Jacques Tatis é adorado na França. Para aqueles que não conhecem o Monsieur Hulot, sua criação máxima e que protagoniza Mon Oncle, pensem no Mr. Bean, personagem britânico criado pelo comediante Rowan Atkinson, um ser que não fala, é bastante atolado e vive a vida sem perceber as asneiras que faz.
Mr. Bean foi obviamente inspirado em Monsieur Hulot e Jacques Tati, por sua vez, tirou inspirações claras de Chaplin, Keaton e do conterrâneo e talvez criador do tipo (já que antecedeu todos os demais) Max Linder.
Acontece que Monsieur Hulot é um chato de galochas. Pronto, falei. Podem me apedrejar. Há tempos, no Club du Film, assisti As Férias de Monsieur Hulot (1953), primeiro longa metragem com o personagem e comecei ali a implicância com o ator e diretor. Personagem fraco e filme pior ainda. Mon Oncle é exatamente a mesma coisa que o primeiro filme, sem trazer nenhuma novidade.
Ok, há momentos de genialidade, como a tomada de Hulot subindo para seu apartamento e o design da casa futurista mas eles são poucos e insuficientes para compensar a lentidão da trama e a falta de graça de Hulot em si. Mr. Bean dá de 10 a 0 e olha que eu nem gosto muito de Rowan Atkinson.
O filme conta a estória de Hulot e sua incapacidade de se adaptar às novas tecnologias. Ele tem que conviver com seu cunhado e sua irmã, donos de uma casa futurista (muito brega mas engraçada) com direito a chafariz e tudo. O filme é uma sucessão de gags e brincadeiras nessa linha, com Hulot chegando na casa e basicamente destruindo tudo, depois Hulot na fábrica de mangueiras do cunhado chegando e destruindo tudo e por aí vai. A mesma coisa toda hora, sem nenhuma novidade. Chega momentos em que me deu vontade de ver um carro atropelando Hulot mas não tive essa sorte.
Se querem comédias francesas antigas, por favor procurem as brilhantes obras de Max Linder. Fujam de Hulot como o diabo foge da cruz...
Mais sobre o filme: IMDB e Rotten Tomatoes.
Sobre o Club du Film:
Há mais de quatro anos e meio, em 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II, do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, farei um post para cada filme que assistirmos, para documentá-los com meus comentários e as notas de cada membro do grupo.
Notas:
Minha: 2 de 10
Klaatu: 2 de 10
Barada: 5 de 10
Gort: 4 de 10
Tipo assim, a justificativa sobre você não gostar do Hulot não é muito esclarecedora. Respeito sua opinião, mas gostaria de entendê-la para não julgar sua atitude como "trolagem" ou ignorância.
ResponderExcluirComo eu não posso ser um "troll" no meu próprio blog (procure a definição de "troll da internet" para você ver o que é), então pode julgar minha atitude como ignorância, sem problemas. Eu não me considero um sabichão cinematográfico.
ResponderExcluirApenas digo o que eu acho. Eu não gosto do personagem criado por Tati, exatamente pelas razões que expliquei. Se você realmente respeita a opinião dos outros, então vai ter que aceitar essa. Os dois filmes de Tati que vi são muito ruins pois não me apresenta um protagonista realmente interessante. São filmes chatos e repetitivos e nada engraçados.
Veja Max Linder e compare os dois.