segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Crítica de filme: (500) Days of Summer (500 Dias Com Ela)

Pois bem, para mim, hoje, é o último dia do Festival do Rio 2009. Parto para Nova Iorque a trabalho amanhã. É claro que verei filmes por lá, inclusive o mais recente dos irmãos Coen, A Serious Man e o trash que chegou no topo das bilheterias esse fim-de-semana, Zombieland. Mas, fecho minhas críticas do Festival do Rio com (500) Days of Summer, uma comédia romântica que, como bem alerta o narrador no começo do filme, não é uma estória de amor.

Achava que ia encerrar o Festival de maneira apoteótica, com esse super elogiado filme indie que arrebatou os corações dos críticos. Pois é, vou nadar contra a maré, não tem jeito. (500) Days of Summer é chato que dói. Seus 95 minutos de duração pareceram 500 dias presos em Sing Sing...

Explico.

O grande "tchan" desse filme é subverter a fórmula dos filmes românticos em que a garota se apaixona pelo garoto, o garoto não liga, a garota luta, os dois se juntam, passam por problemas e os vencem ao final. O diretor estreante, Marc Webb, baseado em roteiro de Scott Neustadter e Michael H. Weber (ambos de Pink Panther 2 que não vi mas SEI que é uma porcaria) faz um filme que começa bem, mostrando que é o garoto que se apaixona pela garota. A garota não dá bola e não acredita no amor. Ele é um cachorro babão que cai de quatro por ela, acreditando piamente na existência de uma cara-metade e coisas do gênero. Essa é a grande sacada do filme, sacada essa que fica velha nos primeiros 30 minutos de projeção. Os demais 65 minutos são formados de repetições dos primeiros 30 minutos de variadas formas e de forma não cronológica no estilo Pulp Fiction. Acontece que, diferentemente de Pulp Fiction, em que a ordem não cronológica tinha uma razão de ser, em (500) Days isso é só uma macaquice, sem qualquer função na narrativa.

Fica claro que o filme é uma estória sobre a percepção de cada um sobre o amor e que isso é que é importante. No entanto, isso fica evidente na primeira meia hora desse filme mas o diretor ou não entendeu ou achou a audiência burra o suficiente para ter que ficar martelando isso a cada 10 segundos.

Sem dúvida que Zooey Deschanel está muito bem no filme no papel de Summer Finn (viram mais uma idéia genial? Summer é o nome da garota, ohhhhh....) mas não consegui me desvencilhar da imagem que tinha dela no filme Yes Man já que os papéis são basicamente iguais. Joseph Gordon-Levitt, seu par (Tom Hansen), também está legal no papel mas não é nada especial.

Queria entender o que tanto viram nesse filme. Uma pena que o Festival do Rio acabou mal para mim. Mas, nem sempre se acerta todas.

Nota: 4 de 10

2 comentários:

  1. Você disse tudo que eu sempre pensei sobre esse filme. Parabéns.

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  2. Ótima crítica! Realmente não há nada demais na temática de 500 dias com ela, apenas os papéis subvertidos de uma comédia romântica. O que salva é sua ótima trilha sonora e boas técnicas de edição, além de que não consegue desenvolver o que é proposto, a ideia de "não ser mais uma história de amor com um final feliz", vira uma história na qual não há nada de diferente de tudo que já vimos.
    Engraçado que algum tempo depois assiti o nacional "apenas o fim" do cineasta Matheus Souza, cujo ponto principal é relacionamento e seu término também, porém consegue se desenvolver de maneira dinâmica, envolvente e muito mais notável do que o tão querido 500 dias com ela, quase nos obrigando a fazer uma reflexão sobre o tema.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."