Wanted é um daqueles filmes que, de forma emblemática, caracteriza o verão americano atual: muitos efeitos especiais, pouca estória e muita pancadaria. As fórmulas usadas por Hollywood já estavam ficando gastas e Wanted é, na verdade, uma grata surpresa.
O diretor que trouxe esse frescor à Wanted é Timor Bekmambetov, que capitaneou Night Watch e Day Watch, dois filmes que formarão uma trilogia com o vindouro Twilight Watch. O primeiro filme, de produção russa, não faz o menor sentido. O diretor brincou com visuais estonteantes e ganhou as massas na Rússia. Day Watch, sua continuação, já teve algum dinheiro injetado por Hollywood mas o diretor, aparentemetne embebido em seu successo anterior, conseguiu fazer menos sentido ainda. Ainda por cima, Day Watch é extremamente chato. O visual, porém, era fantástico, com carros subindo prédios e outras coisas bem interessantes.
E foi o visual que Timor trouxe à sua mais recente obra, baseada nos quadrinhos famosos de Mark Millar (o cara "quente" da Marvel hoje em dia). Dos quadrinhos, ao que me consta, não sobrou muita coisa, a não ser o conceito de uma fraternidade milenar de assassinos.
O dinheiro de Hollywood, porém, trouxe mais coisas: Morgan Freeman (Sloan), como o chefe de uma irmandade de assassinos, Angelina Jolie (Fox) como uma super-assassina que recruta James McAvoy (Wesley Allan Gibson) para vingar a morte de seu pai, assassinado por um ex-membro da irmandade vivido por Thomas Kretschmann (Cross). Ah, tem também Terence Stamp.
O roteiro é isso aí mesmo que acabei de escrever mas o "tchan" do fime são as balas curvadas, o "car-fu" estilo Speed Racer em perseguições estonteantes e os efeitos visuais. Não espere muita coerência do filme mas espere muita adrenalina e muita doideira a começar pela habilidade de Gibson de atirar em asas de moscas, passando por banheiras curativas e assassinatos a quilômetros de distância. Há uma seqüência que se passa em um trem que é sensacional. O filme é pura diversão e, às vezes, isso é tudo que é necessário.
Mas há pequenas coisas interessantes que vão além de um filme descerebrado: uma interessante "sub-plot" que trata da identidade das pessoas e como nós não sabemos realmente quem somos e um surreal desapreço pela vida humana. Sobre esse último ponto, vale lembrar que os filmes, hoje em dia, têm a irritante mania de serem politicamente corretos e, sempre que um inocente morre, há necessidade de vingança, pesar, penitências e coisas do gênero. Nesse filme, esses "detalhes" não são nem discutidos. Gibson leva, tipo, 2 segundos com dúvidas sobre matar ou não matar e, depois, nem mais pensa no assunto. Definitivamente, é um filme politicamente incorreto, com grandes visuais e boas sacadas.
Só um detalhe ruim, mas que não é culpa do diretor: as legendas em português no cinema estavam completamente erradas, fazendo menos sentido que o próprio filme. Faltou capricho na tradução, algo indesculpável, em minha opinião.
Nota (desconsiderando as legendas): 7 de 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."