quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Club du Film 4.29 - Du Rififi Chez Les Hommes (Rififi)

O 29º filme do ano IV do Club du Film foi Du Rififi Alien Chez Les Hommes (Rififi), assistido em 20.10.09. Trata-se de um clássico filme noir francês dirigido por Juules Dassin (Topkapi) em 1954 e estrelado por Jean Servais.

Rififi faz dupla com Bob, Le Flambeur como os filmes que basicamente deram forma a filmes de assaltos complicados (se é que esse gênero existe). Rififi é lembrado por uma seqüência sem trilha sonora e sem fala (apenas com os sons de leves marteladas, cortes e alguns grunhidos) de 28 minutos que é o ponto alto do filme. De fato, essa cena é magistral e parece que Jules Dassin primeiro a imaginou e, depois, fez um filme em volta. A cena envolve os personagens principais, todos ladrões, praticando um assalto a uma joalheria no térreo a partir do andar imediatamente acima, onde vive um casal de idosos. Dassin nos envolve na cena pois na joalheria há alarme que detecta barulhos e vibrações, pelo que os ladrões não podem conversar e tem que fazer tudo muito vagarosamente. Não há erros na seqüência e toda ela parece verdadeiramente uma lição de como se assaltar uma joalheria.

Terminada essa cena, os ladrões, chefiados por Tony (Jean Servais) partem para dividir o espólio. Um dos ladrões, porém, exagera nos gastos e logo um outro ladrão, que não participou do roubo, começa a cobiçar o tesouro. Começa, então, a caçada dos ladrões não pela polícia mas por outro grupo de ladrões, mais truculentos e virulentos.

Tony adora seu afilhado e isso leva a uma cena de seqüestro do garoto e o resgate. Trata-se de um filme selvagem, em que o próprio herói tem moral muito dúbia: maltrata severamente uma amante logo no começo do filme e espanca um policial na cena da fuga. Seu único esteio moral parece ser o garoto e, por ele, parece disposto a se sacrificar.

Desnecessário dizer que o filme está longe de ser simpático.  Todo o bem orquestrado plano vai para o ralo e começa a azedar no minuto em que o roubo acaba. Paris é mostrada como uma cidade triste, suja e cheia de bandidos, muito diferente da imagem romântica que temos da cidade. A fotografia em preto e branco é linda e se utiliza bem dos reflexos e das ruas molhadas para o melhor efeito.

O filme, porém, com seus muitos clímax, parece se arrastar um pouco, tornando-se talvez até chato mais para o final, quando o desfecho dos personagens é óbvio. No entanto, Rififi é, sem dúvida, um marco na história do cinema e precisa ser visto por qualquer amante do cinema.

Nota:

Minha: 7,5 de 10
Barada: 7,5 de 10
Nikto: 6,5 de 10

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