sábado, 1 de maio de 2010

Crítica de filme: Shutter Island (Ilha do Medo)

Shutter Island é um filme de suspense de Martin Scorsese, que tenta emular Alfred Hitchcock, estrelando Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo, com personagens coajduvantes vividos por Ben Kingsley e Max Von Sydow. Fórmula perfeita para a perfeição, sob todos os aspectos.

No entanto, o filme, por algum razão que não sei dizer exatamente, acabou não ficando mais do que bom.


Vamos começar pela estória. Baseado em livro de mesmo nome por Denis Lehane (autor de Mystic River, adaptado para cinema por Clint Eastwood), dois Marshalls - DiCaprio e Ruffalo - vão à uma ilha manicômio, chamada Shutter Island, para investigar a fuga de uma das doentes mentais, que teria assassinado os filhos. No entanto, logo ao chegarem lá, os dois começam a perceber que nada é o que se parece e uma tempestade acaba os prendendo na ilha.

Vou tentar explicar o que senti., começando pelo aspectos positivos. Primeiro, temos a sensacional fotografia, homenageando o estilo do mestre do suspense e nos colocando firmemente em 1954, quando se passa o filme. Está tudo lá. Depois, temos a trilha sonora que é um deleite Hitchcockiano. As cores, todas elas em tons de cinza, são lindíssimas, evocando muito bem o clima lúgubre da ilha título. Temos DiCaprio e Ruffalo vivendo os colegas policiais Teddy Daniels e Chuck Aule, no melhor estilo noir. Ben Kingsley e Max Von Sydow vivem o Dr. Cawley e o Dr. Naehring respectivamente, com uma enorme qualidade de vilões.

Todas as peças da trama se encaixam muito bem mas, apesar do final com um aparentemente inesperado twist, ele é tão óbvio que dói. Deu para deduzir a trama toda nos primeiros 5 minutos de projeção. Mas não julgo o filme pela fragilidade do twist pois, diferente dos filmes de Shyamalan, que dependem de não se adivinhar o twist, Shutter Island vive muito bem com ou sem ele. O que enobrece o filme é a direção segura - obviamente - de um dos maiores diretores da atualidade e as atuações excelentes dos quatro atores principais.

E aí eu volto a me perguntar: o que exatamente eu não gostei no filme? Pois é, difícil de saber. Talvez se eu assistir novamente eu mude de idéia mas simplesmente não me envolvi com a trama, que é narrada de maneira fria e distante, quase que como se Scorsese estivesse fazendo um esforço muito grande para encarnar Hitchcock. Tudo soa um tanto artificial e forçado, apesar da trama fazer um certo sentido se nos abstrairmos um pouco da realidade quando o grande "final" é revelado. Essa vontade de um mestre de emular outro mestre talvez tenha me dado desconforto pois Scorsese tem seu próprio e sensacional estilo. Acabou resultando em um Scorsese de segunda.

Nota: 6,5 de 10

Um comentário:

  1. Pô, você viu o filme sabendo o final ou já tendo adivinhado... Aí, realmente, não tem a menor graça. É o mesmo que ver O Sexto Sentido ou Os Outros, sabendo como acaba... Acho que foi por isso que você não gostou.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."