quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Crítica de filme: Extremely Loud & Incredibly Close (Tão Forte e Tão Perto)

Eu bem que tentei enxergar a trama por trás de Tão Forte e Tão Perto mas o histrionismo do menino Oskar Schell (Thomas Horn) me impediu na maioria do tempo. Durante os intermináveis 129 minutos de projeção, eu me remexia na cadeira do cinema, tentando encontrar posição para aturar os longos monólogos de cultura de "rádio-relógio" desse pseudo-geninho de 9 anos que perdera o pai (Tom Hanks, em uma ponta no papel de Thomas Schell) no atentado terrorista de 11 de setembro de 2001.


Assim que consegui meio que sublimar esse insuportável personagem (acho que consegui fazer que nem naqueles filmes em que o diálogo fica abafado, lá no fundo, quase ininteligível), eu até que apreciei a "pegada" do diretor Stephen Daldry ao contar, sob um ângulo bem diferente, as consequências daquela fatídica data. Baseado em romance de 2005, de Jonathan Safran Foer, transformado em roteiro cinematográfico por Eric Roth, Stephen Daldry transforma a perda em uma espécie de caçada por toda Nova Iorque por uma fechadura em que uma chave achada por Oskar em um vaso azul que pertencia ao pai talvez se encaixe.

Para alcançar esse objetivo, o tal pseudo-geninho cria um complexo sistema de verificação de nomes e sai visitando cada um dos potenciais donos da fechadura (ou pelo menos alguém que saiba para que serve a chave). Linda Schell (Sandra Bullock, também em uma ponta) é a mãe de Oskar que não tem muito mais o que fazer a não ser ver o garoto entrar e sair de casa cumprindo sua tarefa secreta.

Mas, de novo, só conseguimos ver essa estória - marginalmente interessante, diga-se de passagem - se conseguirmos nos abstrair de Oskar e isso é uma tarefa impossível pois ele é onipresente. Mais para frente, porém, temos uma espécie de prêmio de consolação: entra o grande e incomparável Max von Sydow no papel de um senhor mudo e misterioso (mas só para quem nunca viu nenhum filme na vida) que vive intermitentemente alugando um quarto no apartamento da avó de Oskar (Zoe Caldwell). Apesar de nada falar e só se comunicar por meio de um bloquinho em que escreve (com uma bela letra, aliás) suas mensagens, Max von Sydow dá um banho de atuação e, com isso, faz o filme valer minimamente a pena.

Também não posso deixar de chamar atenção para a atuação de Viola Davis como Abby Black, a primeira pessoa que Oskar visita em sua enorme lista. Ela pouco aparece mas seus breves momentos mostram que ela é mesmo uma grande atriz.

O filme não seria absolutamente nada demais não fossem as atuações que mencionei e a bela conversa final entre mãe e filho, que realmente emociona e faz a diferença quando já havia perdido as esperanças. No entanto, o menino Oskar e as incessantes tentativas de Daldry de nos fazer acreditar nele e em sua busca, acabam por corroer o filme completamente, retirando qualquer potencial que a obra original porventura tivesse.

Tão Forte e Tão Perto concorre a dois Oscar: Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 4 de 10

2 comentários:

  1. O moleque mais chato da história do cinema.
    Ótima crítica!

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  2. Ainda não tive a oportunidade de conferir, mas pretendo fazer em breve. Afinal, é Daldry.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."