quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Jack of Fables - volumes 7 e 8

Os volumes 7 e 8 de Jack of Fables são respectivamente, o antepenúltimo e o penúltimo volume da série spin-off de Fables, que comentei aqui e aqui. Ela acabará no número 50, que será lançado em breve. Jack of Fables não é uma série sensacional como a que lhe deu origem mas diverte bastante.

No volume 7, chamado The New Adventures of Jack and Jack (colecionando os números 36 a 40 da revista), Bill Willingham decidiu dividir a atenção dos leitores entre Jack of Fables e seu filho Jack Frost, introduzido em volumes anteriores. Creio que a escolha do autor tenha sido para trazer um sopro de ar fresco às estórias de Jack que, além de já terem alcançado seu cume no final do volume 6, nunca foram especialmente atraentes. A nova linha de Willingham, porém, apesar de interessante, acaba se mostrando muito comum. Explico.


Para começar, Willingham resolve dar um "fim" ao seu personagem que, depois do crossover com Fables, ficou com o único objetivo de proteger sua fortuna. Para isso, anda com Gary, que agora não tem poderes mas que antes era um importante Literal, que animava objetos inanimados, procurando um lugar para esconder o que tem. Não vou revelar o que acontece mas devo dizer que Willingham no mínimo foi muito original para dar cabo de Jack. Apesar da originalidade, achei meio gratuito e deslocado na estória.

Ao mesmo tempo, temos a narrativa do começo das aventuras solo do filho de Jack, Jack Frost, nas Homelands. Ele devolve parte de seu poder para sua mãe e fica com aparência normal (antes ele era que nem o Homem de Gelo dos X-Men) mas ainda com uma certa quantidade de poderes próprios. Em seguida, depois de uma luta, ele faz amizade com uma coruja de madeira que logo de cara me conquistou por me lembrar de Bubo, a coruja do filme Fúria de Titãs (o original, não a refilmagem idiota desse ano). Vemos, também, a resolução de Jack Frost no sentido de que ele lutará para defender os fracos e oprimidos, sem pedir nada em troca, exatamente o total oposto de seu pai.

A virtude e inocência de Jack Frost são tratados de forma jocosa por Willingham, da mesma forma que ele tratou a malandragem e a experiência de Jack of Fables nos volumes anteriores. É uma forma boa mas, em última análise, cansativa de se fazer alguma coisa. A grande vantagem é que Jack Frost divide o volume 7 com seu pai, criando um razoável equilíbrio entre as estórias.

Não é, porém, o que acontece no volume 8, intitulado The Fulminate Blade e que coleciona os números 41 a 45 de Jack of Fables. Lá, Willingham foca somente em Jack Frost, em sua busca por uma missão verdadeiramente virtuosa, que possa lançá-los aos píncaros da fama e da coragem. Ele tenta de tudo no começo, até envolver-se com uma bruxa (que não é de se jogar fora, na verdade) e uma cidade ameaçada por um gigante celeste que exige o sacrifício de virgens. Sua missão, claro, é acabar com o tal misterioso gigante. Antes, porém, no melhor estilo Senhor dos Anéis, Jack tem que localizar e obter a arma que seria capaz de ceifar a vida do gigante: a Fulminate Blade.

Tem de tudo no volume 8: romance, comédia, traição, futilidades e ação. Segue a linha tradicional de Jack of Fables mas sem verdadeiramente inovar. O que o autor fez foi simplesmente trocar um herói asqueroso por um herói virtuoso.

O próximo volume será o último de Jack of Fables. Vamos ver o que Willingham fará com os personagens que criou.

Notas:

Volume 7 (The New Adventures of Jack and Jack): 7 de 10

Volume 8 (The Fulminate Blade): 7,5 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."