domingo, 26 de abril de 2009

Crítica de quadrinhos: The Dark Tower: The Gunslinger Born e The Dark Tower: The Long Road Home

Um pouco mais abaixo, aqui, fiz meus comentários sobre a série de livros de Stephen King chamada The Dark Tower (A Torre Negra). Como disse, demorei uns 5 anos para ler os 7 livros pois encontrei vários momentos chatos nesse longo caminho. Bem antes de acabar os livros, ouvi falar muito bem da adaptação aos quadrinhos da obra pela Marvel e resolvi colecioná-la. No entanto, tive que aguardar o término dos livros para começar os quadrinhos com medo de que esses últimos estragassem surpresas dos primeiros.

Demorou tanto, que a primeira série, chamada The Gunslinger Born acabou e outra, chamada The Long Road Home começou. Essa segunda acabou também e uma terceira, chamada Treachery, começou e acabou recentemente. Em maio, a quarta série, chamada The Fall of Gilead, começará. Como vocês podem perceber, as três primeiras séries foram um sucesso de público.

Vamos falar das duas que li.

The Gunslinger Born


A Marvel não queria correr riscos e decidiu, no lançamento da série em HQ de The Dark Tower, adaptar material previamente existente. Assim, pegou o melhor livro da série - Wizard and Glass - que conta a primeira missão do pistoleiro Roland Deschain e de seus amigos Alain Johns e Cuthbert Algood e o colocou no papel. 

O resultado, escrito por Peter David e desenhado por Jae Lee e Richard Isanove, é deslumbrante. Wizard and Glass já era um livro muito interessante mas a materialização em desenho do mundo de Roland é soberba. A estória, em 6 capítulos, foi meio que comprimida mas ficou igualmente interessante e, arrisco dizer, talvez até melhor que a obra em que foi baseada. Os diálogos são eficientes e a construção dos personagens bem cativante, com estória idem.

Porém, talvez por ser uma adaptação de uma obra reverenciada por um séquito de fãs, Peter David não se atreveu a escrever muita coisa diferente do que há no livro. Muito do texto é pinçado diretamente do livro e isso dá um certo engessamento à obra. Em determinados momentos, Peter David teve que dar uns pulos de continuidade, apenas para poder acabar sua obra em 6 capítulos e isso é sensível no resultado final.

De toda forma, é uma leitura prazerosa. A arte pintada de Jae Lee e Richard Isanove garantem isso.

Uma breve sinopse: a HQ conta como Roland Deschain ganhou o título de pistoleiro e sua primeira aventura junto com seus dois amigos de infância, na cidade de Hambry, onde encontra o amor de sua vida Susan Delgado. Os quatro têm que lutar contra o "homem de preto" e outros pistoleiros liderados por Eldred Jonas. Muito do que viria a ser o futuro solitário do pistoleiro é visto de relance nessa trágica estória, que acaba com nossos heróis em fuga.

Nota: 9 de 10

The Long Road Home


A segunda série começa exatamente onde a primeira acaba e mostra a volta dos pistoleiros à Gilead, sua cidade natal. 

O interessante dessa série e que ela representa a primeira vez que material original, não escrito por Stephen King, é criado em torno da saga da Torre Negra. Talvez por isso mesmo, essa segunda série seja ainda melhor que a primeira, apesar de seu roteiro bem mais limitado, por ser uma estória básica de fuga.

Nessa parte da estória, Roland está em coma e vivendo dentro de um bola de cristal rosa (explicar isso vai dar muuuito trabalho, portanto, apenas aceitem, por favor). Lá ele encontra o home de preto na forma de um corvo e tem que se deparar, pela primeira vez, com o Rei Rubro. 

Peter David, o roteirista, realmente pegou o jeito da coisa e nos apresenta uma estória instigante, conntada em dois turnos simultâneos: Roland dentro da bola e Alain e Cuthbert carregando o corpo inerte do amigo por paisagens inóspitas. As duas linhas de estória são muito bem amarradas e sua inevitável convergência ao fim é executada perfeitamente. 

Ficarei impressionado se Treachery, a terceira parte, mantiver essa qualidade.

Nota: 9,5 de 10

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