terça-feira, 28 de setembro de 2010

Crítica de filme: Amores Imaginários (Festival do Rio 2010 - Parte 4)

Quem participa de festivais de filmes sabe que, volta e meia, apesar do cuidado na escolha do que se vai assistir, escapa alguma coisa que você acaba não gostando. Diria que Amores Imaginários (Les Amours Imaginaires em francês e Heartbeats ou Love, Imagined em inglês) é minha primeira decepção.


Escolhi esse filme unicamente pela sinopse, sem nunca ter ouvido falar nele antes. Já fiz assim várias vezes e minha taxa de aproveitamento sempre foi muito boa. Infelizmente, Amores Imaginários vai para o lado ruim da minha estatística. Não tem nem muito o que falar sobre o filme pois ele é lento demais, repetitivo demais, chato demais.

A premissa até é interessante: um casal de amigos (Marie, vivida por Monia Chokri e Francis, vivido por Xavier Dolan, que também é o diretor e roteirista) conhece um rapaz, Nicolas (Niels Schneider) e ambos acabam se apaixonando por ele e passam a disputá-lo. Nicolas tem o mesmo grau de devoção em relação aos dois pretendentes, sem nunca favorecer ninguém. Isso só vai aumentando o nível de discórdia entre os dois amigos. Na mesma proporção, vai aumentando o nível de chateação do filme.

A trama funcionaria muito bem em um curta-metragem de não mais do que 30 minutos. O filme, porém, uma produção canadense que se passa em Montreal, tem 95 minutos de duração. E pareceu que eu estava há 6 horas no cinema, vendo Inland Empire (aquela maluquice total de David Lynch) em câmera lenta...

E o pior é que o filme faz um excelente uso da trilha sonora que, nos primeiros 30 minutos, me deixou esperançoso para, depois, só ir repetindo as situações e diálogos à exaustão, meio que se o espectador fosse incapaz de entender o que estava acontecendo. O filme também tem homossexualismo exacerbado sem justificativas algumas, a não ser, talvez, pelo chamado "shock value". Não é que eu tenha alguma coisa contra (vejam, por exemplo, meus comentários sobre o magnífico Direito de Amar. Quando o filme é bom, o filme é bom, não interessa o tema. Acontece que, em Amores Imaginários, o tema não era a homossexualidade mas ela é mostrada em todo seu vigor (ok, não é um Brokeback Mountain, devo confessar) enquanto que as demais relações sexuais são mostradas de maneira mais dentro do conceito do filme. Muito estranho e sem sentido.

Espero que minhas próximas escolhas sejam melhores.

Mais sobre o filme: IMDB.

Nota: 2 de 10

19 comentários:

  1. Se você não se encantou com o filme é porque com certeza não viveu nenhuma daquelas situações ou não entende coisa alguma de relacionamentos.
    E homossexualismo exacerbado? Então nossa não assista a "Canções de amor" irá odiar.
    O filme é incrivelmente lindo, sincero e delicado.
    Guarde suas pseudo resenhas para outros filmes.

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    1. Eu também achei "amores imaginários" um filme delicioso de se ver. Adorei.

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  2. Homossexualismo exacerbado?

    pelo amor de Deus... Então o que dizer de qualquer filme q tenha cena de sexo hetero tenha heterossexualismo exacerbado... aprenda a ter opiniões melhores.

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  3. Ao primeiro Anônimo: se é necessário ter vivido a situação de um filme para gostar dele, então há algo MUITO errado com o filme, pode ter certeza.

    Aos dois Anônimos: Sim, homossexualismo exacerbado. O filme não é sobre homossexualidade (se vocês entenderam assim, entenderam errado, me desculpe) mas sim sobre amizade, lealdade, traição e por aí vai. Ser homossexual, no filme, é apenas um detalhe que dá cor ao filme mas não é o foco. A relação entre a trinca principal está ok mas o que me incomodou no filme foram as completamente desnecessárias cenas de amor homossexual entre Francis e seus parceiros de cama. Compare essas cenas com as cenas de Marie e seus parceiros de cama. Espero que tenham entendido de onde vem o adjetivo "exacerbado" que usei.

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  4. Ah, tbm acho super exagerado o termo "homossexualismo exacerbado". O diretor é sim gay e isso fica claro em seu filme. Assim como ficou no primeiro, "eu matei minha mãe". No entanto, neste filme, Francis transa tanto quando Marie. A forma que o sexo é mostrada tbm é a mesma. Seria o caso, então, de ter "sexo exacerbado", não? Seja ele homo ou hétero. Vi o filme e gostei. Muito. A trilha sonora é cativante e a participação do Garrel é uma excelente forma de terminar o filme.

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  5. As cenas de sexo são diferentes quando Francis é o protagonista e quando Marie é a protagonista. No caso dele, há carícias e atos que simulam o ato de fazer sexo. No caso dela, ela somente aparece sentada fumando ao lado do parceiro na cama. Não há uma cena efetiva de sexo com ela. Daí minha classificação de "homossexualismo exacerbado" pois houve um claro desequilibrio entre as cenas.

    Mas isso é detalhe. O que importa mesmo é que, conforme escrevi, o filme é chato e repetitivo, pelo menos em minha opinião. Pode até passar uma mensagem que ecoa na juventude de hoje mas isso não quer dizer que o filme tem que ser bom.

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  6. Pfff nemli. Amigo suas resenha sucks.

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  7. Só sabe falar sobre homossexualismo?
    Cuidado tem um gay no su blog!!

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  8. Primeiro que fazer comparações entre esse filme e qualquer filme de um diretor como David Lynch em tom de ironia já é um grande erro. David Lynch é renomado e reconhecido como diretor, até por influenciar gerações até hoje. Ao menos você podería respeitá-lo, se não gosta do seu trabalho.

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  9. Suas críticas são muito bem desenvolvidas e, seu blog, muito bom. Porém eu penso que você exagerou na sua resenha deste filme.
    Eu concordo com os seu argumentos, tanto negativos quanto positivos. Porém discordo, por exemplo, quando você diz que os diálogos e as situações propostas no longa são exaustivos. Ao contrário, acho que a intenção do diretor era justamente criar um filme sem muitas pretensões, apenas relatando algumas decepções que nós passamos em nossas vidas, com um toque a mais de comédia e sinceridade. Que no final das contas, deixou o filme até com um ar mais charmoso. Eu, particularmente, estou um pouco cansado de comédias românticas clichês; e desses filmes dispostos a passar alguma lição de moral, nada mais que isso. Talvez por isso eu tenha admirado tanto esse trabalho do Xavier Dolan.

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  10. Ah sim, e só pra concluir.
    Discordo que o filme tenha cenas de homossexualismo exarcebado no seu decorrer. Muito pelo contrário. Acho que esse passa longe do rótulo de "filme gay" ou "filme com temática bissexual", ou qualquer coisa do gênero. Até mesmo pela forma em que os falsos depoimentos são conduzidos, em paralelo às cenas do filme.
    As cenas de sexo dos protagonistas com seus respectivos parceiros até podem ser um pouco injustas, já que vemos mais insinuações gays que heteros. Mas ainda assim não acho que seja algo assim tão exagerado ou explícito. Nada que me faça sentir incomodado, muito pelo contrário. Acho tudo muito leve, até as cenas de relações sexuais. São tão leves e bonitas, que chegam a ser poéticas. Por isso achei injusta a sua comparação com Brokeback Mountain, que nem é um filme ruim, diga-se de passagem.
    Talvez seja a hora de você rever um pouco seus conceitos. A pessoa pode até entender sobre determinado assunto (como você parece entender bastante sobre cinema), mas nunca desrespeitar ou desmerecer a opinião do outro, por mais que esse outro não entenda tanto quanto você. Quando você disse "o filme não é sobre homossexualidade -se vocês entenderam assim, entenderam errado, me desculpe", você sim que está errado. Cada um tem a sua opinião. Se os anônimos anteriores entenderam o filme como um filme gay, ninguém pode dizer que eles estão errados por isso. Opiniões devem ser, antes de mais nada, respeitadas.
    Bem, ao menos é o que eu penso. Parebéns pelo blog, é claro.

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  11. Ao Anônimo que disse "Pfff nemli. Amigo suas resenha sucks.":

    Genial seu comentário. Parabéns.

    Ao Anônimo que disse "Só sabe falar sobre homossexualismo?
    Cuidado tem um gay no su blog!!":

    Não sou eu que estou falando e sim as outras pessoas. O filme nem é sobre homossexualismo!

    Ao Anônimo que fala sobre a comparação com David Lynch:

    Eu respeito tremendamente David Lynch. Vi TODOS os filmes dele mais de uma vez. Em minha opinião - bem abalizada pois gosto dele e vi todos os seus filmes - Inland Empire é uma maluquice total extremamente cansativa. Ok? Foi só nesse nível que fiz a comparação, como está bem claro em meu comentário.

    Ao tomiq_:

    Gostaria que todos os comentaristas nesse blog fossem que nem você. Sabe discordar e dar sua própria opinião. Eu entendo seu primeiro post e concordo mas o filme não ressonou assim para mim, uma pena. Que bom que você tenha gostado.

    No seu segundo post, você diz que é matéria de opinião achar sobre o que é o filme. Eu vou tomar a liberdade de discordar um pouco. Muitas vezes, alguns filmes permitem que o espectador interpretem sobre o que ele é, tornando-se uma questão de opinião. Mas eu não creio que Amores Imaginários seja um desses. A temática do filme não é homossexualismo, mesmo que seu diretor o seja (o que pouco importa, na verdade). Brokeback Mountain, ao contrário, é sobre homossexualismo, ou melhor, a aceitação dessa opção pela sociedade e, principalmente, pelos protagonistas. Como você disse, Brokeback não é um filme ruim.

    De toda forma, respeito seu pensamento e obrigados pelos elogios.

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  12. Homossexualidade não é opção!

    E eu adorei "Amores Imaginários". O conceito de chatice varia muito de pessoa pra pessoa mesmo, pois eu adorei o filme, não consegui parar de ver, achei tudo preciso e apaixonante.
    Mas opiniões são opiniões!

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  13. Esqueci de dizer: as cenas de intimidade heterossexual e homossexual são proporcionais. Na verdade não há insinuação de sexo explícito em nenhum dos dois casos. O filme é "bem comportado", quase sessão da tarde. Não entendi de onde tirou esse "homossexualismo exacerbado"...
    Pelos comentários não percebe que está equivocado? Parece que só tu viu isso. Um filme não precisa ser do tema "Homossexualidade" para ter cenas disso. Basta ter um personagem homossexual.

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  14. naum sei de onde vc tirou o homossexialismo execerbado.
    vc diz que as cenas homossexuais sao mais explicitas que as heteros? naum concordo! inclusive com marie aparece o cara chupando o peito dela em camera lenta!

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  15. Filme chato e repetitivo de fato. Não vi nada demais no filme.

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  16. que crítica péssima.
    o filme não é lá essas coisas, mas existem motivos mais relevantes. argh!

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  17. a ultima coisa q vc entende eh de cinema

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    1. Verdade. E você certamente acha isso porque gostou do filme. Como eu não gostei ou eu estou errado ou eu não sei de nada. Genial!

      Obrigado por prestigiar meu blog.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."