sábado, 28 de março de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 11: This is Spinal Tap (Isto é Spinal Tap)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: This is Spinal Tap (Isto é Spinal Tap)

Diretor: Rob Reiner

Ano de lançamento: 1984

Data em que assistimos: 19.03.2009

Crítica: "It's such a fine line between stupid and clever." 

Há muito não ria tanto com um filme. Acho que a última vez que ri tanto foi quando assisti ao hilário Dirty Rotten Scoundrels (Os Safados). A diferença é que This is Spinal Tap não é uma comédia rasgada como o filme de Steve Martin e Michael Cane. É, na verdade, um documentário sobre rock, ou um "rockumentário". É, também, um "falsomentário" ou mockumentary em inglês.

É falso pois ele conta a estória da trajetória brilhante da banda de metal pesado This is Spinal Tap, nascida na Inglaterra nos anos 60 como uma banda hippie estilo Beatles, alterada para uma banda de rock na década de 70 (estilo Rolling Stones) e novamente alterada para o metal no final de 70, começo de 80 (estilo Iron Maiden). O detalhe é que essa banda nunca existiu. Ou melhor, não existia antes do documentário ser feito. Depois do sucesso que foi o filme, os integrantes/atores de This is Spinal Tap, começaram efetivamente uma carreira musical, encarnando a banda, com lançamento de CDs e tudo mais.

Mas voltando ao documentário falso, Rob Reiner se diverte ao escavar estereótipos das bandas de rock e colocá-los todos em sua banda fictícia. No entanto, ele não faz de modo maldoso, para ridicularizar as bandas de rock semelhantes. Rob Reiner, na verdade, tem muito respeito pelo rock 'n roll e apenas caricaturiza, exagera aquilo que vê, sempre de maneira a homenagear esse tipo de música. É claro que não deixa de criticar, ao focar muito do documentário nos exageros dos astros. Uma cena já clássica é a do roqueiro, no camarim, criticando o tamanho do pão em relação à mortadela, em que faz uma detalhada explicação do porquê que não é possível comer o sanduíche com o pão menor do que a mortadela. 

A megalomania (um corolário do exagero) é bem demonstrada com o engraçadíssimo diálogo entre o diretor do documentário e um dos membros da banda, que, orgulhoso, mostra que os botões de seus alto-falantes vão até o volume 11, pois eles tocam mais alto que as demais bandas. O diretor tenta explicar que se o volume fosse até o 10 e se o 10 do grupo fosse alterado para ser mais alto do que os 10 normais, não era necessário ir até o 11. O roqueiro apenas reafirma que, "no entanto, nós tocamos no 11". 

Esses e muitos outros, são diálogos de rolar no chão de tanto rir (não há como não se lembrar e verter lágrimas da explicação de como é a capa do disco mais recente do grupo, em vias de ser lançado nos Estados Unidos para a turnê deles). A banda está de volta ao Estados Unidos, para tentar um retorno ao sucesso do passado. Começam tocando em lugares grandes mas, a cada show cancelado, eles são obrigados a tocar em lugares menores e mais degradantes, acabando até em um baile de militares e em um parque de diversões. As situações são as mais absurdas mas a banda não desiste, nem mesmo diante de desentimentos internos, quando a namorada de um dos membros resolve se meter no gerenciamento da banda.

This is Spinal Tap conta, ainda, com pontas principantes inacreditáveis de Billy Crystal, Anjelica Huston e Paul Shaffer (esse último é o chefe da banda do programa de David Letterman hoje em dia).

Mas o ponto alto mesmo do filme é a enorme cena do Stonehenge, que é construída com cuidado pelo diretor Rob Reiner. Contar mais é estragar o prazer e as risadas que certamente acontecerão.

É uma das grandes "comédias sérias" do cinema.

Notas:

Minha: 10
Barada: 10

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