domingo, 11 de outubro de 2009

Crítica de filme: Zombieland



Filmes sobre zumbis são, basicamente, iguais. Por alguma razão toda a população do planeta foi infectada e uma meia dúzia de sobreviventes tentam, humm, sobreviver. O que tornou os filmes de zumbis um gênero em si mesmo foi a brilhante direção de George A. Romero, ao inserir fortes críticas sociais no gênero. É assim com todos os seus filmes e muitas outras cópias, incluindo Dawn of the Dead de 2004, dirigido pelo super eficiente Zack Snyder (300 e Watchmen).  Óbvio que, para cada filme bom, vemos bombas como a série Resident Evil. Por outro lado, volta e meia vem uma nova onda de frescor ao gênero e os exemplos mais recentes disso são Shaun of the Dead e Fido.

Por acaso estive em Nova York essa semana e Zombieland havia acabado de estrear. A grande maioria das críticas foi no sentido de elogiar o filme e vou logo adiantando que a minha não destoará da maioria.

Zombieland é um filme simples de zumbis. A Terra foi tomada pelos monstros e quatro sobreviventes, dois homens e duas mulheres, dirigem pelos Estados Unidos devastados, tentando fazer o melhor que podem. Logo no início, de forma muito original e divertida, somos apresentados a Columbus, vivido pelo ótimo Jesse Eisenberg de Adventureland (que será comentado aqui em breve). Ele é o narrador e nos chama a atenção para o conjunto de regras segundo o qual vive sua vida. Uma delas, politicamente correta, é “use o cinto de segurança”. Essas regras – e variações delas - pontilharão o filme do começo ao fim, de forma muito divertida. Columbus é, na verdade, um daqueles nerds que só jogam videogames e para quem mulheres só existem na televisão. Como ele sobreviveu é um mistério mas que ele tenta explicar pela fiel obediência às regras que criou.

O segundo sobrevivente é Tallahassee, vivido pelo sensacional Woody Harrelson, de Natural Born Killers. Ele é o estereótipo do machão que adora matar os zumbis das formas mais grotescas possíveis. Sempre dirige carros possantes e tem aquela carapaça de insensível quando por dentro sabemos que ele é bem sensível (afinal, somente um cara sensível poderia passar o filme inteiro atrás de Twinkies, aquele bolinho industrializado que faz muito sucesso nos EUA). Tallahassee e Columbus logo se unem e encontram Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin de Little Miss Sunshine e  Nim's Island), duas irmãs. São duas meninas que não confiam em ninguém e passaram a vida dando golpes nos outros. Não é diferente depois da praga dos zumbis e Tallahassee e Columbus aprendem da pior forma possível.

A interação dos quatro personagens é sensacional e muito engraçada. Os zumbis são meros acessórios à esse divertido quarteto, que vive como se o amanhã não existisse.

O que esse filme não tem é a crítica social. Zombieland é um filme comparável a Shaun of the Dead em termos do frescor com que nos apresenta ao tema “zumbis” mas falta o ataque direto que Shaun faz à sociedade como um todo. Zombieland, porém, tenta compensar a falta do lado “cerebral” desse tipo de filme com muitas situações de chorar de rir e com o que talvez seja o melhor uso de uma “ponta” na "História do Cinema". A cena, mais longa que uma ponta comum mas ainda sim uma ponta, é de dar câimbras na barriga de tanto rir. Não vou contar nada sobre ela mas o dinheiro que gastei com o ingresso já valeria se fosse só para assistir a esses 10 minutos. Deu vontade de ver Zombieland novamente.

Não sou um cara que gosta muito de continuações mas Zombieland 2 é um filme que quero muito ver!

Nota: 9 de 10

2 comentários:

  1. concordo com cada palavra da sua crítica! sem tirar nem por.
    Filme muito Bom! ótimas cenas de ação, comédia e até um pouco de romance. rsrsr muito massa!

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  2. Muito bom, acabei de assisti e recomendo pra todos!

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."