domingo, 31 de janeiro de 2010

Crítica de TV: Fringe - 1ª Temporada

Fringe foi lançado com estardalhaço em 2008. Afinal de contas, era a nova série de J.J. Abrams, o responsável por Lost. Obviamente, fiquei esperando maravilhas mas, como acompanhar pela TV exige uma disciplina que não tenho, resolvi esperar o lançamento em Blu-Ray. O tempo se passou e meio que perdi interesse na série até que um amigo me emprestou a primeira temporada completa.

Já meio ressabiado pelos altos e baixos de Lost (vi até a 4ª temporada e mais não gostei do que gostei) comecei a ver Fringe. Logo somos introduzidos aos agentes do FBI Olivia Dunham (a bela Anna Torv) e seu parceiro/amante John Scott (Mark Valley de Boston Legal, aqui e aqui). Os dois estão na cama quando são chamados separadamente para investigarem um caso de um avião que pousou em Boston sem qualquer comunicação com a torre. Ao entrar na aeronave, eles descobrem que todos estão mortos, meio que derretidos.

Na investigação, um acidente quase mata John Scott e, no desespero, Olivia resolve recrutar a ajuda do Dr. Walter Bishop (John Noble), que aparentemente entende do que está acontecendo com Scott (uma versão mais lenta do que aconteceu com os passageiros do avião). No entanto, o Dr. Bishop está internado em um sanatório e só um familiar pode tirá-lo de lá. Assim, Olivia vai até o Iraque para recrutar o filho do. Dr. Bishop, Peter Bishop (Joshua Jackson). Peter, dono de um passado no mínimo duvidoso e ele mesmo um gênio, relutantemente ajuda Olivia a tirar o Dr. Bishop do sanatório. Uma vez livre, o esquecido cientista começa a desvendar todos os mistérios que passam por ele, um a cada episódio.

O problema de Fringe (fringe vem de fringe science, que, como explicado na série, é uma pseudo-ciência, que trata de telecinésia, teletransporte, outras dimensões, clonagem e coisas cool do gênero) é sua fórmula: a cada episódio somos apresentados a um mistério envolvendo essa pseudo-ciência, Olivia e Peter são chamados e o Dr. Walter Bishop sempre tem uma solução mirabolante que é empregada no último segundo possível. Peter serve como o tradutor das falas pseudo-técnicas de Walter para Olivia e, consequentemente, nós, espectadores. Evidentemente, como é de se esperar, há todo um plano maior por trás, envolvendo empresas gigantescas que podem ser do bem ou do mal, o governo e vilões que podem não ser vilões. Aliás, ninguém parece ser o que é nessa série e esse é mais um dos vários pontos irritantes.

Senti-me assistindo a episódios de House, aquele médico meio maluco que resolve os mais escabrosos problemas médicos a cada semana. Fringe é exatamente igual, sem tirar nem por. A única diferença é que parece haver o tal plano maior por trás e que todos os personagens parecem ser marionetes de um complexo jogo de xadrez. E vejam, por favor, que uso a palavra "complexo" aqui da maneira mais cínica possível pois, na verdade, achei Fringe uma das séries mais previsíveis que já vi. Apesar de ela tentar manter mistérios e nos apresentar a um final pseudo-surpreendente, já dava para ver que algo daquele calibre iria acontecer. Na verdade, para ser realmente bacana, o tão falado final tinha que ter sido ainda mais radical. J.J. Abrams, parece, não quis arriscar tanto.

Mas Fringe tem duas coisas boas. A primeira delas é a atuação de John Noble como o Dr. Walter Bishop. Ele está impagável no papel do cientista louco, meio sem memória e que só pensa em comida nos horários mais impróprios. A outra coisa boa é que J.J. Abrams, diferentemente do que fez em Lost, parece ter um roteiro bem definido na cabeça sobre o que ele quer que aconteça na série. Mesmo estando apenas na primeira temporada, vários mistérios a que somos apresentados são resolvidos, ainda que, claro, várias pontas fiquem soltas.

No entanto, a variação da batida fórmula de "monstro da semana" cansa muito e, em determinados momentos, chega a ser ridícula (quando vocês chegarem no episódio do animal que é um híbrido de tigre com cascavel, morgego e outras coisas improváveis como essa, vocês entenderão o que quero dizer). Tudo se resolveria se, no lugar de 20 episódios, a temporada fosse no máximo de 12. Para se ter uma idéia, não fiquei com a mínima curiosidade para ver o que vai acontecer na segunda temporada...

Nota: 4 de 10

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