terça-feira, 16 de junho de 2009

Crítica de filme: Terminator Salvation (O Exterminador do Futuro: A Salvação)


Terminator 1 e 2 são filmes perfeitos. Um está para o outro assim como Alien está para Aliens. Quatro obras com suas próprias características mas cada uma dela acertando o alvo em cheio.

Terminator 3 está para Alien 3 assim como Terminator Salvation (T4 para facilitar) está para Alien Ressurection. Hum, bom, essa comparação não é tão justa assim pois Alien Ressurection é execrável, mas é quase isso.

Em outras palavras, não se deve mexer em obras primas, refilmando-as ou criando continuações completamente desnecessárias, que nada acrescentam à estória. Pelo menos na série Alien, os produtores conseguiram manter a mola mestra nos quatro filmes, a atriz Sigourney Weaver. Em T4, Schwarza não aparece e o pouco charme que T3 tinha vai para o ralo com isso.

Uma breve sinopse vem a calhar: no futuro previsto nos filmes da série, John Connor (Christian "Batman" Bale) é um dos líderes da resistência. A repentina aparição de Marcus Whright (Sam Worthington), algo não previsto nesse futuro ditado em fitas gravadas pela mãe de John, muda os eventos e John tem que saber lidar com isso. Marcus não sabe quem é. A última coisa que lembra é estar para ser executado por injeção letal, logo antes da Skynet destruir o mundo como conhecemos. Acordando no ano de 2018, Marcus esbarra no jovem Kyle Reese (Anton Yelchin, o Chekov do novo Star Trek) e, mais tarde, em John Connor.

McG é um diretor de videoclipes e isso ele faz muito bem. A perseguição dos vários robôs exterminadores a Marcus e Kyle é sensacional mas acontece muito cedo no filme. Depois disso, a quantidade de coisas implausíveis vai se montando até o ponto do insuportável. A começar pela coincidência de Marcus dar de cara logo com Kyle; por Kyle, um rapazote porcaria, ser o número 1 na lista de "procurado" pela Skynet; por John Connor, só a partir dos eventos desse filme, sair atrás de seu futuro pai. O simples fato de a Skynet estar atrás de Kyle e John, assim de graça, já não faz sentido pois a Skynet não teria como saber de seu futuro. E o que mais me incomodou: McG não fez nenhum esforço para mostrar o porquê de Connor ser considerado uma espécie de messias. O cara é reverenciado sem nenhuma explicação e não venham me dizer que é só porque ele é o filho de sua mãe pois isso não cola.

Por cima disso tudo, temos Christian Bale que não convence como Connor. Aquele cara, em T2, que aparece de relance como um John Connor cheio de cicatrizes é melhor que Bale. Yelchin está legal como Kyle Reese, especialmente quando se põe a falar as frases que conhecemos do primeiro filme. Quem não se lembra de "Come with me if you want to live."? Certamente T4 tenta homenagear ao máximo os dois primeiros filmes mas, ao fazer isso, fica preso demais à mitologia da série e acaba por não trazer nada de novo. O final é arrastado e repetitivo em relação a T2. O filme tem suas surpresas mas todas elas óbvias demais para eu considerá-las verdadeiramente como surpresas.

Mas, pelo puro fator diversão, o filme tem seus méritos. Muita perseguição na terra e no ar, com carros e motos (até ao som de "You Could be Mine"!!!), caminhões tanque e Hunter Killers (aquelas naves bacanas da Skynet). Os efeitos especiais são muito bons, com apenas uma pequena (mas grande, na verdade) exceção (não explico pois é spoiler mas é lá pelo final). Pena que o roteiro é um queijo suíço de tantos buracos. Se eles tivessem se esforçado um pouquinho mais, teriam feito um filme do nível de T3 (e olha que não conheço ninguém - a não ser eu - que tenha gostado de T3...).

Nota: 5 de 10

Um comentário:

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."