sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Capitais do entretenimento e um elevador


Sem dúvida alguma, se existem duas cidades que incorporam econômica e filosoficamente o conceito de capitais do entretenimento mundial, essas são Nova Iorque e Los Angeles. Há uma divisão clara entre as especialidades de cada uma, ainda que não seja algo a ferro e a fogo: NY é a cidade do grande teatro, das editoras e da música; L.A. é a cidade do cinema.

Estava em NY até ontem e hoje estou em L.A. Ainda não consegui fazer nada só de entretenimento. Só trabalhei.

De toda forma, essas duas capitais são muito queridas para mim. NY foi a primeira grande cidade para onde viajei com minha esposa enquanto ainda éramos namorados e L.A. foi a cidade onde vivi por um ano estudando.

Nunca havia tido a oportunidade de me hospedar no hotel que talvez possa ser considerado como a epítome de Nova Iorque, o Marriott Marquis, encrustado no coração do Times Square. Fiquei lá agora e a experiência foi terrível. Foi como se toda aquela imagem romântica de NY viesse abaixo instantaneamente. Além de o hotel ser um mundo por si só, com péssimos serviços (me cobraram US$ 2,50 para me trazerem meros talheres no quarto!!!) decorrentes exatamente dessa grandiosidade, o fato de ser no meio do local mais iluminado e movimentado da cidade me deixou literalmente tonto. Não recomendo mesmo. E olha que sempre gostei do Times Square. As luzes piscavam dentro do meu quarto! Coitados dos epilépticos...

Foram 3 dias agonizantes na cidade. Estava louco para ir embora para L.A., um oásis tranquilo, no meio de um deserto. Nunca tinha me decidido sobre que cidade gostava mais. Hoje, nesse exato momento, a decisão é fácil. L.A. é bem melhor que NY. Mas também sei que essa sensação é passageira e pode mudar de uma hora para outra. É só eu pegar algumas horas de trânsito em alguma freeway para eu já passsar a gostar mais de NY novamente.

No entanto, é a sensação do momento que deixo escorrer para esse post. De NY, dessa vez, só ficou uma lembrança e é essa a razão da foto acima. Explico: o Marriott Marquis, cuja recepção, pasmem, fica no 8º andar, tem um sistema de elevadores sensacional, como nunca havia visto antes. São 16 elevadores no total, em uma torre central. Doze são panorâmicos e 4 são normais, servindo todo o hotel. Em circunstâncias normais, seria uma loucura fazer fila para esperar o transporte.

A solução, porém, foi genial. Algum cara muito brilhante arrumou um sistema computadorizado de otimização de elevadores que não só evita filas como, também, deve economizar muito dinheiro com energia elétrica. Tudo se resume ao aparelhinho acima, que fiz questão de fotografar. Nele, a pessoa digita o andar para onde quer ir. O aparelho então, depois de uns 3 segundos, informa que elevador a pessoa deve pegar. Se 5 pessoas estiverem indo para andares diferentes, por exemplo, o aparelho pode determinar que os 5 vão juntos ou separados, dependendo da quantidade de andares que os elevadores já tenham que parar no caminho. Da mesma forma, se duas pessoas vão para o 25º andar, elas pegarão o mesmo elevador. Se há 3 elevadores descendo do 40º andar mas estão em alturas diferentes, você pegará aquele que estiver mais próximo de chegar.

Moral da estória: não há filas, ninguém espera mais do que uns 20 segundos pelos elevadores e todos ganham. A única coisa estranha é que as pessoas, ao entrarem no elevador, não têm que apertar botão algum. No começo a sensação é de que está faltando alguma coisa mas depois você se acostuma e até ri internamente das outras pessoas (novatas) que ficam procurando o painel com os andares.

O mais diferente nessa estória toda é que esse sistema de elevadores foi a coisa mais interessante que vi em NY dessa vez. Não estou esnobando: adoro a cidade mas, no momento, L.A. passou a frente. Pode não ter um sistema de elevadores bacana como esse de NY mas, ao menos, não é, em lugar algum, o inferno que é o Times Square...

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."