segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Club du Film - 5.34 - Lan Feng Zheng (Blue Kite ou O Sonho Azul)

O Club du Film (mais sobre ele ao final desse post) completou 4 anos de existência no dia 29.12.2009, quando assistimos Rouge (A Fraternidade é Vermelha), o terceiro filme da Trilogia das Cores do diretor polonês Krzysztof Kieslowski.  Rouge foi, na verdade, o primeiro filme do 5º ano. Mas consideramos toda a trilogia como uma sessão apenas, para não fazer muita confusão na contagem de filmes. Assim, Lan Feng Zheng (O Sonho Azul) foi o segundo filme do 5º ano e o primeiro do ano de 2010, pois o assistimos no dia 05.01.10.

Trata-se de um filme chinês de 1993, dirigido por Zhuangzhuang Tian, quando a China ainda estava se acostumando com o conceito de comunismo light, com ares de capitalismo, processo esse ainda em andamento.

O filme se passa em Pequim e começa em 1953, um ano antes de Mao Tse-Tung ser reconduzido à presidência do país. O filme não mostra as articulações políticas mas sim os efeitos nefastos do comunismo de Mao em uma família chinesa. O capitalismo ainda incipiente à época é destruído, com negócios de bem sendo substituídos por desapropriações do Estado. O foco é no menino Tietou, nascido em 1954 e o que acontece ao seu redor. São os olhos do menino que vêem seu pai ser levado para lugar incerto e não sabido e, mais tarde, sofrer um "acidente". Depois nós vemos o racionamento de comida. Em seguida, o estado cada vez mais precário da moradia de Tietou. O menino vai crescendo e é a vez de sua tia ser mandada para um campo correicional. Ele vai crescendo mais e, já adolescente, sua mãe casa novamente mas o movimento conhecido como A Revolução Cultural, outra aberração do regime comunista de Mao Tse-Tung, devasta esse casamento também.

O filme tem fortes tons políticos, contrários ao regime comunista. Mesmo em 1993, foi muita coragem do diretor filmar da maneira como filmou, mostrando aquilo que os chineses da cúpula até hoje dizem que não foi bem assim. Ter sido feito, na verdade, é o maior mérito dessa obra. Ela sofre de problemas de duração. São 138 minutos que passam lentamente, sempre com uma repetição de temas. O mesmo efeito poderia ser obtido com metade do tempo e metade dos acontecimentos. Entendo a necessidade do diretor em martelar todas as mazelas que seu povo passou mas os acontecimentos pouco evoluem a trama e ficam cansativos.


Sobre o Club du Film:

Há pouco mais de quatro anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo.

Notas:

Minha: 6 de 10
Klaatu: 5 de 10
Barada: 4,5 de 10
Nikto: 5,5 de 10
Gort: 6 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."