domingo, 14 de junho de 2009

Crítica de quadrinhos: Truth: Red, White & Black

Essa série foi lançada em 2003 e eu a tinha comprado pouco depois. No entanto, só agora, depois de ler a sensacional série do Capitão América por Ed Brubaker, comentada aqui, resolvi cavucar meu baú de revistas para ler Truth.

Logo lembrei-me o porquê de tê-la largada de lado: a arte caricatural de Kyle Baker me irritou. E, para dizer a verdade, continua me irritando. Dessa vez, porém, segui em frente até por que há rumores que o personagem principal dessa série, o "afro-americano" Isaiah Bradley, voltará para as páginas de Capitão América.

Truth tem um premissa muito interessante e triste. Durante a Segunda Guerra, antes de os americanos injetarem o soro de super-soldado que transformou o franzino - e branco - Steve Rogers no Capitão América, eles o testaram em negros. Afinal, nada mais natural já que, no final da década de trinta e começo da década de 40, os negros, nos Estados Unidos, eram ainda fortemente segregados. Assim, fazendo mímica de estórias reais de negros americanos servindo de cobaias para testes dos mais absurdos possíveis (em um famoso casos, negros foram injetados com sífilis sem nem mesmo saber), o escritor Robert Morales criou Truth.

Um batalhão inteiro de soldados negros é separado e usado como cobaias para o soro do super-soldado. Quase todos morrem. Sobram apenas sete, que se tornam super fortes mas, em alguns casos, bem deformados também. No desenrolar da estória, vemos que apenas Bradley chega vivo ao final. Percebemos, também, que o Capitão América que todos conhecemos está tentando, nos dias de hoje, descobrir o que aconteceu, pois ele havia acabado de descobrir que ele não foi o primeiro super-soldado.

A estória é, claro, um libelo contra o preconceito e funciona bem nesse nível. No entanto, a já mencionada arte de Kyle Baker e o roteiro com alguns furos bem grantes e pulos temporais desnecessários, além de um desenvolvimento inicial bem lento, atrapalham o que poderia ser uma grande obra. O final, então, chega a ser ridículo de improvável, mesmo dentro de todo esse conceito improvável de super-soldados.

Nota: 6 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."