domingo, 18 de abril de 2010

Crítica de TV: Prison Break - 4ª Temporada

Prison Break acabou e, na verdade, a série acabou vivendo mais do que deveria. Na primeira temporada, vemos Michael Scofield (Wentworth Miller) tentando libertar o irmão, Lincoln Burrows (Dominic Purcell), de uma prisão de segurança máxima, por um assassinato que ele aparentemente não cometeu. Michael é um geninho e seu plano para escapar da prisão com o irmão é para lá de complicado: ele tatua no corpo todo instruções de "como escapar" e finge assaltar um banco apenas para ser mandado para a mesma prisão do irmão. Lá, ele começa a articular a fuga e a temporada acaba com eles fugindo (não é spoiler pois o bacana é o como, não o final em si).

Na segunda temporada, nós vemos que os planos de Michael não se limitavam à fuga, mas sim, também, a tudo o que deveria acontecer depois da fuga. Mais planos complicados, mais problemas, mais reviravoltas.

Aí veio a terceira temporada, um tanto quanto forçada mas também interessante. Dessa vez, Michael é que foi parar em uma prisão panamenha e tem que usar sua massa cinzenta para escapar de lá. Seu irmão o ajuda do lado de fora.

Quando acabou essa temporada, imaginei que nenhuma temporada poderia amarrar as pontas soltas deixadas pela 3ª e acabei demorando bastante para ver a 4ª e última. Foi uma grata surpresa quando comecei a assistir e a gostar de cada um dos 22 episódios da temporada final.

No entanto, para gostar dela, há a necessidade de esquecermos as premissas básicas de Prison Break. Não é que não ocorram fugas na quarta temporada. Ao contrário: cada episódio é uma espécie de fuga. Michael, Lincoln e toda a gangue, agora, são recrutados por um oficial da Homeland Security, Don Self (Michael Rapaport), para derrubar a enigmática e poderosa The Company, entidade que estaria por trás de todas as mazelas sofridas pelos irmãos.

Michael tem que pensar rápido em cada episódio, criando planos mirabolantes a cada minuto para libertar reféns, entrar em cofres, furar túneis, impedir assassinatos, descobrir pistas e muito mais. Os produtores resolveram esquecer de vez a pouca verossimilhança da série e partir logo para o total e absoluto exagero, com 10 reviravoltas e 15 revelações chocantes por episódio.

Como disse, cada episódio é um Prison Break inteiro e isso dá uma dinâmica muito interessante, que torna perigoso o espectador piscar pois ele pode perder algum detalhe bacana. Mas também é uma fórmula cansativa e os roteiristas, pelo que parece, perceberam isso. Assim, lá pela metade da temporada, a dinâmica  muda completamente, com toda a caçada dos primeiros 10 ou 11 episódios dando lugar a uma nova caçada, também muito interessante e com mais reviravoltas ainda. Essa capacidade dos roteiristas de sacudirem a série, apesar de utilizarem, em linhas gerais, a mesma fórmula, impede que ela fique enfadonha.

O final, para aqueles que ainda não viram e têm receio de que não seja satisfatório, é bem redondo, com todas as pontas devidamente fechadas. Além disso, é um final definitivo, sem nada aberto para dar azo a mais  filmes ou séries. É bem verdade que há um filme lançado após o fim dessa temporada (The Final Break) mas ele não é exatamente uma continuação. Explicar mais é estragar a série. Em breve farei meus comentários sobre o filme.

Assim, por ter sido reinventada, Prison Break, em sua quarta temporada, consegue ser tão boa ou, arriscaria dizer, até melhor que a primeira, isso desde que o espectador esteja apto a aceitar as maiores barbaridades (no bom sentido) em termos de roteiro...

Nota: 9 de 10

Um comentário:

  1. Confesso que a serie mexeu com meu psicologico, não sei mas autruismo mexe comigo.E o mais interessante é que a forma de amor existente é linda

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."