quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

9/11: o prelúdio

Querem ver um filme sobre o atentado de 11 de setembro de 2001 em que ele não é mencionado e que não tem nenhuma filmagem de Nova Iorque?

Vejam Charlie Wilson's War. O filme, estrelado por Tom Hanks no papel título, um congressista norte-americano representante do estado do Texas, conta a estória por trás do evento que acabou culminando com Osama jogando aviões no World Trade Center.

Charlie Wilson, porém, não é o vilão, mas sim o mocinho. Graças a ele, conta o filme, os Estados Unidos ajudaram de verdade (além de mandar John Rambo, claro) o Afeganistão na luta contra os Soviéticos no final de década de 80. Ele conseguiu inflar o orçamento para a guerra suja da CIA que, por sua vez, fazia com que armamentos pesados e treinamento chegassem ao alcance dos Mujahideen do Afeganistão. Com essa ajuda, os guerrilheiros humilharam o exército Soviético da mesma forma que os Vietcongues, com a ajuda Soviética, humilharam o exército Americano. Foi uma vingança perfeita dos Americanos.

Charlie foi ajudado por uma americana de ultra-direita do Texas, a milionária Joanne Herring (Julia Roberts), que usou de sua influência para apresentá-lo às pessoas certas. Também teve um importante papel o agente da CIA Gust Avrakotos, vivido por Philip Seymour Hoffman. Os três atores brilham em seus respectivos papéis, com especial destaque para Hoffman, como sempre.

O filme, em si, é uma jóia pois tem humor, sofisticação e ação em doses certas. Parece leve mas, na verdade, é muito forte e pesado, com forte crítica política, pois não só mostra as atrocidades que os Soviéticos impingiram ao povo afegão mas porque também - e principalmente - serve de tenebroso prelúdio para um dos momentos históricos recentes mais poderosos do mundo: o primeiro ataque ao continente norte-americano.

Mais para o final do filme, fica aquela sensação, aquele engasgo na garganta no sentido de que tudo poderia ter sido evitado se as decisões políticas corretas tivessem sido tomadas após a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão. É de arrepiar os cabelos...

Nota: 8,5 de 10 

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