quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Estrelas e mais estrelas


Sobre Appaloosa eu não sabia quase nada. Vi um poster e percebi que era um Western. Olhei mais de perto e reparei no elenco:

- Ed Harris

- Viggo Mortensen

- Jeremy Irons

- Lance Henriksen

- Renée Zellweger

Definitivamente, era um grande elenco. Bem, talvez com exceção da eterna Bridget Jones, que tem uma cara tão idiota que não consigo levar muito a sério. Mas os demais, sem dúvida grandes atores. E a direção, vocês hão de me perguntar? Do próprio Ed Harris, que já se dirigiu em Pollock.

Isso foi suficiente para que eu entrasse às cegas no cinema. Sempre gostei de Westerns e gosto muito dos atores listados. É interessante como os "filmes de cowboy" conseguem reunir super-elencos. Essa expansão para o oeste americano deve realmente repercutir fundo no subconsciente coletivo americano pois os atores são levados à esse gênero de filme como abelhas ao mel (na verdade ao pólen mas o ditado diz ao mel e quem sou eu para alterá-lo?).

Vejamos a safra "nova" de filmes desse gênero: (a) Silverado, talvez o primeiro da geração recente, tinha Kevin Costner, Danny Glover, John Cleese, Kevin Kline, Jeff Goldblum, Rosanna Arquette e Brian Denehy; (b) Unforgiven tinha Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman e Richard Harris; (c) 3:10 to Yuma (o recente) tinha Russell Crowe e Christian Bale e (d) Tombstone tinha Kurt Russell, Val Kilmer, Sam Elliott, Bill Paxton, Charlton Heston e Powers Boothe. É, deve ser um fetiche fazer ao menos um filme de cowboy na carreira cinematográfica de atores estabelecidos.

Bom, estou divergindo. Voltemos a Appaloosa. O filme conta a estória (narrada por Viggo) de Virgil Cole (Harris) e seu parceiro Everett Hitch (Viggo) que são chamados para impor a lei em uma cidade (Appaloosa, claro) dominada pelo rico fora-da-lei Randall Bragg (Jeremy Irons) que fuzila o xerife local e seu dois ajudantes. A jogada é que Cole e Hitch só atuam de uma forma: tudo o que eles dizem ou fazem tem que se tornar lei na cidade, senão eles dão as costas e vão embora. Assim começa o embate entre eles, a cidade e Bragg.

Mas a estória tem um tom de autocrítica com Cole vivendo um homem durão que tenta ser refinado. Ele sempre lê livros e tenta usar palavras difíceis que ele não conhece ou não consegue pronunciar e Hitch - "naturalmente" culto - o ajuda sempre. No meio da bagunça, chega Allison French (vivida adivinha por quem) que acaba formando um curios triângulo amoroso com Cole e Hitch.

O filme é sobre lei e poder e, claro, o abuso de poder mas, sobretudo, é sobre amizade. Definitivamente não é um filme de tiroteio como se pode esperar. Está muito mais para Unforgiven e Tombstone do que para filmes efetivamente de ação. Ed Harris tem uma direção segura e as paisagens do Novo México emolduram bem sua obra. A dupla principal tem ótima química e passa completa segurança ao espectador. Zellweger foi mal escalada em minha opinião, pois ela parece uma boneca de porcelana, completamente diferente da mulher que ela interpreta. Mas o maior pecado da fita - assim como o de muitos filmes atuais - é ser um pouco longo demais.

De toda forma, vale ser visto.

Nota: 7,5 de 10

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