quinta-feira, 12 de março de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 10: Five Easy Pieces (Cada Um Vive Como Quer)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: Five Easy Pieces (Cada Um Vive Como Quer)

Diretor: Bob Rafelson

Ano de lançamento: 1970

Data em que assistimos: 10.03.2009

Crítica: Five Easy Pieces é o filme que mostrou Jack Nicholson ao mundo, no papel emocionante de Robert Eroica Dupea. Não que ele já não tivesse participado de filmes importantes (já havia feito a famosa ponta em Easy Rider) mas foi esse papel que o elevou ao status de astro, que ele mantém até hoje. Jack concorreu, pela primeira vez, ao Oscar de melhor ator mas já havia concorrido ao de melhor ator coadjuvante em 1970, por Easy Rider, de 1969. Só veio a ganhar sua primeira estatueta dourada pelo papel de R.P. McMurphy no magnífico One Flew Over the Cuckoo's Nest (Um Estranho no Ninho). Hoje, esse grande astro acumula 12 indicações ao Oscar e três prêmios máximos (diga-se de passagem, um aproveitamento melhor do que o da chata da Meryl Streep, que concorreu 15 vezes e só ganhou duas). 

Five Easy Pieces, dirigido por Bob Rafelson, são dois filmes na verdade. O primeiro conta a estória de Robert Eroica Dupea, um proletário que trabalha no mais baixo nível hierárquico de um campo de perfuração de petróleo na Califórnia, amigo de um cara do mesmo nível dele, namorado de uma legítima loira burra (Karen Black, no papel de Rayette Dipesto) e amantes de qualquer vagabunda que passar na frente dele. É uma estória simplória de amizade, amor não correspondido e um sentimento de "não pertencer àquele lugar". 

O segundo filme conta a estória de Robert Eroica Dupea, um refinado "virtuoso", pianista clássico, que mora com a família em uma requintada e reclusa casa em uma ilha no litoral do estado de Washington, no extremo noroeste dos Estados Unidos. É uma estória de vida em família, arrependimentos e um sentimento de "não pertencer àquele lugar". 

É interessante notar, porém, que o diretor não dá uma guinada imprevista. Ele deixa pistas do "segundo" Robert na primeira metade do filme como quando, por exemplo, ele sai do carro que dirige em pleno engarrafamento, sobe na caçamba de uma caminhão de mudança e sai tocando o piano que está sendo transportado. 

Não se trata, aqui, de um personagem com dupla personalidade ou algo semelhante. Robert é tudo mas não é ningúem. Tentou desaparecer do convívio familiar para se misturar com a "plebe" mas percebeu que, na verdade, não consegue se misturar com ninguém. Se sente, enterra esses sentimentos lá no fundo. Só vemos uma reação mais viva quando Robert, na cena mais tocante do filme, tem um monólogo em que pede desculpa ao pai que, por ter tido um derrame, sequer pode esboçar reação ou falar. 

Robert mal consegue viver consigo e precisa se distanciar, ferindo todos que gosta dele. O filme é triste, contemplativo e um show de atuação de Jack Nicholson. 

Nota: 

Minha: 7 de 10
Barada: 5 de 10

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