domingo, 7 de março de 2010

Crítica de filme: Nine

Nine é um musical dirigido por Rob Marshall (do mediano Chicago, também musical) e foi basicamente o sustentáculo da estratégia de marketing dos irmãos Weinstein para chamar atenção para sua quase falida produtora na festa do Oscar. Não deu muito certo. O filme foi um fracasso de crítica e de bilheteria, amealhando, apenas, indicações para Melhor Atriz Coadjuvante (Penelope Cruz), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Canção Original (Take it All).

E a explicação é muito simples: o filme é muito ruim.

Apesar da reunião de um elenco impressionante, não há nada no filme que realmente chame a atenção do espectador, a não ser seus defeitos gritantes. Os irmãos Weinstein conseguiram juntar, em um filme só, o excelente Daniel Day-Lewis (ganhador de dois Oscar de melhor ator) no papel principal e mais a já mencionada Penelope Cruz (ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante no ano passado), Marion Cotillard (ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2008), Nicole Kidman (ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2003), Judi Dench (ganhadora do Oscar de melhor atriz em 1999), Sophia Loren (ganhadora do Oscar de melhor atriz em 1962 e de um Oscar honorário pelo conjunto da carreira em 1991) e Kate Hudson (única do elenco que não foi "oscarizada" mas que concorreu ao prêmio de atriz coadjuvante em 2001). Com um elenco desses, como Rob Marshall conseguiu errar?

Bom, já começou errando na escalação de Daniel Day-Lewis para fazer o papel do diretor italiano Guido Contini. Day-Lewis está visivelmente incomodado no papel o que o leva à pior atuação de sua carreira. Vê-lo fazendo sotaque italiano e, ainda por cima, cantando com o sotaque, é vergonhoso. As demais super atrizes estão lá de enfeite. Cada uma tem basicamente um número musical, com aparição total de poucos minutos na tela e nunca (ou quase nunca) juntas. Um desperdício. Sinceramente, pelo pouco tempo de tela, não faz nem sentido a indicação de Penelope Cruz para melhor atriz coadjuvante.

O outro problema foi o material fonte. Nine é baseado em um peça da Broadway que, por sua vez, é baseado em uma das obras primas de Fellini, 8 1/2. Para quem não sabe, 8 1/2 nos apresenta ao diretor de cinema Guido Anselmi (vivido sensacionalmente por Marcello Mastroianni) que luta conta um bloqueio criativo que o impede de escrever seu próximo filme. O problema, na verdade, obviamente não está em 8 1/2 pois nem musical ele é, mas sim na peça da Broadway que tem músicas pouquíssimo interessantes.

Como se isso não bastasse, os números musicais e, principalmente, a coreografia não empolgam. Penelope Cruz, sempre linda, é a que se esforça mais de fato. No entanto, o que ela faz não consegue compensar a chatice dos números de Sophia Loren, Judy Dench, Marion Cotillard e Nicole Kidman. Kate Hudson ainda se beneficiou um pouco pois a música que canta é a única que se salva no filme. Ah, esqueci de mencionar que Fergie (a vocalista do Black Eyed Pees) também está no filme e essa sim sabe cantar mas, como todas, tem apenas 3 ou 4 minutos de tela.

A estória: Guido Contini (Day-Lewis) é um diretor de cinema que, às vesperas de começar a filmagem de seu filme mais recente, sofre de bloqueio criativo e não consegue escrever um página de roteiro. Ele tenta se isolar em um hotel mais escondido mas não consegue se livrar do produtor, da enorme equipe de produção, de sua esposa (Marion Cotillard), de sua amante (Penelope Cruz), de uma repórter tentadora (Kate Hudson), de sua volúpia pela atriz principal (Nicole Kidman) e da onipresente lembrança de sua mãe (Sophia Loren.

No final das contas, nove serão os pontos que vou tirar da nota desse filme.

Nota: 1 de 10

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