sexta-feira, 6 de março de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 09: House of Games (O Jogo de Emoções)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: House of Games (O Jogo de Emoções)

Diretor: David Mamet

Ano de lançamento: 1987

Data em que assistimos: 05.03.2009

Crítica: Não me lembro de ter ficado tão desapontado com um filme quanto fiquei agora com House of Games. Nunca tinha visto o filme, o primeiro dirigido por David Mamet, mas havia lido sobre ele e tinha grandes expectativas. O problema todo é que o filme se mantém em um ritmo muito interessante até 92 minutos de duração. Daí em diante, nos seus últimos 10 minutos, o filme desaba completamente e deixa o espectador com um dos finais menos satisfatórios possíveis.

Mas a jornada vale a pena, apesar de ela acabar em um precipício. 

Pontos positivos: 

- A direção de David Mamet: Muito seguro de si, Mamet dá um show, criando um clima sofisticado ao filme, com jogo de chiaroscuro muito bem feito, no melhor estilo noir. Sua escolha de cenários e figurino é quase que emblemática da década de 80, com muita roupa brega de ombreira e cidades vazias, que parecem estar ali somente para servir à equipe de filmagem.

- A atuação de Joe Mantegna e Lindsay Crouse: Vivendo o malandro Mike e a psiquiatra Margaret Ford, os dois dão um show para as câmeras, soltando faíscas de tensão sexual desde o primeiro segundo juntos. E olha que o casal nem é lá tão fotogênico, especialmente Crouse, com um horrível penteado abrutalhado e roupas anti-excitação.

- As pontas de William H. Macy e J.T. Walsh: Os dois ótimos atores, novinhos, novinhos, fazem pequenas aparições no filme, mas que deixam suas marcas. Achá-los é um prazer e gera discussões do tipo "Não... É ele mesmo???".

- A estória: Margaret, uma psiquiatra autora de um livro, tenta acabar com a dívida de um paciente seu viciado em jogo e acaba se envolvendo com Mike, um con man, um vigarista da melhor estirpe. A coisa é bem mais complexa do que essa explicação singela dá a entender mas contar mais é estragar o filme.

Por tudo isso, foi desagradável deparar-me com um fim que está longe de ter a sofisticação que o próprio diretor impõe até esse momento. Os próprios personagens parecem mudar radicalmente no finalzinho, dando outro caráter ao filme. Não sei se o diretor ficou sem idéias ou se mudou o roteiro original no último segundo mas a impressão que deu foi que ele estava perdido quando rodou a cena chave final, decidindo incluí-la no filme quase como que um artifício para se "livrar do filme". 

No entanto, apesar de o final realmente estragar tudo que vem antes, o filme merece ser visto ao menos uma vez, mesmo que só para nos relembrarmos do quanto eram feias as ombreiras enormes e os blazers com mangas dobradas da década de 80...

Notas:

Minha: 5,5 de 10

Barada: 5,5 de 10

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