sábado, 15 de maio de 2010

Crítica de quadrinhos: The Dark Tower: Fall of Gilead

A série em quadrinhos The Dark Tower é baseada na obra de mesmo nome do mago do terror Stephen King, que comentei aqui. Os dois primeiros arcos da estória, The Gunslinger Born e The Long Road Home são excelentes. O terceiro, Treachery, é lento demais, uma espécie de tempo para respirar antes da pancadaria. Fall of Gilead era para ser essa pancadaria.

A estória começa exatamente onde acaba o volume anterior, que tem um final chocante (pelo menos para quem não leu os livros de King, claro). Pegando esse gancho, as várias traições que começaram em Treachery continuam ativamente e, pelos 5 primeiros fascículos (contando com The Sorcerer, uma espécie de prelúdio para o arco de 6 revistas que forma Fall of Gilead), parecia que Robin Furth, Peter David e Richard Isanove, os responsáveis por trazerem a saga de Stephen King para os quadrinhos, tinham uma grande estória nas mãos.

No entanto, os dois últimos números, que contam o efetivo ataque de John Farson à Gilead é contado de forma apressada, sem uma passagem de tempo coerente, o que acaba retirando a importância do que acontece. O pior de tudo é que Roland, o pistoleiro e personagem principal da saga de King nada faz. Ele fica lá dizendo algumas frases bonitas mas ele não mostra nem um traço da liderança que esperamos dele, considerando o que acontece mais para frente, nos livros de King. Realmente não entendi a escolha de enfraquecer a personalidade de Roland. Também não entendi o subaproveitamento da personagem Aileen Ritter, introduzida no volume anterior como a única pistoleira mulher. Em Fall of Gilead, ela ganha um momento previsivelmente bacana e só.

As séries em quadrinho baseadas em The Dark Tower vêm vendendo bem e o quinto volume acabou de acabar (em breve comentarei aqui). Não haveria nenhum problema, creio, se os autores tivessem dedicado mais um número a desenvolver melhor a batalha, evitando que ela parecesse levar 15 minutos e sem parecer que os pistoleiros sobreviventes pouco se importassem com o resultado. Se os cinco primeiros números não fossem brilhantes, mostrando a queda dos regentes de Gilead, todo o volume seria imprestável.

Outro detalhe é que Jae Lee não participou desse volume, deixando Isanove com toda a arte. Isso retirou um pouco da dramaticidade dos desenhos dos volumes anteriores, contribuindo para deixar Fall of Gilead empatado com Treachery em termos de qualidade.

Nota: 7 de 10

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