois de uma missão falha, acabam numa pet shop e partem para uma aventura para evitar a destruição do mundo.

O filme é obviamente voltado para crianças, SOMENTE para crianças. É um show de efeitos especiais - bem feitos, aliás - que não acrescenta nada. Não é exatamente uma comédia mas sim um filme de ação com bichinhos falantes e inteligentes, sendo um deles, claro, flatulento. Afinal, piadas com flatulência não poderiam faltar em obras como essa ou em comédias americanas como regra...

O grande problema desse filme é a completa falta de novidade de sua força motriz: os tais bichinhos falantes. Antes uma novidade, hoje são lugar comum. Temos porcarias monumentais como Garfield (uma pena, pois as tiras em que o filme se baseou são uma das melhores obras em quadrinhos que já li, pelo menos na fase inicial) e coisas razoáveis como Underdog ou Alvin and the Chipmunks. Se somarmos a esses filmes live action os de computação gráfica puros, aí é uma festa pois temos Bolt, Madagascar, Ice Age e por aí vai. Aliás, falando em Bolt, G-Force é o segundo filme da Disney em um ano estrelando roedores em bolas de plástico. Estranho não?

Outro filme que me veio à cabeça assistindo G-Force na pré-estréia especial da Disney foi Cats & Dogs da WB. Esse filme, de 2001, tinha a vantagem de animais live action falantes serem novidades à época de seu lançamento. Seu conceito, a rivalidade entre cães e gatos altamente tecnológicos, também era muito bacana. A execução acabou sendo muito abaixo da expectativa mas, ainda sim, melhor que G-Force. Afinal, nada pode ser melhor que gatos ninja, não?

Assim, G-Force é um filme que diverte por alguns momentos, agradará os pequenos e os pais menos exigentes. No entanto, é plenamente esquecível e descartável, algo que, na verdade, está virando regra na Hollywood de hoje em que o estilo vale muito, mas muito mais que a substância.

Nota: 5 de 10