quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Crítica de filmes: Buñuel

A cada filme que vejo do diretor espanhol Luis Buñuel, mais fascinado fico.

Há muitos anos vi Belle de Jour e considerei um dos mais sensacionais filmes que havia visto e isso sem nem saber quem foi Buñuel.

Há pouco tempo - uns 2 anos - passei a, vagorosamente, tentar ver tudo que ele fez. Ainda estou longe de ver os 34 filmes que ele dirigiu entre 1929 e 1977. No entanto, os sete filmes que vi são brilhantes. A única gradação que existe para eles são "muito brilhantes" e "menos brilhantes", como se fosse A+, A e A- em um prova.

Un Chien Andalou, primeiro filme dirigido por ele, em parceria com Salvador Dalí (!!!) é genial em todos os seus 16 minutos de surreal duração. Não tem como explicar, só vendo para crer (não propriamente para entender).

Ensayo de un crímen é a estória de um serial killer contada pelo próprio, em flashback. Só a mente do diretor para bolar algo tão sensacional!

Los Olvidados é um seríssimo filme sobre "juventude transviada" no México. Há claras e fortes denúncias sociais, mostrando a capacidade camaleônica do diretor.

Abismos de Passión é um ensaio fervoroso sobre amor e ódio.

Belle de Jour narra a famosa estória de uma linda mulher da alta sociedade que, à tarde, se prostitui. Doentio mas inacreditavelmente sensacional.

El Angel Exterminador é a surreal estória de convidados para um sofisticado jantar que, por uma inexplicável razão, não conseguem sair da festa. Só vendo para conceber.

Viridiana é uma virulenta crítica à Igreja Católica (algo que, aliás, ele deixa permear por todos os seus filmes) capitaneada pela futura freira que dá nome ao filme. Ela visita seu tio, logo antes de "entregar-se a Deus" e ele tenta estuprá-la mas desiste e, em seguida, se mata, iniciando a segunda parte de uma estória que só vai ladeira abaixo. A cena final - do jogo de cartas - é simplesmente perfeita.

Continuarei na luta para tentar completar a filmografia desse gênio da Sétima Arte e, como ele está em uma categoria acima, não vou nem me dar ao trabalho de dar notas aos seus filmes.

Um comentário:

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."