sábado, 8 de maio de 2010

Crítica de filme: Duplicity (Duplicidade)


Duplicity é um delicioso filme de espionagem do tipo clássico, com várias reviravoltas bacanas e uma atmosfera limpa, quase na linha de uma comédia. O casal de protagonistas, Claire Stenwick (Julia Roberts) e Ray Koval (Clive Owen) funciona muito bem dentro da trama, ao mesmo tempo dando um ar de seriedade e de frescor ao filme, do tipo "não me leve muito a sério".



Roberts e Owen estão ótimos nos papéis, ambos de espiões industriais, trabalhando para empresas rivais. É bacana ver esse tema sendo tratado em um filme de maneira menos pesada e fora do âmbito governamental. Ver duas empresas de cosméticos se estapeando para descobrir o segredo uma da outra é bem divertido, especialmente quando seus respectivos donos são vivido por Tom Wilkinson (no papel de Howard Tully) e Paul Giamatti (no papel de Richard Garsik). O embate físico dos dois no aeroporto é impagável e, o final, muito espirituoso.

Mas o filme tem seus defeitos. Para começar, a trama é tão complicada que chegou um ponto em que eu resolvi desligar meus neurônios que até então estavam concentrados em entender cada detalhe do que estava acontecendo, em prol de um divertimento sem compromisso. Em segundo lugar, o filme é longo demais, com reviravoltas demais, algumas desnecessárias. O final é bom, algo que não fica completamente no clichê de Hollywood mas, mesmo assim, vem tarde demais e não é suficiente para nos fazer esquecer pelo que passamos para chegar naquele ponto. Acho que o diretor, Tony Gilroy, do excelente Michael Clayton, se perdeu ele mesmo no roteiro e pecou pelo excesso. Para ilustrar, o filme me deixou com a sensação que tenho quando entro em garagens de prédios cheios de colunas. A impressão que tenho é que o engenheiro colocou colunas demais desnecessariamente porque não tinha certeza se o prédio iria ficar de pé. É o que acontece em Duplicity: tem coisas demais no meio entulhando o filme.

Mas Julia Roberts e Clive Owen têm excelente química e é bacana vê-los trabalhando juntos. O filme diverte se não tivermos que fazer o cérebro trabalhar demais.

Nota: 7 de 10

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