domingo, 26 de abril de 2009

Crítica de filme: Punisher: War Zone (Justiceiro: A Zona de Guerra)

Sabem o último Rambo, aquele em que Stallone mata uma centena de asiáticos das formas mais sanguinolentas possíveis?

Sabem as refilmagens recentes de filmes terror/carnificina tipo Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica e The Hills Have Eyes?

Sabe os filmes violentos dos anos 80 tipo Comando para Matar, Cobra e coisas do gênero?

Pois bem, nenhum deles se compara ao grau de carnificina explícita que Punisher: War Zone contém. Muitos filmes estão lá em cima no panteão das obras absurdamente violentas, mas a diretora Lexi Alexander (sim, uma mulher!) junto com Ray Stevenson (o Titus Pullo de Roma) conseguiram barrar todos os seus antecessores.  Se foi essa a intenção, parabéns!

Para que não sabe, essa é a terceira encarnação do anti-herói da Marvel que anda por aí com uma caveira no peito matando criminosos em vingança ao assassinato de sua esposa e filhos. Na primeira, de 1990, o "expressivo" Dolph Lundgren viveu o papel título. Ele usava uma roupa de motoqueiro de couro, não tinha muita tecnologia e caveira mesmo só em suas adagas e na esperta maquiagem tipo "sujeira" que dava a impressão que seu próprio rosto era uma caveira. Foi um filme de baixíssimo orçamento mas que eu considero o mais eficiente dos três. 

Na segunda encarnação, de 2004, Thomas Jane viveu o papel título. A própria escolha desse ator foi ridícula para o papel e o inimigo "mortal" ser o John Travolta apenas terminou por estragar a estória.

Na nova encarnação, Ray Stevenson está perfeito como o Punisher (tão "expressivo" quanto Lundgren), usa uma caveira grande mas razoavelmente discreta em seu colete à prova de balas (peça de vestuário essencial na profissão do sujeito) e sai arrancando a cabeça de qualquer pessoa que passa pela sua frente. Literalmente! Acho que a diretora deve ter algum fetiche por cabeças pois elas são quebradas, cortadas ao meio, decepadas, explodidas, atravessadas por flechas e tiros, socadas até afundarem e tudo mais. Um festival de sanguinolência extrema e, tenho que morbidamente confessar, muito divertida.

Acontece que, mesmo dentro de um filme claramente caricato, em que o inimigo é um cara vaidoso e narcisista (Dominic West de The Wire) que tem seu rosto completamente desfigurado pelo nosso herói e passa a desfilar com horrendas cicatrizes e a se chamar de Jigsaw (literalmente Quebra-Cabeças mas, nos quadrinhos em português, Retalho), a diretora exagerou. Tem cenas completamente ridículas como a que o Punisher enfia um lápis no nariz para ajeitá-lo, outra em que os "vilões" são imbecis que fazem Parkour (aquele esporte de se usar o mobiliário urbano para malabarismos que ficou famoso na abertura de Casino Royale) e por aí vai. 

É verdade que o filme não se leva a sério mas essas e outras cenas me fizeram rir e distrações assim são irritantes e completamente desnecessárias. Uma comparação justa seria com o último Rambo. No filme, Stallone mata quase um país inteiro mas não vemos o cara fazendo gracinhas idiotas. É metralhadora .50 toda hora. Já em Punisher, um soco do nosso amigo atravessa o rosto de um bandido paspalho; ele explode um fulaninho do Parkour com um míssel em plena cambalhota pelo ar; um mero assalto a uma loja de conveniência é mostrado com um atendente com a cabeça rachada por uma espada (!!!); o irmão de Jigsaw é um canibal... Fala sério... Não dava para simplesmente colocar o Punisher carregando uma metralhadora igual aquela do John Matrix e uma faca igual à de Marion Cobretti? Precisava das papagaiadas?

Mas o filme tem seus momentos. A carnificina de abertura é muito divertida, especialmente quando o Punisher quebra o pescoço da mulher do chefão mafioso com as mãos sem nem pestanejar. Outro ponto bem interessante é o momento "escolha de Sofia" ao final do filme, que poderia ser ridículo mas não é, tendo uma resolução muito satisfatória.

Acho bom a Marvel deixar de licenciar esse personagem para filmes solo pois ninguém acerta a mão com Frank Castle (a identidade do Punisher). 

Eu me diverti pela quantidade de bobagens que vi mas não dá para dar nota alta para essa pérola.

Nota: 4 de 10 (para fins de comparação a versão de 2004 levaria nota 3 e versão de 1990 nota 5)

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