Estou começando a notar um padrão. Minhas séries favoritas, com raras exceções, são séries que foram bruscamente canceladas. Basta ver os exemplos de Firefly e Kings. Não sei porque me torturo assim pois, como nos outros dois casos, comecei a assistir Sarah Connor Chronicles quando eu já sabia que a série havia sido cancelada.
Bom, o que posso fazer? Vamos à ela.
Na primeira temporada, somos reapresentados a Sarah Connor (a inglesa Lena Headey) e seu filho e futuro salvador da humanidade, John Connor (Thomas Dekker). Eles recebem ajuda de uma exterminadora "adolescente" batizada de Cameron (Summer Glau) e do tipo de Jonh, também vindo do futuro, Derek Reese. A breve temporada acaba no meio de uma impossível situação e é assim que a segunda começa.
De maneira brilhante, os produtores e roteiristas resolvem as pontas soltas da situação complicada da temporada anterior e, no mesmo ato, iniciam uma linha narrativa que começa a colocar em xeque a estabilidade e lealdade de Cameron. Essa é a linha mestra dessa temporada, juntamente com o aprofundamento sobre a misteriosa personagem Catherine Weaver, vivida pela escocesa vocalista da banda Garbage, Shirley Manson. Weaver é a presidente da Zeira Corp., empresa que pode estar por trás do nascimento de Skynet, que um dia destruirá o mundo.
Paralelamente, temos a introdução de duas importantes personagens, Jesse (Stephanie Jacobsen) e Riley (Leven Rambin), a primeira interesse romântico vindo do futuro de Derek e a segunda interesse romântico de John. Essas duas impulsionam muito da trama que se desenvolve, acabando com um sensacional episódio duplo que se passa em um flashback do futuro envolvendo Jesse e sua equipe de submarino comandada por um Exterminador reprogramado. Esse episódio, "Today is the Day", é angustiante e um dos vários pontos altos dessa temporada.
Enquanto isso, vemos o desenrolar da vida de James Ellison, agente do FBI que caçou Cromartie na última temporada e que testemunhou o massacre de seus colegas. Ele larga o FBI e une-se à Weaver, sem realmente saber do que ela é capaz. Dentre outras coisas, Ellison é recrutado para dar balizas morais à um importante personagem da primeira temporada que é "convertido" em outro completamente diferente ao longo dessa temporada.
É difícil listar as várias qualidades da segunda temporada de Sarah Connor Chronicles. A trama fica mais complexa mas os roteiristas o fazem de maneira muito inteligente e de maneira fiel à mitologia criada por James Camero na década de 80. Sem dúvida algum, com 22 episódios, a temporada é grande demais e vemos alguns episódios que não impulsionam efetivamente a trama. Um deles, porém, é tão bom que compensa os demais. Chama-se "Self Made Man" e trata unicamente de Cameron usando seu tempo livre (as noites basicamente, pois ela não dorme, claro) para caçar exterminadores. Nesse episódio ela investiga um possível exterminador erroneamente enviado para os anos 20.
A dualidade dos personagens é impressionante. Cameron, que tínhamos certeza, na primeira temporada, que era completamente "do bem", se mostra surpreendemente complexa, especialmente em se tratando de um ciborgue. Weaver é um mistério só. James Ellison às vezes parece um mero peão, outras vezes alguém que está no comando. Riley parece ser um personagem raso mas se revela bem mais complexa que imaginamos. O mesmo pode-se dizer de Jesse e de Derek. Acho que a única personagem que se mantém mais ou menos como a vimos na primeira temporada é Sarah Connor mas isso é positivo pois nos dá um ponto de referência, algo em que podemos nos fiar.
O último episódio é de tirar o fôlego, talvez um dos melhores encerramentos de temporada que já vi. Mas cabe um aviso: é um encerramento de temporada, não de série. As pontas abertas são várias, sem contar com as situações novas criadas. O grande problema disso é que, a não ser que esse pessoal aqui tenha algum sucesso, o que acho difícil, não teremos desfecho algum. Isso é enlouquecedor mas valeu a experiência.
Mais sobre a série: IMDB e TV.COM.
Nota: 8,5 de 10
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