sábado, 30 de janeiro de 2010

Crítica de filme: Edge of Darkness (O Fim da Escuridão)

Edge of Darkness marca a volta do astro Mel Gibson ao papel principal de um filme. E a volta foi em um filme do gênero que o consagrou: ação policial.

Esse filme é baseado na série de televisão de mesmo nome, também do diretor Martin Campbell, que fez o excelente Casino Royale. A combinação não poderia ser melhor, mas será que o filme é bom mesmo?

Sinceramente, eu estava esperando algo mais "atire primeiro, pergunte depois", na linha da franquia Máquina Mortífera. Algo como um Taken (Busca Implacável) com Mel Gibson. E eu não teria reclamado se tivesse visto isso no cinema. No entanto, Edge of Darkness está longe de ser Taken. E não é que a qualidade seja ruim ou mesmo que o filme seja abaixo das espectativas, não. Somente não esperava um filme de ação policial estrelando Mel Gibson com coração e alguma profundidade. E isso faz de Edge of Darkness um filme bem interessante que coroa a volta do ator, depois de Signs, de 2002 e muita polêmica pessoal.

O filme nos apresenta ao policial veterano Thomas Craven (Mel Gibson) que, depois de muito tempo, recebe uma visita de sua filha, Emma (Bojana Novakovic). Durante o jantar em casa, ela começa a passar mal e, quando os dois estão saíndo correndo para o hospital, um homem mascarado aparece na porta, grita o nome "Craven" e atira, acertando Emma e mantando-a em frente a um desesperado Thomas. A conclusão é óbvia: alguém tentou se vingar do policial e acabou acertando sua filha.

Mas, claro, não é bem isso.

O pai desconsolado começa, do seu jeito, a tentar descobrir quem iria querer matá-lo. Acaba esbarrando, claro, em um trama bem maior, envolvendo segurança nacional em que Emma estava envolvida de alguma maneira.

Apesar da trama efetivamente lembrar a estrutura de Taken (e de um sem número de filmes de vingança), não temos um Mel Gibson indestrutível e louco como em Máquina Mortífera. Temos um pai efetivamente nos seus 50 e poucos anos, fazendo o que pode para vingar a morte de sua filha. Os eventos do começo do filme, diferente do que acontece nos outros filmes de vingança, não desaparecem. Eles ficam ali, como pontiagudos lembretes do porquê de tantas mortes e sofrimento. Mel Gibson chora, se desespera, sente pelos outros e reluta em matar. O diretor, Martin Campbell, tentou, dentro do possível, emprestar um caráter mais realista ao filme e colocá-lo razoavelmente dentro de um nível de credibilidade interessante. Não vemos explosões a cada segundo e muito menos vemos Thomas Craven receber tiros sem senti-los. É claro que, na última meia hora, no clímax da ação, o grau de credibilidade diminui um pouco mas isso faz bem à trama, que se resolve de maneira bem eficiente.

Outro destaque no filme é o personagem vivido por Ray Winstone: Jedburgh. Trata-se de um daqueles misteriosos "resolvedores" de situações complicadas, uma versão séria de Mr. Wolf de Pulp Fiction. O bacana de Jedburgh é sua evidente ambiguidade, mantida quase até o segundo final. Seu fim é perfeito, melhor até do que o de Thomas Craven.

Certamente, Edge of Darkness não é o melhor filme de Mel Gibson mas é uma volta em grande estilo, que merece ser comemorada por quem gosta do ator. Agora é esperar The Beaver em que ele faz o papel de um cara de anda com um castor de pelúcia em forma de luva em sua mão e o trata como um ser vivo...

Nota: 7 de 10

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."