terça-feira, 7 de abril de 2009

Crítica de DTV: Watchmen: Tales of the Black Freighter & Under the Hood (Contos do Cargueiro Negro e Sob o Capuz)

Definitivamente não podem acusar a Warner de ter economizado em Watchmen. Não sei se foi influência de Zack Snyder ou alguma paixão de um produtor pela obra original mas os caras não só fizeram um filme de super-heróis de quase 3 horas, não recomendado para menores de 18 anos, violento, de temática complexa, como, também, investiram na "estória dentro da estória" denominada Contos do Cargueiro Negro e, de quebra, em uma inteligente adaptação das páginas do livro Sob o Capuz, que aparece ao fim de alguns capítulos dos quadrinhos. Ambos foram lançados diretamente em DVD/Blu-Ray e eu não resisti aos impulsos e comprei.

Vamos, então, discutir cada um deles.


Tales of the Black Freighter (Contos do Cargueiro Negro):

Em um mundo onde os super-heróis existem de verdade, nada mais natural que os quadrinhos mais vendidos e lidos sejam os de piratas. Essa premissa simples mas inteligente é o que está por trás dos Contos. Em Watchmen, os quadrinhos, os Contos são "lidos" por um menino que fica a estória inteira sentado ao lado de uma banca de jornais. Nem toda a estória é mostrada em Watchmen mas o que não aparece em desenho, aparece em narração, que se mistura com a narração da estória principal. Contos do Cargueiro Negro comenta e encorpa  a narrativa de Watchmen, criando um mundo ainda mais real e próximo de nós.

Na estória, um único sobrevivente do ataque do Cargueiro Negro (um navio pirata) tenta desesperadamente voltar para casa, para sua esposa e filhas, antes que os amaldioçados piratas destruam sua cidade. Para voltar, ele faz uma jangada composta dos corpos de seus colegas de navio e sua descida ao inferno apenas começa aí. Não fica pedra sobre pedra, eu garanto.

São 26 minutos de um desenho animado estilo anime muito bem feito, que expande um pouquinho a estória original mas aborda todos os seus horripilantes detalhes sem deixar nada de fora. O personagem principal, vale notar, é muito bem dublado por Gerard Butler (o Rei Leônidas de 300).

A estória tem vida própria independentemente de Watchmen mas quem já leu os quadrinhos consegue fazer a ponte entre essa estória e a estória de Adrian Veidt, dentre outras. Sua futura re-inserção no filme poderá tornar a obra de Snyder ainda mais interessante pois certamente a tornará mais humana.

Nota: 8 de 10


Under the Hood (Sob o Capuz):

Under the Hood é o título do livro que, no mundo de Watchmen, Hollis Mason (o primeiro Nite Owl) escreveu contando suas peripécias como vigilante mascarado na década de 40. Holis Mason (vivido por Stephen McHattie), infelizmente, quase não aparece na versão para cinema de Watchmen mas, pelo que já li, sua participação integral foi filmada e está garantida na versão "do diretor" do filme. 

A transposição de Under the Hood para as telas não é direta. Zack Snyder e sua trupe imaginaram uma forma muito inteligente de trazer a obra para vida: um programa de jornal chamado The Culpeper Minute estáreprisando um documentário que preparou em 1975 sobre Under the Hood e é isso que vemos na tela. Temos o repórter estrevistando Hollis, a primeira Silk Spectre (Carla Gugino, que aparece no filme) e vários outros personagens que só vemos de soslaio na obra de Snyder. 

A reportagem nos conta a origem do primeiro grupo de super-heróis - os Minutemen - na década de 40, seu fim, o surgimento do Dr. Manhattan e seu impacto e, finalmente, o surgimento da segunda geração de heróis (a que vemos no filme). Muito interessante a execução da "reportagem" mas, claro, ela é intimamente ligada com os quadrinhos e com o filme, pelo que somente poderia agradar aos fãs, diferentemente dos Contos do Cargueiro Negro, que tem vida própria.

Nota: 7 de 10

Um comentário:

  1. Mas o primeiro Nite Owl não aparece no início do filme conversando com o segundo Nite Owl?! Lembra?

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."