Já comentei The Curious Case of Benjamin Button mais abaixo, o filme com maior número de indicações ao Oscar esse ano, incluindo melhor filme (13 no total). Agora é a vez de The Reader (O Leitor, em português). Tentarei, até o dia da entrega dos prêmios, comentar ao menos todos os candidatos a melhor filme.
The Reader concorre às estatuetas de Melhor Filme, Melhor Diretor (Stephen Daldry), Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz (Kate Winslet).
O filme abre com Michael Berg adulto, vivido por Ralph Fiennes que, em flashback, nos conta a estória da perda de sua inocência. Aos 16 anos, em 1958 na Alemanha, ele se apaixona por uma misteriosa trocadora de bonde chamada Hanna (uma Kate Winslet quase feia), bem mais velha que ele. Ela ensina para ele os segredos do sexo e parece genuinamente gostar do garoto. Antes ou depois do sexo, ela apenas pede que Michael leia livros para ela, o que ele faz com grande prazer, mantendo até um "log" do que foi lido para a "namorada". Esse amor de verão logo acaba e Hanna desaparece. Anos depois, quando Michael está estudando direito, ele assiste a um julgamento de soldados nazistas e tem um choque ao descobrir que Hanna havia sido um e estava sendo julgada por seus crimes.
O filme é aflitivo nas reações tanto de Michael quanto de Hanna ao desenrolar dos fatos. Ela pouco se defende e ele fica com um enorme dilema entre ajudá-la ou ficar calado, tudo em prol, aparentemente, do tal segredo que é colocado em letras garrafais no poster acima, como se fosse um filme de detetive. No entanto, o tal segredo é óbvio e não tão importante assim para a trama que não pede ao espectador para "descobrir o segredo" mas sim para tentar entender o que se passa na cabeça dos personagens em momentos delicados. O filme trata não só da perda da inocência de um garoto como, também, de como as pessoas lidam com o peso da culpa.
A atuação de Kate Winslet é realmente sensacional mas, na segunda metade do filme, com ela envelhecida, sua maquiagem acaba atrapalhando sua atuação. É, definitivamente, uma das piores maquiagens que vi no cinema e isso me distraiu muito e reduziu o choque da atuação de Kate. Poderiam ter se esforçado um pouco mais nesse departamento.
De toda forma, o filme é um pouco arrastado a partir do momento em que Michael descobre que Hanna foi um soldado do regime nazista. Da mesma forma que em The Pianist, não consegui engolir a reação do personagem principal masculino, que toma decisões equivocadas todo o tempo. Tais decisões, ao menos, têm consequências psicológicas fortes nesse filme, o que aparentemente não ocorre em The Pianist, e Michael se vê distanciado do mundo e até mesmo de sua própria filha.
É um filme pesado mas que não flui muito facilmente, por vários problemas na direção e na maquiagem. Poderiam ter escolhido um candidato melhor ao Oscar de melhor filme.
Nota: 6 de 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."