terça-feira, 16 de junho de 2009

Crítica de quadrinhos: Ex Machina vols. 1 e 2


Brian K. Vaughn é um excelente escritor de quadrinhos. Foi o responsável pela sensacional série Y: The Last Man, comentada aqui e pela brilhante graphic novel Pride of Baghdad, sobre leões em plena guerra do Iraque.

Depois de ler essas duas obras, passei a caçar tudo que ele fez e, imediatamente, sem muito esforço, dei de cara com Ex Machina. Vaughan começou a escrever essa série em 2004 e disse que ela teria 50 números. Estamos um pouco acima do número 40, no momento, ou seja, boa hora para começar a ler. Os dois primeiros volumes, chamados The First Hundred Days e Tag, respectivamente, cobrem os primeiros 10 números da série.

Sabem aquelas estórias que te capturam logo na primeira página e você não consegue mais largar e fica desesperado pelo próximo número? Pois bem, Ex Machina, para minha surpresa, não é uma delas. Comecei com dificuldade e pouco interesse e acabei da mesma forma. Mas sou um cara persistente e eu me conheço: provavelmente comprarei ao menos o volume 3.

Ex Machina conta a estória de Mitchell Hundred, aparentemente o único super-herói do mundo. A estória começa em 2005, com Mitchell recontando o período entre 2002 e 2005, quando era prefeito de Nova Iorque. Sim, isso mesmo: um super-herói se torna prefeito da cidade mais importante do mundo.

Hundred foi, na verdade, um herói desastrado mas que, por uma "sorte" (e bota aspas nisso) tornou-se extremamente famoso e ganhou a eleição. Seus poderes, vocês perguntarão: ele passou a conversar com máquinas depois que achou um dispositivo misterioso na base da ponte do Brooklyn. Com esses poderes, ele inventou uma roupa com um jato nas costas e passou a se chamar The Great Machine. Depois de um breve carreira, aposentou-se e passou a concorrer à prefeitura de Nova Iorque, achando que poderia fazer mais pelas pessoas dessa forma.

A premissa é interessante mas o pouco que acontece nesses dois volumes acontece ou por razões não relacionadas com Hundred ou relacionadas demais. Não sei explicar. É meio esquisito ver um prefeito envolvido em aventuras, mesmo sem utilizar máscara e uniforme. Certamente Vaughn constrói uma excelente crítica política, mostrando as entranhas de uma complicadíssima e atribulada prefeitura. No entanto, essa mistura de super-herói com cargo político, pelo menos até o momento, mostrou-se forçada, em minha opinião.

Mas Vaughn é bom, muito bom. Tenho esperança que isso mudará em breve, na medida em que a trama ficar mais complicada para o lado de Mitchell Hundred.

Nota: 6 de 10

5 comentários:

  1. Eu que acabei de ler o quarto volume ontem, tenho que dizer que concordo quando diz que é estranho esta relação dele sendo político E herói, porém a história me prendeu... preciso saber quem está por trás do acidente que concedeu poderes ao Hundred e sinceramente os conflitos políticos são o que me "prendem".
    Eu daria ao menos 7,5.

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  2. Tenho que voltar a ler essa série. Também estou curioso para saber qual é o mistério. Mas confesso que está me dando uma preguiça...

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  3. Diferente de você eu me simpatizei pela série... acho que foi por que eu não li Y: the last man E por eu ter "engolido" melhor isso de ele ser prefeito e agir na "surdina" para das uma de herói, mesmo afirmando publicamente que parou com isto.
    AHNNN você já deve ter ouvido falar, se não lido, mas Daytripper do Fábio Moon e do Gabriel Bá da Vertigo também eu simplesmente achei genial... vale muito a pena ler... mais um caso de que eu "utilizei de recursos alternativos" e li em inglês mesmo, MASSS quando saiu a edição aqui no Brasil eu comprei na hora...

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  4. Já li Daytripper. Arte e roteiro incríveis. Mais um que está na minha lista para fazer comentários. Um dia desses eu ainda fico em dia.

    Já leu American Vampire?

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  5. Já li sim, estou acompanhando a revista "vertigo" que saí pela Panini comics aqui no Brasil e esta é uma das histórias que vem na revista.
    Estou gostando bastante outro título da Vertigo que sai na revista é o "escalpo" em inglês é "escalped", aliás dos títulos da Vertigo o único que eu não consigo acompanhar é o Hellblazer pela inconstância dos roteiristas/artistas e este foi o motivo por eu ter me afastado dos quadrinhos de super-heróis, compro só edições especiais e coisas que eu sei que não me arrependerei.
    Comparação um pouco "deslocada" mas eu brinco que a Vertigo é a HBO dos quadrinhos. rsrs

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."