domingo, 25 de outubro de 2009

Crítica de show: Lord of the Rings: Fellowship of the Rings in Concert no Radio City Music Hall

Apesar de toda a tecnologia hoje disponível, algumas experiências audiovisuais ainda não são passíveis de serem reproduzidas com qualidade em casa. Experimentar uma música ou um filme são experiências que já se tornaram, de uma forma ou de outra, "lugar comum" em casa. Home theaters cada vez mais incrementados permitem a reprodução quase que idêntica da experiência de escutar música ao vivo ou de ver um filme no cinema. Eu mesmo, defensor árduo da experiência de ir ao cinema, já abro mão de várias oportunidades para assim fazer, na expectativa de, em alguns poucos meses, assistir ao filme em Blu-Ray.

Quando estive em Nova York há duas semanas, porém, tive a oportunidade de assisitir a uma dessas experiências que não são passíveis de ser reproduzidas ou mesmo minimamente emuladas no conforto do lar. Foi o concerto da trilha sonora do filme Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring com o próprio filme ao fundo, no famoso Radio City Music Hall.

Não se tratou de uma orquestra tocando a trilha sonora da forma contida no CD, com apenas algumas cenas do filme ao fundo. Isso poderia ser, em tese, reproduzido em casa. O que vi foi a fantástica orquestra intitulada 21st Century Symphony Orchestra mais os corais The Collegiate Chorale e Brooklyn Youth Chorus e mais a solista Kaitlyn Lusk regidos pelo maestro suíço Ludwig Wicki, tocando, no tempo do filme, a trilha sonora composta por Howard Shore. Ao todo, era mais de 300 pessoas no enorme palco do Radio City Music Hall, por toda a duração do filme (versão cinematográfica, não a versão mais longa do diretor), com um enorme telão em que o filme era projetado. Tudo isso, claro, no famoso Radio City Music Hall em NY.

Como o importante era a trilha sonora sendo executada ao vivo, as vozes e demais efeitos do filme foram levemente diminuídos de forma que fosse possível ser engolido pela orquestra, especialmente, nos grandes momentos da obra de Peter Jackson. Mas, espertamente, de forma que ninguém perdesse nada, o filme foi projetado com legendas em inglês.

Talvez pela solenidade da ocasião, não encontrei muita gente fantasiada. Além de alguns casacos ou camisetas com o logotipo do filme ou da peça de teatro (que não é baseada no filme, mas sim nos livros), vi apenas um Gandalf e um Bilbo Baggins. Tem sempre alguém disposto a "pagar mico" numa hora dessas.


Antes de iniciado o show, Howard Shore em pessoa dedicou uma hora aos fãs, conversando com o músico e escritor Doug Adams (foto acima), que lançará no começo no ano que vem o livro The Music of the Lord of the Rings Films. A conversa não teve nada especial mas foi um presente bacana aos fãs que, àquela hora, estavam no processo de chegar ao Radio City e se acomodar.


Finda a conversa, às 19:30 em ponto o concerto começou, para o delírio do pessoal. Ludwig Wicki regia a orquestra com perfeição, usando uma tela menor, em sua frente, com o filme e com "deixas" digitais para ele saber quando parar ou mudar alguma coisa. Não houve falhas. Tudo correu na maior perfeição e, apesar de não ser grande conhecedor de música, imagino que fazer o que ele e a orquestra fizeram não deve ser fácil pois a música como está em um filme nunca é completa e começa e acaba de forma repentina. Brilhante.

Vale apenas lembrar que apenas a música da trilha sonora foi tocada, com uma exceção: o lamento por Gandalf que a solista cantou ao vivo. De resto, as músicas ouvidas pelos personagens no filme, como os tambores nas Minas de Moria, vinham apenas do filme projetado.

Ao final (final mesmo pois até as músicas dos créditos foram executadas), a orquestra, o maestro e Howard Shore foram aplaudidos de pé por longos minutos. Em seguida, Shore ainda ficou mais um tempo autografando os programas e CDs dos fãs.

Nos dias 08 e 09 de outubro de 2010, no mesmo local, haverá a segunda parte desse show, com a música de The Two Towers. Não sei por que, mas acho que estarei em NY nesses dias...

Nota: 10 de 10

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