Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).
Filme: Goldfinger
Diretor: Guy Hamilton
Ano de lançamento: 1964
Data em que assistimos: 28.01.2009
Crítica: Terceiro na série de 007, o espião mais famoso do mundo, Goldfinger é uma obra prima do gênero. Tem ação, aventura, machismo, vilões e piadas em quantidade e tons certos, em um filme cuja narrativa é tão "fora-desse-mundo" que ela nem interessa muito.
Auric Goldfinger é um daqueles típicos super-viões que os filmes de 007 consagraram, mas que já haviam sido consagrados em estórias em quadrinhos de super-heróis. É milionário, megalomaníaco e quer porque quer - sem nenhuma necessidade palpável ou plaúsivel - "dominar o mundo". É o estereótipo do vilão louco, na linha do que Lex Luthor para o Superman na era na Era de Ouro dos quadrinhos. É claro, cabe ao nosso infalível espião britânico, James Bond, sair ao encalço dessa ameaça, portando seus "gadgets", seu charme e seus ternos e smokings.
E chega de trama pois, como disse, ela não é importante. O que interessa é que:
1. Goldfinger tem como guarda-costas o surreal asiático Odjob, que porta um chapéu coco preto com aba de lâmina de metal, que ele usa para arremessar em seus inimigos, cortando até estátuas de mármore no processo;
2. Goldfinger contratou um time inteiro de mulheres piloto (todas lindas, claro) para executar o ultrajante roubo do Fort Knox e que essas mulheres são comandadas pela surrealmente batizada Pussy Galore, que, obviamente, acaba na cama (e no monte de feno) de James Bond;
3. Pussy Galore e Bond se apresentam com o melhor diálogo para esse fim escrito para cinema:
- My name is Pussy Galore.
- I must be dreaming.
4. Goldfinger mata uma mulher cobrindo-a de ouro ao ponto em que seus poros param de respirar (cena essa homenageada no recente Quantum of Solace, com a troca do ouro amarelo pelo ouro negro);
5. Goldfinger explica todo seu plano maquiavélico a Bond enquanto o espião está preso à uma mesa e um raio laser vai vagarosamente cortando a superfície e ameaçando sua vida (mas, claro, dando tempo suficiente para ele escapar);
6. James Bond usa - e destrói, claro - seu sensacional Aston Martin, equipado com um utilíssimo assento ejetor;
7. A música tema - Goldfinger - composta e interpretada por Shirley Bassey, é a melhor música de abertura de filmes de 007 e quiçá uma das 10 melhores músicas cantadas compostas para trilha de filmes.
Tudo isso somado à atuação de Sean Connery que sempre foi e continua sendo o melhor James Bond, torna o filme inesquecível e uma imperdível obra-prima "camp". Sei que a "nova geração" exige um Bond ao seu estilo mas eu fico com o clássico. Não tem comparação.
Notas:
Minha: 10 de 10
Klaatu: 10 de 10
Barada: 8 de 10
Nikto: 7,5 de 10
Comentários um tanto superficiais dessa vez.
ResponderExcluirÉ tão difícil comentar heróis e deixar os "super" um pouco de lado?