sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Crítica de filme: Hot Tub Time Machine (A Ressaca)

Vi esse filme há séculos nos EUA e já até havia me esquecido que ele existia. No entanto, como vai estrear nesse fim de semana, vale o comentário. Mas, claro, vou começar pelo óbvio: por que raios um filme chamado no original de Hot Tub Time Machine foi transformado em A Ressaca ao passo que The Hangover, que significa A Ressaca, foi transformado em Se Beber, não case??? Não dá para entender esses absurdos que os tradutores nacionais inventam...


Bom, chega de reclamação e vamos ao filme.

Hot Tub Time Machine é uma divertida - mas muito boba - comédia em que três amigos mais o sobrinho de um deles (meio que de penetra nessa estória) se reúnem para reviver os velhos tempos em uma estação de esqui. Ao chegarem lá, a estão de esqui de tantas memórias boas e ruins está caindo aos pedaços, em franca decadência. Meio sem terem o que fazer, os quatro se jogam na defeituosa banheira de hidromassagem da varanda do quarto (a tal hot tub do título) que, depois de sofrer um curto, se transforma em uma máquina do tempo (a time machine do título). Assim, os quatro são catapultados para 1986, exatamente o ano que mudou - ou não mudou, dependendo do ponto de vista - suas vidas.

O bacana do filme começa pelos atores. Temos John Cusack, no papel de Adam, um homem bem sucedido em termos monetários mas que acabou de tomar o pé na bunda da namorada; Craig Robinson no papel de Nick, um homem com um dos piores empregos do mundo (vejam o filme para saber o que é) e uma namorada que o trai e  Rob Corddry como Lou, um bêbado fracassado e suicida. O trio é hilário e até John Cusack, que para mim nunca ficaria bem em uma comédia escrachada como essa, se mostra em forma.

O outro ponto interessante do filme é que, para nós, espectadores, o trio mais o sobrinho de Adam aparecem como os atores normais, mais velhos. No entanto, nos olhos de todos em 1986, eles são jovens como eram na época (o sobrinho, Jacob, vivido por Clarke Duke, não muda a aparência nem aos nossos olhos, nem aos olhos do pessoal de 1986).

Além disso, a década de 80, já bem representada pelo próprio John Cusack (Sixteen Candles, Better Off Dead, Eight Men Out e Say Anything, dentre outros), conta com a presença de ninguém menos do que Chevy Chase. Eu adoro Chase e não o via há muito tempo em filmes. Sua ponta, de "faz-tudo" misterioso do hotel em que os amigos de hospedam, me lembrou a ponta de Bill Murray em Zombieland.

Ainda sobre a década de 80, os conhecimentos dos personagens sobre viagem no tempo são exclusivamente de filmes clássicos dessa época como De Volta para o Futuro e Exterminador do Futuro. Há vários momentos hilários às custas dessas grandes obras.

Mas o filme não é só alegria. Primeiro, apesar de retratar muito bem a década de 80, com as músicas e roupas cafonas bem características, ele se passa em uma estação de esqui, o que torna sua ligação com a década de 80 de países como o Brasil mais difícil. Mas isso, em si, não é um problemão, apenas um detalhe que me deixou cabreiro. O ponto principal é que o escracho do filme, basicamente representado pelas atitudes absurdamente politicamente incorretas de Lou, começa a diminuir a partir da segunda metade, culminando em situações moralizantes completamente descontextualizadas. Seria muito mais bacana se o filme terminasse na maior esculhambação no lugar do politicamente certinho.

De toda forma, vale a visita ao cinema.

Mais detalhes sobre o filme: IMDBRotten Tomatoes e Box Office Mojo.

Nota: 6,5 de 10

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