sábado, 24 de janeiro de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 04: Grapes of Wrath (Vinhas da Ira)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: The Grapes of Wrath

Diretor: John Ford

Ano de lançamento: 1940

Data em que assistimos: 21.01.2009

Crítica: The Grapes of Wrath é um filme de altos estratosféricos e de baixos abissais. Muito estranho mesmo.

Ele conta a estória de Tom Joad, vivido de forma magistral por Henry Fonda, que volta depois de 4 anos na prisão para sua casa em Oklahoma, logo após a Grande Depressão americana (a primeira...). Ao chegar em sua casa, encontra tudo abandonado, sem nenhum familiar, a não ser o chefe de uma outra família, em estado precário e se escondendo. Ao indagar o que aconteceu, Tom Joad descobre que todas as famílias da região, que são arrendatárias de seus terrenos sob o ponto de vista legal mas proprietárias sob o ponto de vista moral, estão sendo expulsas de suas terrras. Por sorte, Tom chega na véspera de sua própria família partir em busca da terra de plenitudes, a Califórnia. Durante a jornada, vemos a família Joad se despedaçando, junto com todos seus valores. É uma jornada bela mas tristíssima, arrimada na matrona da família Ma Joad, em um papel impressionante vivido por Jane Darwell.

A estória ia muito bem, com mortes, abandonos, brigas, numa clara projeção do que seria o futuro daquela família em frangalhos, em um país sem emprego para todos. Com dinheiro contado, ele são orgulhosos e recusam esmolas, querendo pagar pelo que comem. Tecnicamente, John Ford dá um show, com direção segura, um pouco em locação, um pouco em estúdio, mas sempre com uma fotografia em preto-e-branco de tirar o fôlego.

E esse é o auge do filme que, se continuasse no ritmo, mereceria uma nota altíssima.

No entanto, de repente, o filme descamba para um discurso comunista, mostrando a família chegando a um acampamento de sonho mantido pelo governo, em óbvia demonstração de como o Estado é algo importante (uma falácia, como todos sabemos hoje). Como se isso não bastasse, Tom passa a se tornar um pregador dos direitos dos mais fracos, iniciando, ao final do filme, um movimento sindical. Seu discurso de despedida é completamente inacreditável, artificial e forçado, como se o diretor tivesse se esquecido que estava adaptando um livro comunista e tivesse que enfiar o máximo de besteiras vermelhas no finalzinho. 

Ok, ok. É bem verdade que sou um cara mais de direita e o tema comunismo me incomoda por si só. No entanto, acho Encouraçado Potemkin uma obra sensacional. O que mais me incomodou em The Grapes of Wrath foi a mudança brusca e desnecessária de estilo, tom e discurso ao final do filme somente, que foi mal feita ao extremo e de má vontade, quase como se tivessem colocado uma arma na cabeça de John Ford. Bom, talvez tenha sido isso mesmo pois Ford era de direita...

Notas:

Minha: 7 de 10
Kaatu: 7 de 10
Barada: 7 de 10

Um comentário:

  1. Crítica: Foi Apenas um Sonho

    Olá,
    meu nome é Letícia Piroutek e envio esta crítica sobre o filme "Foi Apenas um Sonho" para que possa receber críticas construtivas sobre a minha própria crítica, tenho 16 anos e pretendo ser cineasta junto com minha irmã Melissa Piroutek,
    Atenciosamente,
    Letícia Piroutek

    Revolutionary Road visto de fora aparentemente é um bairro perfeito, aonde casais felizes e unidos vivem. Para mim, a intenção principal de Sam Mendes foi mostrar que nada é o que parece ser, e que as aparências realmente enganam. É um filme em que mostra o cotidiano da família Wheeler que se passa no ano de 1955, April (Kate Winslet) é uma atriz que por conta das circunstâncias vira um dona-de-casa infeliz e Frank (Leonardo DiCaprio) é um empresário que odeia seu trabalho. Com a atuação espetacular de Kate Winslet como April, vemos o quanto ela incorporou a personagem, e vemos no fundo de seus olhos o quanto ela se sente sufocada, presa e infeliz, com Frank não é muito diferente. April arranja um forma deles voltarem a ser felizes e propõe que se mudem para Paris, com tudo encaminhando para isso acontecer, e com April mais esperançosa que nunca, Frank recebe uma proposta para ser promovido, e iria ganhar muito mais dinheiro, antes de Frank resolver não se mudar para Paris eles conhecem John Givings (Michael Shannon) um lunático que estava no hospital psiquiátrico, e o que parece realmente aceitar e apoiar o casal com essa idéia precipitada. Frank não conta a April sobre o emprego de imediato, aparentemente tem medo que tudo desmorone de vez para ela, e é exatamente isso que acontece, o casal volta a se agredir mais que nunca, sendo que se sentassem e conversassem chegariam a um acordo, mas falam coisas que machucam até em nós. Eles encontram novamente com John, e ele descobrindo que April e Frank não vão mais para Paris fica extremamente perturbado e nervoso, e diz uma grande verdade para o casal, logo quando John vai embora o casal tem a maior briga de todas, e Leonardo DiCaprio solta toda a sua atuação extraordinária nos fazendo chorar e sentir junto com ele. Aconselho a verem o filme para o desenrolar da história. Peço também que prestem atenção em uma cena próxima ao final, em que os dois tomam café-da-manhã juntos, a intensidade dos olhares e dos sentimentos dos protagonistas é impressionante, a dor, a tristeza e a falta de esperança tudo junto podem ser sentidas por você.

    Sam Mendes quis mostrar que essa é a vida da maioria dos casais, e é realmente uma decepção para mim não concorrer ao Oscar, porque apesar da história simples, o filme é realmente espetacular, com roteiro de Justin Haythe e trilha sonora de Thomas Newman que deixam o filme ainda melhor. Kate Winslet com certeza merece o Oscar, assim como Leonardo DiCaprio que merece mais que nunca, mas infelizmente não foram indicados, a não ser Kate Winslet por ‘The Reader’ e Michael Shannon por ‘Revolutionary Road’.
    Texto por Letícia Piroutek

    Reovlutionary Road foi indicado por:
    Melhor Ator Coadjuvante – Michael Shannon
    Melhor Direção de Arte
    Melhor Figurino

    lele_cotton_candy@hotmail.com

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."