quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Crítica de filme: The Princess and the Frog (A Princesa e o Sapo)

A Princesa e o Sapo marca a volta da Disney do desenho feito à mão, 2D. Há muito - acho que desde Nem Que a Vaca Tussa - a Disney só vem fazendo filmes em 3D como Bolt deixando para trás uma tradição de décadas.

O desenho traz algumas novidades interessantes. É o primeiro desenho da Disney com uma protagonista negra. É o primeiro desenho 2D da Disney sob a supervisão do gênio da Pixar John Lasseter. Uma nova princesa das "princesas Disney" é apresentada. É a volta do desenho animado musical que tanto consagrou a Disney.

Somente pelos elementos acima o desenho animado já valeria à pena. As músicas, apesar de não serem marcantes como os clássicos Disney, são alegres e no estilo jazz já que o filme se passa em Nova Orleans. A qualidade do desenho é magnifíca e, a animação 2D, perfeita.

O desenho conta a estória de Tiana, uma garçonete que tem um sonho: ser dona de um restaurante, exatamente como o pai falecido dela sonhava. Para isso, ela trabalha quase 24 horas por dia e economiza cada centavo. Um belo dia, um príncipe falido (Príncipe Naveen) e que adora jazz chega na cidade para um encontro arranjado com a melhor amiga de Tiana, Charlotte, uma milionária local. Obviamente que tudo dá errado e o príncipe se envolve com o Dr. Facilier, um mago do vodu que quer arrancar o dinheiro da família de Charlote. Aventura vai, aventura vem, o príncipe é transformado em um sapo e, quando Tiana o beija, achando que ele se transformaria em príncipe, ela acaba virando um sapo. Assim, os dois sapos saem em uma grande aventura para reverter o feitiço, encontrando no meio do caminho o vagalume caipira Ray (um cajun, típico daquela região) e o crocodilo Louis, que adora Jazz e sonha em tocar junto com os humanos.

Os personagens são bacanas, divertidos e alegres. Obviamente, são um tanto clichê, comuns em desenhos como esse. Mesmo assim, o desenho é bacana e oferece novidades interessante, especialmente a morte de verdade de um dos personagens principais (algo muito raro em desenhos Disney) e um grande enfoque em feitiçaria, o que deve ter irritado muito os religiosos fervorosos de plantão.

Mas o personagem mais bacana do desenho é o Dr. Facilier. O diferente é que a sombra dele atua como um personagem com personalidade própria. Além disso, por todo o desenho, a manipulação das sombras pelo Dr. Facilier, conjurando demônios e tudo mais, é muito bem feita. Repare só como as sombras só pegam as sombras dos heróis e não os próprios heróis. Isso me fez lembrar um pouco de Peter Pan.

A Princesa e o Sapo está longe de ser uma obra prima Disney, do naipe de A Bela e a Fera e o Rei Leão. No entanto, também está longe dos fraquíssimos últimos desenhos 2D que a Disney apresentou, como o já citado Nem que a Vaca Tussa e mesmo os péssimos 3D O Galinho Chicken Little e Uma Família do Futuro.

Espero mesmo que a Disney volte com força total aos desenhos feito à mão pois a mágica é diferente quando nos afastamos dos Pixels e voltamos ao lápis.

Por último, vale uma especial atenção à versão dublada brasileira. Vozes ótimas, canções muito bem traduzidas e talvez o melhor trabalho de dublagem como um todo da já tradicionalmente excelente equipe brasileira da Disney.

Nota: 7,5 de 10

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