domingo, 25 de dezembro de 2011

Crítica de filme: Puss in Boots (Gato de Botas)

Gato de Botas é um spin off bastante esperado da franquia Shrek. Sendo um dos personagens mais bacanas da série e considerando o sucesso que o ogro verde alcançou, algo como um filme solo do Gato de Botas era uma consequência óbvia, especialmente considerando a Hollywood de hoje em dia.

Assim, recrutaram Chris Miller (diretor de Shrek Terceiro) e, claro, Antonio Banderas (a excelente voz do Gato no original) e partiram para fazer o filme. De quebra, ainda trouxeram Salma Hayek para dar a voz à Kitty Softpaws, Zack Galifiniakis para o papel de Humpty Dumpty, Billy Bob Thornton e Amy Sedaris nos papéis dos vilanescos Jack e Jill.

Mas, assim como as continuações de Shrek (só o primeiro filme presta para mim), Gato de Botas nada mais é do que a versão diluída do mesmo personagem que nos foi apresentado em Shrek 2. O grande problema do filme não é o visual. Esse, assim como tudo que a Paramount/Dreamworks faz, é excepcional, deslumbrante. No entanto, essa característica, hoje em dia, é meio que uma condição básica para qualquer desenho de computação gráfica ser, bem, um desenho de computação gráfica. Assim, nada especial nesse quesito.

O que mata Gato de Botas é o roteiro. Em primeiro lugar, aquele personagem bacana, malandro, esperto e charmoso que vemos primeiro em Shrek 2 só existe nos primeiros 15 minutos do filme. Depois disso, o Gato de Botas é transformado em um herói unidimensional, muito do chato. E a coisa fica pior com a introdução de Humpty Dumpty, um ovo que foi criado desde criança (?) com o Gato. Nesse momento, vemos um gigantesco flashback, que conta uma estória de "origem" para o Gato de Botas e justifica todo seu comportamento, corroborando ainda mais a unidimensionalidade do personagem.

Depois da interminável vida pregressa do Gato, a estória avança com o Gato, Humpty Dumpty e Kitty unindo-se para roubar as sementes de feijão mágico de Jack and Jill, plantá-los e, em seguida, sequestrarem o ganso dos ovos de ouro (da famosa fábula de João e o Pé de Feijão). Jack e Jill são, de longe, os melhores personagens de Gato de Botas. Não por serem multifacetados mas por serem diferentes e originais. Jack carrega os feijões na palma de sua mão que é, então, encerrada dentro de um cofre portátil. Além disso, a dupla de amantes pilotam uma carruagem puxada por javalis enquanto os javalis filhotes vivem dentro da carruagem. Mas Jack e Jill não são personagens bons o suficiente para compensar a versão aguada do Gato de Botas e o para lá de insuportável Humpty Dumpty.

De resto, temos uma direção burocrática de Chris Miller, muito parecida com aquele que ele apresentou em Shrek Terceiro (que consegue a façanha de ser o pior da franquia). Apesar do filme ter apenas 90 minutos, ele parece mais longo do que é e poderia ter sido cortado ou lançado como um média metragem como bônus em algum DVD da Paramount/Dreamworks.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 5 de 10

Um comentário:

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."