sábado, 28 de março de 2009

Crítica de TV: Rome - Season 2

Roma é uma séria fantástica da HBO. Em sua primeira temporada, o foco das atenções era a ascensão de Julio César (Ciarán Hinds) ao poder absoluto no Império Romano. A estória acaba na excelente cena do assassinato de César pelos senadores romanos. 

O mais bacana de Roma é que toda a estória é contada através dos olhos de dois romanos comuns fictícios, Lucius Vorenus (Kevin McKidd) e Titus Pullo (Ray Stevenson). O primeiro é um centurião e o segundo um legionário comum, ambos do exército de César na Gália (sim, lá onde o Asterix e o Obelix moravam). Os dois participam de eventos históricos e, muitas vezes, até mesmo precipitam os fatos, tornando sua interação extremamente interessante. Vale dizer que uma vez eu li que, de fato, existiram dois soldados romanos com esses nomes - na verdade dois centuriões rivais - no exército de César e essa pode ter sido a fonte de inspiração dos roteiristas.

A segunda temporada começa exatamente no momento em que a primeira acaba, com Marco Antonio (James Purefoy) saindo chocado do senado, após ver César morto. Enfurecido, ele parte para a vingança e Gaius Octavian (Max Pirkis no começo e Simon Woods, quando um pouco mais velho), filho adotivo (por testamento) de César, o ajuda, em uma relação de amor e ódio que perdura até o fim. 

Assim como na primeira temporada, a recriação de época é brilhante, com detalhes absurdos na decoração das casas, ruas e templos romanos. O figurino também é impecável. A temporada mostra o governo bonachão e corrupto de Marco Antonio, seus desentendimentos com Gaius Octavian (que viria a se tornar Augustus Cesar, o efetivo fundador do Império Romano) e o famoso romance de Marco Antonio com Cleópatra.

É claro que, no meio dos eventos históricos, estão nossos amigos Vorenus e Pullo. Os problemas dessa temporada são, talvez, o foco excessivo na estória fictícia dos dois amigos e o grau exagerado de evolvimento deles em circustâncias históricas. Enquanto na primeira temporada tudo era mais discreto, na segunda há uma tendência de se focar nas agruras desses personagens em prejuízo de mais momentos com as figuras históricas. Por exemplo, o famosíssimo romance de Marco Antonio com Cleópatra acontece em apenas dois episódios e é muito pouco trabalhado. Só essa parte da narrativa já merecia uma série separada. Outro momento contado muito brevemente é a volta de Brutus e sua tentativa de derrotar Gaius Octavian. Tudo acontece tão rápido, em meio episódio, que chega a ser um desperdício o quanto os produtores gastaram com a cena de batalha (muito boa por sinal). 

Por essa mudança de foco, pode-se dizer que a segunda temporada é substancialmente mais fraca que a primeira, ainda que continue sendo anos-luz na frente de qualquer outra série dessa natureza. Merece, sem dúvida, ser apreciada pelos amantes de cinema e/ou de história, mesmo levando-se em consideração certas liberdades tomadas pelos roteiristas.

Nota: 8 de 10

2 comentários:

  1. WHAT!! Isso e uma critica ou spoiler geral? Procurei criticas e não sinopse, muito menos spoiler. Vim ler criticas pra ver se valia a pena assistir mas me deparo com o final da 1º temporada, parei de ler quando disse que César morreu.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parabéns, você vem ler a crítica da SEGUNDA temporada e não quer spoiler nenhum. Além do mais, se a morte de César é spoiler, sugiro que volte para a escola... No mínimo não faz ideia que Octavian será Augustus, o primeiro imperador romano...

      Excluir

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."