sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 06: Jaws (Tubarão)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: Jaws

Diretor: Steven Spielberg

Ano de lançamento: 1975

Data em que assistimos: 03.02.2009

Crítica: Muitos filmes têm trilhas sonoras sensacionais. John Williams mesmo, um dos maiores compositores para cinema e autor da trilha de Jaws, é também autor de trilhas memoráveis como as de Star Wars, Indiana Jones, E.T., Jurassic Park, Superman e tantas outras.

No entanto, Jaws é o único filme que tem uma trilha sonora que É o filme. Nenhuma outra obra cinematográfica pode verdadeiramente se gabar de sua trilha dessa forma. Só para usar os exemplos que dei, a trilha de Star Wars é sensacional mas associamos à ela o sabre de luz, a máscara de Darth Vader, os Jedis, a Estrela da Morte e outros elementos iconográficos do filme. O mesmo acontece com Indiana Jones, em que o chapéu e o chicote são símbolos do herói. E.T. tem o E.T., Jurassic Park os dinossauros e Superman, obviamente, o personagem título.

A trilha de Jaws, porém, é o tubarão. Foi notória a dificuldade de Spielberg para fazer funcionar um tubarão mecânico no set de filmagens e isso o forçou a diminuir a presença física do bichão, que basicamente só aparece no fim. No entanto, com a trilha, o gigantesco tubarão branco assassino está presente o tempo todo, mais até do que se aparecesse. Só para fins de comparação, vejam Deep Blue Sea com seus tubarões de computação gráfica e comparem-no à Jaws. Não estou dizendo que o primeiro não é bom mas apenas que os tubarões são banalizados ao extremo, não deixando espaço para a tensão que é trazida pela imaginação atiçada pela trilha de John Williams.

Pode parecer um demérito um filme ser lembrado apenas por sua trilha sonora mas não foi bem isso que disse. Spielberg demonstrou, em seu segundo filme para cinema (o primeiro foi Sugarland Express) que já tinha o domínio total da câmera. Seus "travelings" submarinos são sensacionais e a tensão que ele consegue criar ao focar na paranóia de Roy Scheider (Martin Brody, o chefe de polícia da pacata cidade de veraneio Amity), no fanatismo de Robert Shaw (o pescador destemido Quint, que adora passar as unhas em quadros negros) e na nerdice de Richard Dreyfuss (o cientista Matt Hooper) é além do sensacional. É difícil lembrar um filme moderno, que não seja de ação e lutas ininterruptas, que deixa a platéia tão desesperada quanto Jaws.

Spielberg, em 1975, ainda não tinha nome. Com esse filme, ele não só fez uma obra-prima do suspense como, também, criou o termo "blockbuster" (foi o primeiro) e mudou a estória do cinema. Nada mal para um cara que tinha 29 anos... 

Notas:

Minha: 10 de 10
Barada: 9 de 10 
Nikto: 8,5 de 10  

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