quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Filme de avião

No domingo voei para Nova Iorque (mais sobre isso em futuros posts) e, durante o vôo, assisti Prince Caspian, a continuação de The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe. Para começar, assisti ao primeiro filme também em outro vôo pois não havia sido atraído o suficiente pelos trailers com bichos falantes para assistir no cinema. Não deu outra: achei Narnia 1 uma grande porcaria. Talvez tenha sido pelo tamanho minúsculo da tela do avião mas acho que, na verdade, foi pela qualidade do filme que tentou ser um Senhor dos Anéis mas sem a menor categoria.

Prince Caspian, a continuação desse ano, confirmou que eu realmente não gosto dessa série. Talvez o material fonte seja bom mas não li os livros para saber e posso dizer que não tenho o menor interesse.

A estória começa já com ação, talvez para compensar a falta de ação do primeiro filme. O tal príncipe Caspian, herdeiro do trono de Narnia, é perseguido por seu tio e regente, pois este acaba de ter um filho homem que, com a morte de Caspian, pode se tornar rei. Assim, Caspian, ajudado por seu professor, foge para a floresta, onde dá de cara com os bichos esquisitos - habitantes originais de Narnia - que moram escondidos, já que foram varridos do mapa há algumas centenas de anos.

Os irmãos Pevensie, que são os reis de Narnia e lá viveram até uma idade avançada, quando voltaram para a Inglaterra e rejuvenesceram automaticamente, estão há um ano com uma vida normal. Mil e tantos anos se passaram em Narnia, no entanto.

Caspian toca uma corneta presenteada por seu professor (que pede para ele somente usar em última análise mas que Caspian usa no primeiro segundo de perigo) e os irmãos são, então, teletransportados para Narnia, onde chegam em uma praia que não reconhecem. Olham para as ruínas de um castelo e também não a reconhecem. Ao passearem pelas ruínas, nada percebem. Até que um deles tropeça em uma peça de xadrez de ouro que pertencia a um dos garotos, quando era rei. Aí eles reconhecem as ruínas e tudo mais. Dá para ver que o filme é uma porcaria quando detalhes como esse passam batido. Afinal, como é que as crianças, que viveram dezenas de anos naquele mesmo castelo, não reconheceriam a paisagem? É a mesma coisa que dizer que o faraó Quéops, se acordasse de um sono profundo diante de sua pirâmide, não a reconheceria apenas por que está em ruínas.

Dito isso, as crianças começam a achar aquilo tudo muito esquisito e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, empurram uma parede em uma ruína de centenas de anos, que então desliza como se ficasse em cima de rolamentos bem azeitados. Lá dentro, encontram todas as suas roupas e armas intactas. Mais um furo enorme na estória...

Aí partem para ver o que aconteceu com Narnia, descobrem que os irritantes bichos falantes, árvores que andam, duendes e centauros de Narnia foram banidos pelos Telmarines, raça de humanos intolerantes. Ou seja, é a mesma estória do primeiro filme só que sem a rainha de gelo (que dá as caras rapidamente, no momento mais sem nexo do filme). Eles então juntam-se com Caspian e com os sobreviventes de Narnia e partem para a guerra contra os Telmarines.

O interessante é que Caspian foi tutelado por seu professor, que simpatiza com os bichos míticos de Narnia mas, antes de precisar desesperadamente de ajuda, nunca moveu uma palha para ajudá-los. Vai ser egoísta assim lá no inferno!

Além disso, a menina Pevensie mais nova (Lucy) é vidrada em Aslan, o leão do título do primeiro filme. O bichano, aparentemente, abandonou Narnia. A menina, porém, o vê em sonhos e ele diz para ela que não pode voltar pois as coisas não podem ser resolvidas como foram antes. Quer algo mais ridículo? Todo mundo sabe que Aslan vai voltar e que só com a volta do leão é que o mal pode ser derrotado. No entanto, ele deixa centenas morrerem só para que uma estória não seja muito igual à outra. Patético, patético, patético...

Outro ponto igualmente ridículo é o líquido milagroso que Lucy tem a tiracolo. Ela dá uma gota de beber a alguém que está morrendo e essa pessoa (ou bicho) volta à vida serelepe. Se ela tem esse poder, então como é que tanta gente do exército dela morre? Não era mais inteligente dividir o líquido precioso por vários esquadrões e criar um exército virtualmente indestrutível?

E Aslan, claro, aparece no final, completamente "telegrafado" como cada minuto de filme, e mais poderoso que Superman. Ele ruge e árvores massacram o exército inimigo, ruge novamente e o rio se levanta e destrói uma ponte. Ele até mesmo faz reaparecer o rabo de um ratinho ferido. Com esse deus ex machina, fica fácil fazer um filme.

Espero que enterrem essa franquia...

Nota: 3 de 10


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