quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Crítica de TV: Terminator: The Sarah Connor Chronicles - 1ª Temporada

Sarah Connor Chronicles é uma série de TV baseada na mitologia do Exterminador do Futuro que nasceu em 2008 e, por falta de audiência, veio a falecer nesse ano, com apenas duas temporadas de vida. Na verdade, nem bem foram duas temporadas completas pois a primeira só teve 9 episódios pois sofreu com a última greve dos roteiristas de Hollywood.

No entanto, Sarah Connor Chronicles, a primeira temporada, é melhor que o fraquíssimo Terminator Salvation desse ano, comentado aqui e, arrisco dizer, melhor também que Terminator 3: Rise of the Machines. Tanto é assim que a estória começa algum tempo depois dos eventos de Terminator 2: Judgement Day e, em seu desenrolar, absolutamente nega a existência da parte 3, o que é bom.

Sarah Connor Chronicles, como o nome deixa claro, foca em Sarah Connor, mãe de John Connor, o futuro salvador da humanidade. A série abre e ela está no meio oeste americano, com identidade falsa, sempre sendo exageradamente cuidadosa com seu filho. Por um impulso, Sarah abandona seu namorado e ela e o filho partem novamente para recomeçar a vida, apesar dos protestos dele. Esse evento cataliza sua localização por um andróide exterminador vindo do futuro para eliminar John Connor mas, ao mesmo tempo, permite que uma exterminadora enviada pelo próprio John Connor mais velho, equilibre as forças. De um lado, agora, temos Cromartie, o bandido à la Schwarzenegger e, do outro, uma exterminadora com cara de adolescente batizada de Cameron (adivinhem em homenagem a quem...). Convenientemente, porém, nenhum dos dois é um modelo T-1000, de metal líquido. São robôs "normais" que saem no tapa o tempo inteiro. Tenho certeza que a razão foi para não encarecer a produção com muita computação gráfica.

Logo no começo, uma interessante jogada com viagem no tempo, que não vou contar para não estragar, muda o rumo da estória e Sarah Connor, seu filho e Cameron, tentam, mais uma vez reconstruir suas vidas e destruir Skynet, a rede sapiente de computadores que, um dia, destruirá o mundo.

A série tem todos os elementos que são a marca registrada da franquia do Exterminador do Futuro e uma estória muito interessante que honra o que veio antes ao mesmo tempo que inova em alguns aspectos. Os efeitos também são bem decentes para uma série de televisão.

O que mais chama atenção, porém, para quem conhece e gosta dos filmes da série, é a caracterização de Sarah Connor. Seria difícil aturar uma Linda Hamilton machona e paranóica como vemos em T2. Entra, então, a inglesa Lena Headey para emprestar seu caráter ao personagem, sem, porém deformá-lo. Sarah é durona sim mas é sentimental e aceita ouvir os outros. Não é um soldado e sim uma mãe querendo proteger o filho mas que compreende que ser mãe é também soltar um pouco seu filho para o mundo e não encapsulá-lo.

John Connor, vivido pelo ator Thomas Dekker, ao contrário, é bem parecido com o John Connor que conhecemos em T2 mas sem a atitude rebelde extremada. A exterminadora Cameron é retratada por Summer Glau de forma razoavelmente eficiente. Digo razoavelmente pois precisei de alguns capítulos para efetivamente engolir que uma menina é capaz de descer a lenha em marmanjos e em um exterminador homem do porte do Governator. Até dá para aceitar mas fica mais fácil de engolir quando um personagem masculino (não robô) é introduzido no meio da temporada para criar equilíbrio. Não vou contar quem é pois é spoiler mas também está dentro da mitologia da série e sua entrada funciona direitinho, sem percalços e sem parecer forçado.

Sarah Connor Chronicles era uma série com potencial, pelo menos é isso que mostra a primeira temporada. Não sei se os produtores, na segunda temporada, deram uma de Lost, e começaram a enxertar um monte de maluquices para complicar a estória mas logo descobrirei. De toda forma, se Michael Ferris e John D. Brancato, roteiristas de Terminator Salvation, tivessem olhado para a série de TV e se inspirado um pouco, teriam feito algo anos luz melhor e mais coerente.

Nota: 7 de 10

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