terça-feira, 2 de março de 2010

Crítica de filme: The Blind Side (Um Sonho Possível)

Quem diria a Sandra Bullock concorrendo ao Oscar de melhor atriz e o filme em que ela estrela concorrendo a melhor filme...

Pois é, os tempos mudam. O último (o único na verdade) filme bom que eu me lembro ela ter estrelado foi Speed e mesmo lá ela só não atrapalhou pois o bacana era a trama. The Blind Side é, sem dúvida, o melhor papel de Bullock mas nem por isso acho que ela efetivamente mereça o prêmio. Ela está muito bem como uma sulista republicana conservadora que adota um gigante negro e meio bobo como filho mas ela precisa comer ainda muito feijão com arroz para chegar ao patamar de grande atriz.

De toda forma, The Blind Side é um filme bem sessão da tarde que diverte, sendo mais admirável por ser baseado na realidade do que por qualquer qualidade técnica, seja na direção de John Lee Hancock (diretor quase estreante) ou no roteiro dele baseado em livro de Michael Lewis.

O filme nos mostra como muda a vida de Michael Oher (Quinton Aaron, muito bem), um negro de porte avantajado, quando ele é adotado por uma família 100% branca e conservadora, já com dois filhos, em Memphis, Tennessee. A família Tuohy, liderada pela forte e decidida Leigh Anne (Bullock, loira e muito em forma, diga-se de passagem) ajuda Michael a realizar todo o seu potencial não só nos estudos mas, principalmente, no futebol americano. No entanto, o mais importante mesmo é a contribuição silenciosa e inadvertida que Michael dá à família: ele faz com que os Tuohy reflitam sobre a realidade em que vivem e consigam efetivamente entender e apreciar o quão abençoados são. Seria um conto de fadas se não fosse uma estória verdadeira.

O grande problema do filme é parecer demais exatamente um conto de fadas. Tudo se encaixa perfeitamente, que nem aquelas peças de Tetris caindo em modo super fácil no videogame. Não há conflito algum; tudo acontece com extrema naturalidade. Não li o livro que deu base no filme mas fiquei com a impressão que o diretor/roteirista açucarou um pouco demais a estória, impedindo que o filme tivesse um clímax e uma resolução satisfatória. Não é que o filme desagrade. Como disse, é uma sessão da tarde que, por definição, é um filme bom mas simples, unidimensional, um mero passatempo.

Outro detalhe é que o diretor não precisava de 128 minutos para alcançar o resultado que alcançou. O filme seria muito mais dinâmico se tivesse menos 20 ou 25 minutos.

Nota: 7 de 10

Um comentário:

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."