sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Club du Film - 4.30 - Say Anything (Digam o que Disserem)

O 30º filme do ano IV do Club du Film foi Say Anything (Digam o que Disserem), assistido em 29.10.09. Trata-se de um filme bastante cultuado, dirigido pelo ótimo Cameron Crowe (Jerry Maguire, Almost Famous e Vanilla Sky), em 1989 e estrelado pelo então bem jovem John Cusack.

É fácil entender porque todo mundo adora Say Anything. É um filme de adolescentes no estilo da época em que foi concebido, ou seja, com muita música, romance e amizade, mas sem ser só isso. O filme vai um passo além e apresenta personagens diferentes e que não se encaixam no estereótipo de "filme de adolescente".

John Cusack vive Lloyd Dobler, um rapaz que está prestes a se formar. Ele não é nem o nerd nem o garoto cool que nos acostumamos a ver em filmes como esse. Ele é apenas ele mesmo: um rapaz que vive a vida cada dia de uma vez e que não tem a menor pretensão de ser nada no futuro que está pela sua frente. Ele tem uma irmã, Constance (vivida pela irmã verdadeira de John, Joan Cusack, em papel sem crédito), que tem um filho (provavelmente sem querer). Ele adora o garoto e se sente, ele próprio, um garoto. Mas Lloyd tem uma paixão escondida: Diane Court (vivida pela estranhamente bela Ione Skye). A menina, diferentemente do que se pode esperar, é uma adolescente super estudiosa, tipo nerd, oradora da formatura mas que, apesar de bonita, nunca foi popular entre os colegas. Na verdade, eles mal a conhecem. Seu pai, James (o ótimo John Mahoney) incutiu na cabeça dela que ela tem que ser a melhor e só pensar no futuro. Lloyd, depois da formatura, decide chamar Diane para sair e ela tem uma ótima noite em que finalmente vem a conhecer seus colegas de turma. A isso se segue um romance conturbado pois, de um lado, o pai de Diane vê a falta de ambição de Lloyd como algo que vai atrapalhar a vida da filha e, por outro, Diane não consegue se esquecer do rapaz que a fez conhecer o lado leve e despreocupado da vida.

Mesmo com essa trama interessante (ainda que lá no fundo um pouco cliché), Cameron Crowe, também responsável pelo roteiro, criou uma sub-trama que trata do caráter do pai de Diane. Para dar de tudo para sua filha, James vinha há anos se aproveitando do falecimento dos idosos que vivem em sua casa para idosos, para tomar todos os seus bens. Apesar do crime ser pesado e horrível, Crowe consegue trabalhar de forma tal a nos deixar compadecidos pela luta de James.

Como se pode ver, não é o filme de adolescente comum. Há muito mais do que a superfície deixa ver e, aliado à isso, temos a ótima atuação de John Cusack que realmente nos faz acreditar - e querer - essa vida em que o futuro não passa pela cabeça e que os dias devem ser vividos sem preocupação. É tudo uma utopia, claro, mas utopia boa de ser, ainda que por apenas 100 minutos.


Sobre o Club du Film:

Há quase quatro anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo.

Notas:

Minha: 7 de 10
Nikto: 7 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."