A cada filme que vejo do diretor espanhol Luis Buñuel, mais fascinado fico.
Há muitos anos vi Belle de Jour e considerei um dos mais sensacionais filmes que havia visto e isso sem nem saber quem foi Buñuel.
Há pouco tempo - uns 2 anos - passei a, vagorosamente, tentar ver tudo que ele fez. Ainda estou longe de ver os 34 filmes que ele dirigiu entre 1929 e 1977. No entanto, os sete filmes que vi são brilhantes. A única gradação que existe para eles são "muito brilhantes" e "menos brilhantes", como se fosse A+, A e A- em um prova.
Un Chien Andalou, primeiro filme dirigido por ele, em parceria com Salvador Dalí (!!!) é genial em todos os seus 16 minutos de surreal duração. Não tem como explicar, só vendo para crer (não propriamente para entender).
Ensayo de un crímen é a estória de um serial killer contada pelo próprio, em flashback. Só a mente do diretor para bolar algo tão sensacional!
Los Olvidados é um seríssimo filme sobre "juventude transviada" no México. Há claras e fortes denúncias sociais, mostrando a capacidade camaleônica do diretor.
Abismos de Passión é um ensaio fervoroso sobre amor e ódio.
Belle de Jour narra a famosa estória de uma linda mulher da alta sociedade que, à tarde, se prostitui. Doentio mas inacreditavelmente sensacional.
El Angel Exterminador é a surreal estória de convidados para um sofisticado jantar que, por uma inexplicável razão, não conseguem sair da festa. Só vendo para conceber.
Viridiana é uma virulenta crítica à Igreja Católica (algo que, aliás, ele deixa permear por todos os seus filmes) capitaneada pela futura freira que dá nome ao filme. Ela visita seu tio, logo antes de "entregar-se a Deus" e ele tenta estuprá-la mas desiste e, em seguida, se mata, iniciando a segunda parte de uma estória que só vai ladeira abaixo. A cena final - do jogo de cartas - é simplesmente perfeita.
Continuarei na luta para tentar completar a filmografia desse gênio da Sétima Arte e, como ele está em uma categoria acima, não vou nem me dar ao trabalho de dar notas aos seus filmes.