terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crítica de filme: RED (RED – Aposentados e Perigosos)

2010 será lembrado, provavelmente, como o ano dos filmes de reuniões improváveis. Tivemos Os Mercenários reunindo a galera parruda dos anos 80 com alguns atores mais novos. Tivemos, também, Machete, reunindo Danny Trejo com Michelle Rodriguez, Jessica Alba, Don Johnson e, por incrível que pareça, Robert de Niro.

Agora vem RED, em que o veterano Bruce Willis se junta aos também veteranos Morgan Freeman, John Malkovich e, impressionantemente, Helen Mirren. Dos três “filmes de reunião”, RED é, sem dúvidas, o mais fraco, porém.
O potencial estava lá? (1) o filme, para começar, é baseado livremente em uma estória em quadrinhos de mesmo nome de autoria do ótimo Warren Ellis; (2) os atores citados são todos ótimos em filmes de ação e ao menos Mirren e Malkovich, excelentes também em filmes sérios (vamos esquecer, por um momento, que Mirren fez Calígula) e uma reunião deles não poderia gerar nada ruim; (3) era para ser um filme leve, despretensioso e (4) o filme conta, ainda, com uma ponta do sensacional “pau para toda obra” Ernest Bornigne, ator de nada mais nada menos que 197 filmes, dentre eles clássicos imbatíveis como A Um Passo da Eternidade, Marty, Os Doze Condenados e O Destino do Poseidon.

A receita era perfeita, mas o bolo desandou completamente. Bom, não completamente. Dá para salvar algumas coisas aqui e ali, mas, no geral, o filme ficou bem abaixo das expectativas.

Mas vamos à trama, muito rapidamente. Vários agentes aposentados da CIA começam a ser alvos de eliminação pela própria CIA. Os chamados RED (Retired Extremely Dangerous ou Aposentados Extremamente Perigosos) são Frank Moses (Willis), Joe Matheson (Freeman), Marvin Boggs (Malkovich) e Victoria (Mirren). A tira-colo vem Sarah Ross (Mary-Louise Parker) interesse romântico de Frank Moses. Todos eles fogem da perseguição implacável de William Cooper (Karl Urban, bem no papel), um dos melhores agentes da CIA, ao mesmo tempo em que tentam descobrir porque foram marcados para eliminação.

É tudo desculpa, claro, para frases de efeito, ação ininterrupta e muita explosão. Isso tudo com generosas doses de atuações arquetípicas dos atores principais: Willis faz o durão invencível, Freeman faz o velho sábio, Malkovich faz o soldado maluco de pedra e Mirren faz a assassina que adora o que faz. Parker também atua de maneira padrão, como a dama em perigo.

Até aí, tudo bem. Mas o filme não decola em momento algum. Fica entre um filme de ação e uma comédia escrachada, sem, no entanto, ser um bom filme de ação ou uma boa comédia. Os atores estão claramente se divertindo mas tratam os personagens de maneira um tanto quanto blasé, sem efetivamente se empenharem.
O roteiro, então, nem se fale. A explicação que inventaram para fechar o filme é completamente sem pé nem cabeça e a resolução da trama é anti-climática e para lá de previsível.

Acho que, se não fosse o prazer de ver Ernest Borgnine atuando no alto de seus incríveis 93 anos como se fosse um jovem de 70, eu teria jogado a nota desse filme bem mais para baixo. Mas Borgnine merece todo meu respeito e ele rouba todas as (infelizmente poucas) cenas em que aparece. Se tivessem o colocado com um dos RED, o filme talvez tivesse sido muito melhor.

No final das contas, temos um filme sem personalidade, completamente esquecível e que tem duas ou três tiradas interessantes. Não é o suficiente considerando-se o que os roteiristas Jon e Erich Hoeber e o diretor Rober Schwentke tinham na mão como matéria prima.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes e Box Office Mojo.

Nota: 6 de 10

Um comentário:

  1. Ótimo como ação, mas fraco como comédia. De minha parte, vai um 7.0.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."