domingo, 22 de fevereiro de 2009

Crítica de filme: Milk


Milk é o quarto filme que concorre ao Oscar de Melhor Filme que assisto e minhas esperanças de encontrar algo realmente singular, que salve essa premiação, estão desaparecendo. Slumdog Millionaire, até agora, está ganhando de lavada.

Milk concorre aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção (Gus Van Sant, que nos trouxe o excelente e experimental Paranoid Park e o sério e emotivo Good Will Hunting), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem, Melhor Ator (Sean Penn, no papel título), Melhor Ator Coadjuvante (Josh Brolin), Melhor Trilha Sonora e Melhor Figurino.

O filme conta a estória real, passada na década de 70, do primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público nos Estados Unidos: Harvey Milk. Ele, chegando aos 40 anos e concluindo que nunca fez nada que se orgulhasse na vida, parte de Nova Iorque para San Francisco com seu namorado Scott Smith (James Franco) para tentar uma vida nova. Lá, consegue se tornar um lider de seu bairro (o famoso bairro Castro) e parte para tentar ser eleito Supervisor da cidade (algo como um vereador, imagino). Depois de tentar muitas vezes, ele acaba sendo eleito e parte para brigar pelos direitos dos homossexuais. Sua história é notória pois Harvey foi assassinado junto com o prefeito de San Francisco (não é spoiler pois isso é dito com 10 segundos de filme). O importante no filme é a ascensão desse líder e a inspiração que parece ter trazido.

Acontece que o filme é burocrático e arrastado. Nem parece um filme de Gus Van Sant. Falta vida à subida de Milk ao "poder" e muito do filme fica dependente da atuação de seus astros.

Sobre esse ponto, vale, de fato, o destaque para Sean Penn (que já ganhou o Oscar de Melhor Ator por Mystic River) que encarna um homossexual bem assumido ao ponto de eu ter saído convencido que Penn saiu do armário... Mas, falando sério, o cara está muito bem em seu papel e carrega o filme nas costas. No entanto, mesmo essa ótima atuação, ajudada pelos atores coadjuvantes, especialmente James Franco e Josh Brolin (esse último vive Dan White, que viria a ser o assassino), não é suficiente para salvar o filme de um lugar comum que incomoda. 

Outro ponto que não ajuda muito é que o movimento pró-gay parece que existiria apesar de Milk, ou seja, se o que estiver no filme for efetivamente a verdade, a atuação de Milk me pareceu reduzida, de menor importância no contexto geral. Essa característica esvazia o filme de qualquer força que poderia ter.

Definitivamente, com a exceção da atuação de Sean Penn, Milk não é material para o Oscar.

Nota: 6,5 de 10 

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